Com muita pena nossa!
O
Outono lembra-nos estas coisas que, triviais embora, por tão normais, nos
deixam numa certa tristeza, numa certa melancolia: vêem-se folhas pelo chão
estendidas, outras pelo ar balançando ao vento, que, de amarelas – velhas! –
foram deitadas fora pela própria árvore.
Assim,
nós! Um dia, cedo ou tarde, a VIDA descartar-nos-á, como peças que já não lhe
interessam, sendo RAINHA SOBERANA NO ADN QUE DÁ A CADA SER VIVO! Foi o que
aconteceu connosco no acto do nascimento, melhor, da concepção no ventre da
mãe, em que o ADN nos determinou, à partida, o nosso ciclo vital.
E
podemos presumir quando será o fim, mas nunca a data certa! Essa pertence ao
mistério ou ao acaso ou… à própria VIDA!
Com
o “A gente vai embora”, haverá uma certa vontade de tudo deixar correr, e de
vivermos por aí “aos caídos”, que o mesmo é dizer, “vivendo de outros,
decidindo não ter onde cair mortos, tais os sem-abrigo na sua filosofia
existencial de subsistência no dia-a-dia, até um dia em que o corpo se cansar
de viver. Poucos embora!
A
maior parte “puxa” pelo lado energizado, com ambições, vontade de fazer coisas,
quer pelo prazer de as fazer quer pelo prazer de as ver feitas devido ao nosso
espírito de iniciativa e de inovação.
Mas…
nesse comportamento espectável da maioria, quantos desmandos, quantos atropelos
a nós próprios e aos que nos rodeiam, desde a pequena sociedade que é a família
ao grupo de trabalho, ao país, ao mundo! O Homem é tão imperfeito!
De
qualquer modo, sejas santo, sejas diabo, vais embora. Não tens escolha! Assim, tens
de escolher semeares amor e paz ou ódio e discórdia, unir num abraço e sorriso
fraternos ou fazeres a guerra, derramando sangue quase sempre inocente, ceifando
vidas e com elas tantos sonhos que ficaram por realizar.
E
se vais embora de qualquer jeito, porque tanta competição desenfreada que só te
traz preocupação e frustrações, mesmo com a vã glória de teres superado o teu
adversário? Porque corres tanto, te afadigas tanto, te matas tanto com trabalho
cujos frutos vais deixar para os outros, outros que estão mortinhos para ocupar
o teu lugar, caindo no mesmo erro de ignorantes: o dia deles de ir embora
chegará sem apelo nem agravo, nem qualquer excepção: a certeza do
desaparecimento eterno é a única certeza que temos no nascimento.
Vivessem
todos, interiorizando o “A gente vai embora!” e seria a fraternidade Universal
e o Paraíso na Terra, o único Paraíso possível, já que o outro pertence ao
reino da fantasia!
Ah,
como SABER VIVER É UMA ARTE E UM ACTO DE INTELIGÊNCIA!