terça-feira, 25 de março de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 12/?

 
À procura da VERDADE no livro do Génesis - 6
 
- “Noé embriagou-se e ficou nu dentro da tenda. Cam, o antepassado de
Canaã, viu o pai nu e saiu para contar aos irmãos. (…) Quando Noé
acordou (…) disse: Maldito seja Canaã. Que ele seja o último dos
escravos dos seus irmãos.” (Gn 9,20-25)
- Afinal que justo é este - o único que mereceu ser salvo do dilúvio - que não
perdoa ao filho pequena falta e amaldiçoa-o ali e à sua descendência?
É certamente esta Canaã, a Terra Prometida, mais tarde conquistada
pelos hebreus. Foi a conquista e destruição o cumprimento desta velha
maldição do “justo” Noé? E não será este episódio mais um para ensinar
ou “domesticar” o povo, obrigando, neste caso, os filhos a total respeito
aos pais, mesmo em situações menos próprias?
 
- Também é curiosa a explicação - fraca explicação! - para a diferença das
línguas existentes à face da Terra: a dispersão por toda a Terra dos
construtores da torre de Babel: “O mundo inteiro falava a mesma língua (...).
Disseram: Vamos construir (…) uma torre que chegue até ao céu. (…) Então,
Javé (…) disse: Eles (…) falam uma só língua. (…) Agora nenhum
projecto será irrealizável para eles. Vamos descer e confundir a língua
deles (…) Por isso, a cidade recebeu o nome de Babel (…)” (Gn 11,1-9)
- Mais uma vez, um Deus receoso do Homem… Mais uma simbologia
conjugando o poder de Deus e a maldade dos Homens. Afinal, o dilúvio
não foi suficiente para lavar essa maldade! Então, para que serviu? Não sabia
Deus, na sua omnisciência, que era inútil?
 
- Muitas gerações passadas, aparece Abrão. “Javé disse a Abrão: Sai da
tua terra (…) e vai para a terra que eu te mostrar. (…) Abençoarei os que
te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem. (…) Ergue os
teus olhos. (…) Eu dar-te-ei toda a terra que estás vendo, a ti e à tua
descendência. (…) Abrão (…) perseguiu os inimigos (…) derrotando-os (…)
(Gn 12-14)
- Tudo o que acontece ao povo de Israel ou aos seus inimigos é Javé
que ordena. Uma vez, “Javé feriu o Faraó (do Egipto) e sua corte com
doenças graves (…)” (Gn12,7), por terem levado para o palácio a
bonita Sarai, mulher de Abrão que, temendo que o matassem, disse aos
egípcios que a bonita Sarai era sua irmã.
- Teria Javé aprovado tal mentirinha de Abrão, humanamente tão aceitável?!
De qualquer modo, sente-se tremenda injustiça em tamanho castigo, pois
que mal há em se cortejar e desejar uma mulher bonita que se desconhecia
ser já mulher de outrem? Que Javé-Deus é este que a uns inspira “mentiras”
para salvarem a pele, a outros manda graves doenças, sem mal algum
terem feito em consciência de “pecado”?
- Com Abrão, começa a história do povo de Israel, sempre com Javé a
determinar os seus passos. E tudo o que acontece a esse povo ou aos seus
inimigos é Javé que ordena. Como será este falar de Javé-Deus com Abrão?!
Face a face? A mesma pergunta poderíamos fazer a respeito do falar de
Javé com Adão, Eva, a serpente, Abel, Caim, Noé… E, pela primeira vez,
aparece um anjo! “O anjo de Javé encontrou Agar, (…) escrava de Sarai
(mulher de Abrão, bonita mas estéril). E disse-lhe: (…) “Eu farei a tua
descendência tão numerosa que ninguém a poderá contar.” (Gn 16,7-10)
É que Sarai havia dito a Abrão: “Javé não me deixa ter filhos: une-te à
minha escrava para ver se ela me dá filhos.” (Gn 16,2) E Abrão aceitou
a proposta… Que “belos” tempos! Deus Javé andava mesmo entre os
homens, ali falando, ali ordenando, ali… sempre omnipresente! Mas…
quando teria Ele criado os anjos? É: toda a suposta “divindade” destas
histórias faz-nos, pelo menos, sorrir…

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