quarta-feira, 5 de março de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) (9/?)

 
À procura da VERDADE no livro do Génesis - 3
 
- O problema - o grande problema, porque dele vai depender toda a
“tragédia” humana - foi realmente a serpente: “A serpente enganou-me
e eu comi”; “A mulher que me deste por companheira deu-me o fruto
e eu comi.”
- Porque quis a serpente levar a “humanidade” à perdição? Teria inveja
do Homem? Como lhe nasceu esse sentimento? Se não lhe foi dado na
criação pelo seu Criador - Deus - por quem, então? Depois,… a mulher
foi enganada pela serpente!!! O homem foi ludibriado pela mulher!!!…
Porque não foi a serpente falar com o homem? Que dizer deste “toque”
de machismo bíblico?… Se Deus sabia previamente que tudo isto iria
acontecer de tal modo, e se amava o Homem, porquê não fez de outra
forma para evitar que o homem soçobrasse? Porque não lhe deu mais
força de vontade, mais discernimento para resistir à tentação?
- Aliás, que fim inglório, o do Homem! Quase sem ter tido tempo de
respirar os puros ares do paraíso, ei-lo condenado para todo o sempre -
ele e a sua descendência - por uma falta que “foi levado” a cometer…
Saberia ele que a maçã era o fruto proibido? E se sabia, porquê não resistiu
ele à voz da sua companheira? Por cavalheirismo? Pela ambição de
conhecer o Bem e o Mal?
- E como é que a serpente é o animal mais inteligente que Deus Javé criou?
- E como é que Deus foi capaz de criar um ser tão perverso? Não devemos
concluir que Deus é o criador do mal, do perverso? Onde nos levará, levaria
tal óbvio raciocínio?
- A história da serpente… Não é mais uma bela história para explicar o
inexplicável, isto é, o real da vida daqueles que padecendo dores, fomes
e doenças, sonhavam com um paraíso do qual haviam sido expulsos - só podia
ser! - mas ao qual era preciso retornar?!
- E… como voltar ao paraíso perdido? Seria necessário “inventar” todo
o resto da Bíblia do Antigo e do Novo Testamento, passando pelos
profetas até chegar a Jesus Cristo que decepcionou todos os do seu tempo
ao pregar um Reino de Deus, um Reino dos Céus, um paraíso celeste e
não… um reino ou paraíso terreal como aquele que o homem havia
perdido por ter comido o fruto proibido… ?
- E porque não lhes perdoou Deus este primeiro pecado - “À primeira,
qualquer cai!” - dando-lhes uma segunda oportunidade?
- E, se quisessem procriar - acaso quereriam? acaso poderiam? - fá-lo-iam
sem prazer e sem paixão, mas também sem dor nem lágrimas? Apenas
autómatos nas mãos do Criador?
- E porquê dominará o homem a mulher cuja paixão a arrasta até ele? Não
é bonita a paixão? Acaso alguma vez o autor “divino” esteve apaixonado?
Se esteve, certamente que foram apenas negativas as suas sensações! Só pecado!
Só desaires! Só cegueira!…
- Depois, aquilo de um Deus amaldiçoar uma Terra que acabara de criar, só
por uma “faltazita” cometida pelo homem, levado por más companhias de
mulher ou serpente…, não tem mesmo cabimento. Se não cabe na mente de
Homem que tal aconteça, teria cabido na mente de Deus?
- E também porquê é maldita a terra por causa do homem? Que culpa tem o
leão pelo pecado do homem? E, do mesmo modo, todo o ser vivo à face da terra?
E mesmo tu, eu, nós todos, que culpa temos nós do pecado do nosso pai
Adão e da nossa mãe Eva? É uma explicação tão sem sentido para a nossa
tamanha insuficiência!
- E porquê só sofrimento no comer do pão? Porque não o prazer de partilhar,
como Jesus fez mais tarde com os apóstolos?
- E porquê volta ao pó de que fora feito? Não tivesse comido da árvore do bem
e do mal, viveria para sempre no Paraíso? Só com a “sua” Eva e os seus animais?
Que monotonia! Não teria sido para “quebrar” tal monotonia que Deus
“permitiu” que o homem caísse na tentação?! Que absurdo!
- Interrogar-nos-íamos até ser dia, até aos fins dos tempos, se quiséssemos
deslindar - sem jamais o conseguir - as incongruências da descrição tosca de
um acto que tanto peso - peso absoluto! - teve e tem na vida do Homem!
- O peso é total, é absoluto pois é de vida ou de morte … eterna!!! O que é
certo é que cá estamos, neste “vale de lágrimas, gemendo e chorando”,
tentando fugir ao sofrimento como o diabo foge da cruz!… E a pergunta
é incontornável: “Aquilo foi mesmo assim ou é apenas uma lírica história
inventada por poeta - que não divino! - inspirado, olhando à sua volta e
nada compreendendo da dor e do sofrimento que presenciava?!”

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