quinta-feira, 23 de março de 2023

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 373/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 67/?

 – Fantástico! Fantástico seria ver a nova vida daqueles que ressuscitaram! Que vida? Que perspectivas? Que emoções? Que ideia de Céu ou de inferno? Que paixões?… Tantas perguntas que lhes teríamos feito se lá tivéssemos estado! E João… nada! É, pelo menos, muito estranho!

João que é o único a dizer: “E aquele que viu, dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. E ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.” (Jo 19,35)…

Ora se ele viu, estava lá no momento em que todos aqueles mortos saíram dos túmulos, como narra Mateus, e não relata nada daquele fantástico “divino”, “divino” que deve ter fascinado todos os que o presenciaram, ficando-lhes gravado na memória para o resto das suas vidas, deduzimos que João nada viu porque, simplesmente, nada aconteceu… E são mais uma enorme quantidade de milagres falsos… Ora, se estes são claramente falsos, que poderemos dizer dos muitos outros narrados pelos evangelistas? Cada um que tire as suas conclusões…

– O encontro de Jesus ressuscitado com Maria Madalena faz-nos lembrar o seu encontro romântico, enquanto vivo, com a samaritana… “Jesus: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Maria: «Se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste para eu ir buscá-Lo.» Jesus: «Maria!» Maria: «Rabuni!» (que em hebraico quer dizer “Mestre”). Jesus: «Não Me segures porque ainda não voltei para o Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: ‘Subo para junto de meu Pai, que é o vosso Pai, para junto do meu Deus que é o vosso Deus.’» (Jo 20,15-17)

– O que quer Jesus dizer com “Ainda não fui para o Pai”? O que seria ir para o Pai? E, afinal, é Deus com Ele ou o Pai é o seu Deus?

E mais uma vez, aquele “Subo…”… Bem, evidentemente, era a única linguagem que poderia utilizar para ser minimamente entendido pelos do seu tempo que não sabiam que não há lá em cima nem cá em baixo, pois a Terra está rodeada apenas de atmosfera e vagueia pelo Universo acoplada ao Sol que lhe dá VIDA…

A relação de Jesus com Maria Madalena parece situar-se ao nível da predilecção pelo discípulo amado ou o amor pela família de Lázaro… Continua-se estranhando é a ausência de Maria, sua Mãe…

No entanto, é sintomático – e uma certa luta contra o machismo reinante na época bíblica – ser uma mulher a primeira contemplada com a suposta aparição de Jesus depois da sua suposta ressurreição e ser incumbida de ir dar a boa nova aos irmãos, termo que talvez, aqui, fosse mais apropriado ser substituído por discípulos.

Louvor a João que assim dignificou a mulher!

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