quarta-feira, 12 de março de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 10/?

 
À procura da VERDADE no livro do Génesis - 4
 
- Também parece que Deus expulsou o Homem do paraíso por certo
incompreensível receio:
“Depois Javé Deus disse: O homem tornou-se como um de Nós, conhecedor
do bem e do mal. Que ele agora não estenda a mão e colha também da
árvore da vida e coma e viva para sempre. Então, Javé Deus expulsou
o homem do jardim do Éden para cultivar o solo de onde fora tirado. Ele
expulsou o homem e colocou diante do jardim do Éden, os querubins e a
espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gn 3,22-24)
- Que Deus tão apoucado o Deus deste autor “sagrado”! Que falta de
inspiração humana, quanto mais divina! Falaria Deus consigo mesmo?
E que receio tinha Ele que o homem comesse da árvore da vida,
que aliás não fora proibido comer anteriormente? (Gn 2,9 e 16-17)
Porquê querubins e espada flamejante a guardar a porta do Éden?
É uma visão de Deus totalmente catastrófica! Este Deus, mesmo com
carradas de simbologia que queiramos atribuir ao texto, é… simplesmente
inexistente, pois nega-se a si mesmo como ser omnipotente, omnisciente,
eterno…, perfeito! E… não sente o homem em si o desejo de viver
eternamente? Não foi a vida eterna que Jesus Cristo veio oferecer ao homem,
no Reino dos Céus? Teríamos então um Deus com duas faces!…
Um Deus… impossível!!!
 
- Segue-se a morte de Abel às mãos de Caim que, coitado, viu Deus gostar
mais da oferenda do seu irmão que da sua:
“Javé gostou de Abel e da sua oferta e não gostou de Caim e da
oferta dele. Caim ficou então muito enfurecido e andava de cabeça baixa.
(…) Lançou-se contra o irmão e matou-o. (Gn 3,4-8)
- Que gostar é este de Deus que leva o irmão a matar o outro irmão? Foi
da serpente - criatura de Deus, “o animal mais inteligente - a culpa do
pecado original? Foi a culpa deste fratricídio de… Deus que não “soube”
mostrar o seu agrado perante duas oferendas forçosamente desiguais? Não
aprecia de igual modo qualquer bom pai da Terra, as oferendas de seus
filhos, mesmo que uma seja muito melhor que a outra? Não revelam ambas
dedicação ao pai? Se Deus é omnisciente, omnipotente… e ama o homem
- “Deus amou de tal maneira o mundo que lhe deu o seu filho unigénito.”
- porquê colocou em perigo o homem junto da serpente tentadora? Que pai
terreno coloca o filho à beira do precipício para ver se nele irá cair? Bastaria
que Deus tivesse querido que a serpente não existisse ou… não tentasse, e
ainda hoje estaríamos no Paraíso, sem gerar na dor ou comer o pão com
o suor do nosso rosto! Porquê colocou Deus o homem e a mulher à beira
do tal abismo, sabendo que nele iriam cair? Para os experimentar? Mas…
afinal que é o Homem face a Deus? Não é apenas uma criatura tão ínfima
como outra qualquer? Que quis Deus provar com tal atitude? Amor? - Não!!!
Poder? - Mas a quem quereria Ele mostrá-lo? Mistérios divinos! - concluímos.
Sempre insondáveis!… E nós… a ficarmo-nos sem respostas…
- É! Fomos expulsos do Paraíso por um Deus que nos ama! Um Deus que
deixa morrer na cruz o seu próprio Filho - “Este é o meu Filho
muito amado…” - para “cumprir as Escrituras” (Mt 26,54) que
Ele próprio havia inspirado! Que entendimento poderá entender - aceitar! -
tal Deus? Como somos tentados a concluir - que serpente nos estará
tentando?! - que não pode ser o verdadeiro Deus este Deus do Antigo
Testamento, este Javé Deus que o povo hebreu nos legou, ao longo da sua
História, e há pouco mais de 3 mil anos!!! E como 3 mil anos são nada ou
quase nada em relação ao tempo do Homem, ao tempo da Terra, ao tempo
universal - se é que o tempo realmente existe e não se move tudo na eternidade!…
Que tentação, Santo Deus, de nos termos por mesquinhos, ingénuos,
insensatos ao basear a nossa salvação eterna numa Bíblia que nos
oferece tal Deus sem… sentido! Que tentação - malvada serpente que não
nos larga! - de pensar que tudo isto não passa de uma bela encenação de
autores inspirados para explicar a nossa condição de animais inteligentes,
com instintos selváticos de ganância e de sobrevivência, que explicariam
todo o mal, e ao mesmo tempo com rasgos de magnanimidade e de amor
inexcedíveis, desejando fortemente, inexplicavelmente a eternidade, o
sobrenatural, o divino, sem sabermos no entanto, como atingir tal eternidade,
tal transcendência, tal Divino!!!
 

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