terça-feira, 3 de junho de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 22/?



À procura da VERDADE no livro do Êxodo - 6

- É belo e… temeroso, o aparato preparado por Javé para a apresentação
dos seus dez Mandamentos. O autor estava deveras inspirado! Como
apresentar Deus ao povo sem um grande temor perante o divino? Então…
“Javé disse a Moisés: Vai ter com o povo e purifica-o (…) que lavem as
roupas (…) porque Javé descerá (...) sobre a montanha do Sinai à vista de
todo o povo. Deverás traçar um limite ao redor da montanha (...); quem
tocar na montanha será punido de morte (…) apedrejado ou trespassado
com flechas; tanto homem como animal, não ficará vivo. (…) Três dias depois,
pela manhã, houve trovões e relâmpagos e uma nuvem espessa desceu
sobre a montanha, enquanto o toque da trombeta soava fortemente. O povo
que estava no acampamento começou a tremer. (…) Toda a montanha do Sinai
fumegava (…): o fumo subia como o fumo de uma fornalha. E a montanha
toda estremecia. O som da trombeta aumentava cada vez mais enquanto
Moisés falava e Deus lhe respondia com o trovão. Javé desceu ao cume da
montanha do Sinai e chamou Moisés lá para o alto. (…) Javé insistiu: (…) Os
sacerdotes e o povo (…) não devem ultrapassar os limites, para subirem
até onde está Javé, o qual Se voltaria contra eles.” (Ex 19,10-24)

- É: temos um autor deveras inspirado e temos um Javé-Deus todo-poderoso
mas que se apresenta com um incrível receio de uma das suas criaturas,
o Homem!... Apenas uma pergunta: Porque não quis Deus manifestar-se
ao povo mas castigaria selvaticamente quem O quisesse ver? Será que podia
manifestar-se realmente aos olhos humanos? Com que rosto? Com que corpo
se não tem corpo? E… como se mostrou a Moisés? Com que voz lhe falou?
Altissonante? Fanhosa? Estridente? Grossa? Aflautada? Suave? Dura?
Cavernosa? Ou simplesmente não falou e comunicou por pensamento?

- Depois, o cenário é todo ele tão caricato, o estilo do autor tão grandiloquente
que se torna impossível acreditar nele! Que fumo? Que relâmpagos? Que
trovões? Que trombeta? Que… VOZ?!!!

- Deus manifestar-Se… Afinal, não quis manifestar-Se, naqueles tempos,
não quer manifestar-se nestes tempos… E nós - e toda a Humanidade! - por
aqui eternamente esperando… Que injustiça… divina, Santo Deus! Ou… que
Deus impossível estes autores ditos sagrados inventaram e “impingiram”
como verdadeiro à mesma Humanidade!

- “Então Deus pronunciou todas estas palavras: Eu sou Javé teu Deus que te
fez sair da terra do Egipto…” (Ex 20,1-2) - E logo aparece o coração da lei
mosaica - os Dez Mandamentos, com forte influência do Código de Hamurabi,
que data do séc. XVIII a.C., e postos na boca de Javé, código que era certamente
do conhecimento do autor do Êxodo: 1º - Servir a Javé, Deus único e verdadeiro;
2º - Não jurar em nome de Deus; 3º - Descansar ao sábado; 4º - Honrar os pais;
5º - Não matar; 6º - Não cometer adultério; 7º - Não roubar; 8º - Não difamar
o próximo; 9º e 10º - Não cobiçar a mulher do próximo nem nenhum dos seus bens.
(Ex 20,3-17)

- “Vendo os trovões e os relâmpagos, o som da trombeta e a montanha fumegante,
todo o povo teve medo e manteve-se à distância. Então, (…) Moisés disse ao povo:
Não tenhais medo! Deus veio para vos pôr à prova, a fim de que tenhais presente
o temor a Ele e não pequeis.” (Ex 20,18-20)

- Mais uma vez o temor para… não pecarem. Isto de cumprir uma lei que não
tenha castigo parece não ser muito próprio do Homem! Interessante: várias vezes
na Bíblia Deus assusta e depois diz: “Não tenhais medo!” Aconteceu,
por exemplo, quando Jesus ressuscitou, com o anjo a dizer o “Não tenhais medo!”
às mulheres que foram ao sepulcro, aconteceu com o próprio Jesus a dizê-lo
às mesmas mulheres – mulheres que tiveram aqui o privilégio de serem as
primeiras! – e ainda aos apóstolos na Galileia.

- Perdoe-se-nos, ao terminar esta análise, o reparo jocoso ao décimo mandamento:
será que é só o homem que não pode cobiçar a mulher do outro, podendo a mulher
cobiçar o homem da outra? Ou estará o homem dessa outra incluído no “saco”
dos seus bens ou pertences?!… E, enfim – the last but not the least! – perante tal
cenário, alguém poderá ter este Javé da Bíblia como Deus credível?

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