sábado, 27 de outubro de 2012

Interregno

E para apresentar o meu último livro que acaba de sair, na Corpos Editora: COMO UM RIO...
“Como um Rio...” – sendo o rio uma alegoria da vida – é um livro de quase-tese, um romance quase-romance de várias faces: a inevitável “guerra” entre Religião e Ciência ou entre Fé e Razão, a dramática angústia do ser humano em relação ao seu fim último, a luta pela sobrevivência da Fé nos crentes ou o desespero pelo cair no Nada, após os termos dos seus dias, dos não-crentes. Onde as respostas?
Estas as magnas questões vividas pelas simpáticas personagens do romance, ele, um monge que se renega quando não consegue equilibrar-se naquele drama existencial; ela, uma mutante que, de universitária, desiludida com o mundo que a traiu, escolhe o austero convento do Carmelo para se reencontrar consigo própria, daí saindo, desiludida e desiludindo a Ordem, para aquele mesmo mundo, percorrendo caminhos de lama e de glória. Mas, no fim, regressam. Ao convento. Sem respostas. Nem Céu nem Inferno, nem Deus nem o Diabo... Silêncio! Um silêncio de morte!
Esta a leitura mais profunda. Outras haverá superficiais que não terão interesse, tais como amores proibidos que perpassam pelo romance ou problemas de homossexualidade.
Então, o debate está lançado: RELIGIÃO VS CIÊNCIA ou FÉ VS RAZÃO. Se quiserem, alarguemo-lo para a análise da Verdade ou inverdade das religiões em geral e da religião católica em particular, desde as suas origens camufladas em demasiados mistérios para que nos mereçam qualquer credibilidade ou sejam resposta para o incontornável drama do Fim último do Homem, num Céu ou num Inferno que seja, numa eternidade por todos desejada, mas eternidade, segundo a razão que é o distintivo máximo da espécie humana, impossível de existir.
Para relançar a palavra, poria as seguintes Questões:
1 – Qual a dimensão da Fé para o Homem?
2 – Razão e Fé ou Ciência e Religião não são irreversivelmente inconciliáveis?
3 – As religiões são resposta credível para os problemas existenciais do Homem? Ou será a Ciência?
3.1 – Resposta das Religiões – Fé num Céu de Deus ou num Inferno do Diabo, por toda a eternidade, numa via eterna pós-mortem – tudo invenções do Homem, desde que teve consciência do Tempo e da Morte.
3.2 – Resposta da Ciência – Tudo é um eterno retorno do mesmo ao mesmo através do diverso e nós nessa engrenagem. A resposta está nas estrelas e no Universo: infinito e Eterno, confundindo-se com Deus, pois só pode haver um infinito e uma eternidade. Nós, quer queiramos quer não – custe-nos ou não – pertencemos inexoravelmente ao Tempo, e nele nos perderemos para sempre no NADA, integrando-nos na matéría universal de onde um dia tivemos a sorte de brotar, qual flor que aparece e desaparece sem deixar rasto. A flor ou qualquer ser vivo à face da Terra ou existente por esse Universo, sem dúvida habitado por muitos incontáveis seres em planetas de configuração igual à nossa querida Terra, nossa casa-mãe, nossa Pátria!
3.3 – Destas duas magnas realidades - resposa da Religião/resposta da Ciência - poderíamos concluir que ao Homem, enquanto vivente, depois da satisfação das suas necessidades básicas de alimento, abrigo, saúde e educação, só deveriam interessar duas coisas:
3.3.1 – Descobrir como sobreviver num Universo, após a morte certa da Terra com o apagar-se do Sol, daqui a 5 mil milhões de anos (interesse como espécie)
3.3.2 – Descobrir a Verdade do outro lado da Vida, o Além-Vida, o Pós-mortem. (interesse como ser individual que somos)
São dois desafios para os quais não sabemos quando teremos solução: para ter qualquer chance da atingir o Universo, teríamos de aprender a viajar à velocidade da luz; para atingir a eternidade, teríamos de não ter nascido no Tempo...
4 – Última pergunta: objectivamente, não convém ao Homem muito mais a Fé e a religião, do que a Ciência, para aguentar os momentos difíceis da vida: carências, frustrações, doenças, depressões, a inevitável morte? (Deus-Pai, os anjos e santos, a Virgem Maria para os cristãos, Alá para os muçulmanos, etc.?)
NOTA:
No meu livro UM MUNDO LIDERADO POR MULHERES, o último capítulo apresenta uma solução de compromisso para esta dicotomia de que nos ocupamos,- uma religião aglutinadora, baseada na Ciência e no Conhecimento, com o Deus da Harmonia Universal - pensando nós termos satisfeito, com essa magna solução, tanto a componente racional como a da Fé dos Homens

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