terça-feira, 6 de maio de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 18/?

 
À procura da VERDADE no livro do Êxodo - 2
 
- “Deixa-nos fazer uma viagem (…) para oferecermos sacrifícios a Javé,
nosso Deus; caso contrário, Ele nos ferirá com a peste ou com a espada.”
(Ex 3,18; 5,3)
- O A.T. está cheio, e prolonga-se pelo Novo, até ao sacrifício supremo
da morte de Jesus Cristo de… oferta de sacrifícios. Porquê oferecer
sacrifícios? Que Deus é este que tanto exige para aplacar a sua ira?
Não parece um Deus ávido de dor, sofrimento, lágrimas, sangue? Onde
está a alegria, a paz, a felicidade, a beatitude celeste que também se
quisera que o fosse na Terra? Direi alguma heresia? O Deus do sofrimento
não é de certeza o Deus de que nós necessitamos para dar sentido
às nossas vidas!… Mas é este Deus, sedento de sangue, suor e lágrimas,
que este livro “sagrado” nos apresenta! Que Deus, santo Deus de todos
os deuses!!! Que livro diabólico, “amigo” Diabo!
- “Moisés porém insistiu: Não, meu Senhor, envia o intermediário que
quiseres. Javé ficou irritado com Moisés…” (Ex 4,13-14)
- Deus irritar-se… não é estranho? Que conceito de Deus podemos nós
fazer deste Deus? Como se irritaria? Falaria mais alto como o fazem os
humanos?! Com que voz?… Aqui, como em toda a Bíblia, o grande
erro dos escribas foi o de, sistematicamente, humanizarem Deus,
fazendo-o à imagem e semelhança do Homem, logo contrariando o início
do Génesis: “Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança”!
- “Javé respondeu a Moisés: Agora verás o que vou fazer ao Faraó. (…)
Eu sou Javé. Apareci a Abraão, a Isaac e a Jacob (…) Também estabeleci
a minha aliança com eles, para lhes dar a terra de Canaã (…) Eu
adoptar-vos-ei como meu povo e serei (…) Aquele que tira de cima de vós
as cargas do Egipto.” (Ex 6,1-7)
- Que povo, meu Deus, que povo vós adoptastes!!! E Javé tudo dirige, porque
o Faraó endurece os trabalhos de escravo dos israelitas (Ex 5,18) e não
os deixa partir. O povo revolta-se contra Moisés, Javé reafirma o seu poder e…
começam os milagres ou… o lançamento de pragas sobre o Egipto, pois
“É pela força que ele vos deixará partir e até vos expulsará do seu país.”
(Ex 6,1) “Toma a vara e estende a mão sobre as águas do Egipto (…) para
que se convertam em sangue.” (Ex 7,19) “Estende a mão com a vara sobre
os rios, canais e lagoas e faz subir rãs sobre todo o território do Egipto.”
(Ex 8,1) “Estende a vara e toca no pó da terra e ele transformar-se-á em
mosquitos por todo o território egípcio.” (Ex 8,12) “Assim fez Javé: nuvens
de moscas invadiram o palácio do Faraó e dos seus ministros e todo o
território egípcio (…)” (Ex 8,20) “(…) A mão de Javé vai ferir com uma peste
maligna os rebanhos, os cavalos, jumentos, camelos e ovelhas. (…) E morreram
todos os animais egípcios mas não morreu nenhum dos animais dos filhos
de Israel.” (Ex 9,3-6) “(…) Os homens e animais ficaram cobertos de tumores e
chagas (…) havia tumores em todos os egípcios.” (Ex 9,10-11) “Estende a mão
para o céu a fim de cair granizo em todo o território egípcio (…)” (Ex 9,22)
“Se não deixares partir o meu povo, amanhã mandarei gafanhotos sobre
o teu território (…)” (Ex 10,4) “Estende a mão para o céu. E sobre todo
o território egípcio haverá uma escuridão que se poderá apalpar.”
(Ex10,21) “Enviarei mais uma praga contra o Faraó e contra o Egipto.
(…) À meia noite, Eu passarei pelo meio do Egipto e todos os
primogénitos do Egipto morrerão, desde o primogénito do Faraó (…)”
(Ex 11,1-5)
- Só não se compreende uma coisa: que quis Javé provar ao Faraó?
E porquê dez pragas e não quatro ou cinco? Que a teimosia de certos homens
é quase sem limites, é de nós bem conhecido. Que há homens que só pela
força abdicam de escravizar os outros, não há dúvida. Mas aqui é uma luta
entre Javé e o Faraó. Que sentido tem um Deus a lutar com um homem?
Porque fez Javé sofrer todo um povo com tantas pragas quando poderia ter
resolvido a questão de tantos outros modos, penalizando somente o
culpado Faraó? A tentação de pensarmos que tudo foi parte realidade, parte
invenção do escritor “sagrado” é grande. Que  atribuir a Javé-Deus as pragas
enviadas ou… havidas foi forma encontrada para centrar em Javé toda a
História de um povo, não é tentação menor. Onde estará a verdade? – Neste
Deus totalmente humanizado não estará com toda a certeza!

2 comentários:

  1. Ainda a propósito dos milagres

    Há mais duas considerações importantes a ter em conta quanto a esta problemática:
    1 – A Ciência e o experimentalismo dizem-nos que há pessoas com capacidades extra-sensoriais ou invulgares, umas inatas outras adquiridas ou trabalhadas. Estarão neste caso, os telepatas, os hipnotizadores, os adivinhos. Nas suas mentes, haverá conexões/forças electromagnéticas mais importantes do que em outras, o que lhes permitirá fazer coisas fora do comum. Jesus, a quem chamaram de Cristo, teria sido uma dessas pessoas. Dentro deste parâmetro, teremos de considerar também a outra parte envolvida no milagre: será também alguém com predisposição para a fé em supostas forças que desconhecem mas em que acreditam tão fortemente que as leva a exercerem forte influência sobre o corpo que sustenta a mesma mente. É neste contexto que se integram as palavras de Jesus, quando acontecia uma cura: “Vai, fica curado, a tua fé te salvou.” Ou: “A fé move montanhas.”
    2 – Para haver verdadeiro milagre, milagre digno de credibilidade, teria de ser um fenómeno realmente impossível por meio de qualquer força da mente ou da fé. Por exemplo, uma pessoa não ter uma perna, invocar o santo da sua devoção, e ver-se ali com uma perna nova, igual ou gémea da que possuía. Mas, na história dos supostos milagres, há algum deste tipo? – Não! A história da ressurreição de Lázaro que jazia no túmulo havia quatro dias e já cheirava mal ou a da ressurreição do próprio Jesus estão muito mal contadas, passando-se tão estranhos fenómenos apenas entre amigos, o que obviamente não merece credibilidade: Deus, a fazer um milagre para com tal convencer o mundo que Jesus era o seu Filho e que todos deveriam aceitar a sua mensagem, pois só com ela se alcançaria a vida eterna, não poderia – DE CERTEZA ABSOLUTA! – não poderia andar assim a realizar milagres sem uma ampla propagação, chegando ao conhecimento de todos os Homens de então, pelo menos todo o Império Romano. Não podemos admitir que Deus ande a brincar com coisas tão sérias e tão fundamentais ao mistério de Vida Humana.
    Conclusão: Não houve nenhum milagre ao longo da História! Não houve nem haverá!!!


    ResponderEliminar
  2. (Rappel)
    Caríssimos leitores,
    Sei que o Google exige a abertura de uma conta para que possam fazer aqui comentários. Como é sempre desagradável ter que "fazer essa coisa" cujos fins nem sempre são claros, certamente daí, a falta de comentários aos textos que, por aqui vamos publicando. Mas há uma maneira fácil de contornar a situação:
    1 - Enviam o comentário para o meu mail
    2 - Eu publico-o aqui, referindo o nome da pessoa - caso não se importe - e darei uma simpática resposta.
    Fácil, não é? Então, dêem largas à vossa emoção e contestem ou louvem tantas "verdades" que tentamos apresentar "Em nome da Ciência", isto é, com análise crítica dos fenómenos religiosos que, de algum modo, comandam o mundo.
    A todos os que quiserem colaborar, os meus sinceros agradecimentos.
    Email:
    fr.dom@netcabo.pt

    ResponderEliminar