sábado, 20 de janeiro de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 393/?

 

À procura da Verdade nas Cartas de Paulo

 Carta aos Romanos - 6

 – “Submetei-vos todos às autoridades constituídas, pois não há autoridade que não venha de Deus e as que existem foram constituídas por Deus.” (13,1)

– Como sabemos da História, é falsa esta afirmação. Nem sabemos onde Paulo a foi buscar ou fundamentar. É claro que a autoridade sobre os povos sempre foi imposta pelos senhores da guerra ou por outros poderosos, como nobres, reis e papas. A autoridade menos imposta é que, actualmente, deriva do voto popular, mas mesmo assim é muito discutível… Esta visão teocrática do destino do Homem e das suas acções é totalmente infundada. Deus não tem nada a ver com o que o Homem faz ou deixa de fazer. Aliás, parte-se de um princípio de que Deus está lá em cima a olhar cá para baixo o Homem nas suas actividades. Que Deus mesquinho e apoucado este das religiões, santo Deus! Como se nada mais houvesse no Universo e no Espaço infindo do que sua excelência o sr. Homem, numa Terra que é um pontinho perdido no Espaço, sem qualquer interesse para esse mesmo Espaço e toda a matéria e energia que nele se agitam e se movimentam…

– “De facto os mandamentos … resumem-se nesta sentença: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo.»” (13,9)

– Indiscutível. É pena que tão poucos humanos o façam. A sociedade vive mais do “Salve-se quem puder e como puder!”

– “O Reino de Deus não é questão de comida ou de bebida; é justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” (14,17)

– Quando no NT se fala de Reino de Deus, nunca se define bem o que é. Esta definição de Paulo é mais uma não-definição. Além de justiça, paz e alegria poderia enumerar tudo o que há de Bom no ser humano. Chamar o Espírito Santo para aqui nada adianta, pois é personagem inventada pelos primeiros crentes, tendo sido sugerida pelo próprio Jesus.

– “O Deus da paz não tardará em esmagar Satanás debaixo dos vossos pés.” (16,20)

– Pelo contexto, pressupõe-se que Satanás represente para Paulo os não crentes ou os que se opunham às novas ideias religiosas. E está subjacente a tal afirmação uma superioridade dos cristãos, bem como uma ideia de guerra contra eles ironicamente apoiada pelo “Deus da paz”…

E assim, acabamos a análise crítica a esta importante carta – para a Igreja – de Paulo, focando apenas os aspectos mais relevantes, donde ressalta a soberania das Escrituras que condicionam o pensamento de Paulo que nelas se apoia para defender as suas crenças, junto das comunidades que se iam formando, atraídas não pelo Jesus da cruz mas pelo Jesus que pregou a fraternidade universal e o amor ao próximo, numa sociedade baseada em grande parte na escravatura…

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