quinta-feira, 27 de abril de 2023

Os segredos da alma e suas lamentações

 

Afinal, quem sou eu?

 Chamam-me psyké, ânima, espírito, sopro divino, sopro vital… e, afinal, sou “apenas” um “cérebro”, um corpo dentro de outro corpo! Em qualquer ser vivo. Animal ou planta! Em cada ser vivo, com a sua especificidade de ADN. E quão grande é a sua variedade!

Fui criada no acto da “concepção”, simultaneamente com o corpo que me suporta e que eu animo, sendo completamente interdependentes: ele não vive sem mim, eu não vivo sem ele.

E, assim como aparecemos em acto simultâneo, em acto semelhante iremos desaparecer. Para sempre… E como se nunca tivéssemos existido… Uma passagem no Tempo, passagem que aconteceu por puro acaso, no turbilhão dos modos de vida que inundam planetas onde ela seja possível, com esta forma, a única que conhecemos… (Haverá outras? Quem sabe o que se passa nesses desconhecidos infinitos e eternos Espaço e Tempo?)

Foi no planeta Terra! Foi neste Tempo! Poderia ter sido há um milhão de anos ou daqui a um milhão de anos. Mas não: para o humano de hoje, FOI AGORA, durante cerca de 100 anos, nos anos 2000… E outra oportunidade jamais lhe será concedida. Ou a aproveita ou perde-a para sempre…

Nos humanos, eu sou inteligência emocional e racional; eu sou linguagem, música, ritmo, matemática; eu sou Ciência, curiosidade, AMOR, mas também ÓDIO, ternura e violência, sagacidade e… estupidez, generosidade e egoísmo, altruísmo e avareza. Querer!

Desejos… muitos desejos! De lutar por um mundo melhor, ou apenas por uma vida melhor, por alcançar um amor, uma fortuna, uma riqueza… Ambição, quantas vezes desmedida que leva à perdição…

Construtora de ideais inalcançáveis, de sonhos irrealizáveis, de desejos proibidos…

Muito de tudo isso, provocado, incentivado pelo corpo que me sustenta e que eu animo, dirijo, comando… mas que se me apresenta com tantas exigências e necessidades, santo Deus!

Só uma pena me existe: TER DE ACABAR ALI TÃO "CEDO", COM ESTE CORPO QUE, INEVITAVELMENTE, ENVELHECE, SE DEGRADA, FORÇOSAMENTE SE ACABANDO, UM DIA, ARRASTANDO-ME COM ELE.

Enfim: partilhámos a mesma aventura de VIDA, no nascimento e… no DESAPARECIMENTO ETERNO! Porque pertencemos ao Tempo!

Mas é um lamento pouco inteligente! Afinal, porque ter o desejo de se ser ETERNO se sabemos de certeza absoluta que isso é impossível para qualquer ser que pertence ao TEMPO? Ser que, um dia, começou?...

Nesse dia, diremos ainda, com o sorriso possível: ADEUS! ADEUS! ADEUS!

Até lá, é VIVER, VIVER, VIVER E… SORRIR ou RIR a plenos pulmões de toda esta saga de VIDA que nos continua benevolamente acontecendo…

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