terça-feira, 27 de maio de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 21/?





À procura da VERDADE no livro do Êxodo - 5

 

- Mudam de lugar e… volta a sede. E voltam os murmúrios do povo
que não se sabe bem se são contra Moisés ou contra Javé ou… contra
os dois! O que eles querem é… água! “Então, Moisés clamou a Javé
dizendo: Que vou fazer com este povo? Estão prestes a apedrejar-me!
Javé respondeu a Moisés: (…) Leva contigo a vara (…) Baterás na rocha
e dela sairá água para o povo beber.” (Ex 17,4-6)

- Que povo estranho! Nem com aquele maná se contentava e…
acreditava em Javé! E logo ali queria apedrejar Moisés! É espantoso!
Como é possível ser este o povo eleito de Javé? Certamente, por aquelas
paragens, não haveria melhor! E hoje? Se Javé quisesse escolher um povo
para dele fazer nascer um Cristo - o seu Filho Bem-amado! - que povo
escolheria? Seria chinês, americano, russo, indiano, japonês,…? Poderíamos
conjeturar que é por não “saber” o povo a escolher que Cristo não vem de
novo à Terra! Se fosse branco, revoltar-se-iam as minorias (qualquer dia,
maiorias!!!) negras, amarelas, mulatas, índias... Outra qualquer que
fosse escolhida sentiria o mesmo espírito de revolta das preteridas. É: isto
de ser Deus de tal gente é muito complicado! E um Cristo a sério fazia cá
tanta falta!…

- Mas eis que surge o milagre! Estrondoso: da rocha brotou a água! E
água em abundância, que isto, ou é milagre ou não é! Se é milagre, tanto c
usta a Deus fazer correr um fiozinho, como um regato para inundar todo um
deserto! Não fará Cristo mais tarde a multiplicação dos pães? E, depois de
ter saciado uma multidão de cinco mil, sem contar as mulheres e as crianças,
com apenas cinco pães, não sobraram doze cestos? (Mt 14,19-21)

- Avançando o povo de Israel, encontraram-se com os amalecitas. Josué
contra-ataca e sai vencedor. Obviamente, com a preciosa ajuda de Javé que está
sempre presente, dizendo a Moisés: “(…) Eu vou apagar a memória de Amalec
debaixo do céu. (Ex 17,14-15) Depois, construiu-se  um altar para oferecer
a Deus um holocausto e sacrifícios (…) (Ex 18,12)

- Mas deixemos o deprimente holocausto e os não menos deprimentes
sacrifícios em ordem a apaziguar/louvar/ agradecer a Javé, para realçar algo
de iniciativa humana (ou também inspirada por Javé?!), neste caso, pelo pai de
Séfora, mulher de Moisés, que o aconselha no melhor modo de distribuir a
administração pelo povo. (Ex 18,17-25)

- A exclusividade do povo de Israel perante Javé deixa-nos realmente perplexos:
“Vistes o que fiz aos egípcios e como vos transportei sobre asas de águia e vos
trouxe até Mim. Portanto, se Me obedecerdes e observardes a minha aliança,
sereis minha propriedade especial entre todos os povos porque a terra toda me
pertence. Vós sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.” (Ex 19,4-6)
Que pensarão disto os Israelitas de hoje? Considerar-se-ão ainda “nação santa,
reino de sacerdotes”? Porquê tudo isto na boca de Javé? Volta-nos a repetida
tentação de pensar que tudo não foi senão invenção do autor “sagrado” para
fazer com que o povo fosse menos mau do que parece que era, com o temor de Javé
e… dos seus castigos! Não é que a religião fosse o ópio do povo, como dirá Marx;
mas que ajudava no seu controlo, lá isso… Resta-nos acrescentar que o milagre da
água a brotar da rocha - aliás, como todos os propalados milagres da Bíblia - não 
merece qualquer credibilidade. Se precisaram de água - o que é óbvio no meio do
deserto - socorreram-se de qualquer oásis que por ali houvesse. O resto são fantasias,
porque "Deus não ajuda a quem não se ajuda"!

2 comentários:

  1. Oi Fernando!
    Desculpe meus poucos conhecimentos nessa área! Mas enfim, o que pude ver da leitura que fiz de seu post é que a história se repete através dos tempos. Um povo amargurado, carente do básico para sobrevivência, está sempre fragilizado e à mercê de 'novas' ideias e manipulações. Somos feitos de espírito e de matéria e nossa matéria precisa ter o essencial. E como ter o essencial? Trabalhando, oras. Custeando nossa sobrevivência, jamais esperando os milagres oriundos das manipulações a que me referi anteriormente. Mas como arquitetar esse bom viver? empregos para todos, satisfação das necessidades. É caso para se pensar, tem panos para muitas mangas... rsrsrs.
    Bj
    Marli
    Blog da Marli

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  2. Olá, Marli! Seja bem vinda a este blog! Você tocou no ponto mais sensível que afeta o Homem atual: o emprego para poder sustentar-se e não estar à espera de um milagre divino ou... da Segurança Social! É: o Homem tem de criar uma sociedade completamente diferente da atual, pondo a economia e a finança ao serviço do indivíduo (hoje é o indivíduo que está ao serviço da economia e da finança), dignificando a mulher, equilibrando a população mundial com os recursos da Mãe-Terra (já somos demais, nos nossos 7 mil milhões!), não permitindo que em nenhum lugar da Terra haja fome! Ora, vemos que a fome afeta milhões em todo o mundo, sobretudo as crianças, que a mulher não é respeitada, no seu emprego nem na sua maternidade, que não há empregos para todos. Ao olhar o mundo corrupto e ganancioso em que vivemos custa-me a crer que esta sociedade esteja para breve. No horizonte, só vislumbro nuvens negras...
    Resta-nos o sorriso...
    Volte sempre! Bjs.

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