sexta-feira, 20 de maio de 2022

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 349/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. JOÃO – 43/?

 – “«Agora, o Filho do Homem vai ser glorificado e também Deus será nele glorificado. E se a glória de Deus vai aparecer no Filho, também aparecerá no Pai. Tudo isto vai acontecer sem demora.»” (Jo 13,31-32)

– Perceberam? Perceberam alguma coisa além de que aquilo que não perceberam vai acontecer sem demora?

Estranho! Estranhíssimo! Como é que João acaba esta ceia sem se referir à instituição da Eucaristia com a partilha do pão e do vinho, dando a comer dele e a beber a todos os discípulos? Os três outros evangelistas referem-no. A igreja considera este momento o ponto alto da vida de Jesus, celebrando na missa este partilhar do pão e do vinho, cumprindo a ordem-desejo de Jesus: “Fazei isto em memória de Mim.” E João nada refere?

É! Há momentos importantes a que uns parecem dar importância, outros não. Mas, nos anos que se seguiram à morte de Jesus, e enquanto João foi vivo, certamente comemorava-se a sua morte e ressurreição com a partilha do pão. Era este o gesto que de algum modo identificava os cristãos.

– Poderíamos ainda perguntar: “Como é que aquele pão e aquele vinho, já corpo e sangue de Jesus, segundo a Fé (e é preciso ter muita fé para acreditar numa invenção destas!), não “redimiram” o desgraçado do Judas que também os saboreou… e não alterou o rumo dos acontecimentos?” (Lc 22,21) Teríamos de repetir, cinicamente, que tal seria impossível pois era preciso que as Escrituras se… cumprissem!

–“«Meus filhos, vou ficar convosco só mais um pouco. Ireis procurar-Me e Eu digo-vos agora o que já disse aos judeus: para onde Eu vou vós não podeis ir. Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros. Assim como Eu vos amei, também vós deveis amar-vos uns aos outros. Se tiverdes amor uns para com os outros, todos reconhecerão que sois meus discípulos.»” (Jo 13,33-35)

– O “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” é sem dúvida um grande mandamento! Um mandamento novo! Um mandamento que anula a omnipotente Escritura! Que pena que a Escritura não tivesse podido ser toda anulada, para que Jesus não tivesse que morrer tão cedo e… de tal modo! Mas certamente, se um de nós lá estivesse e dissesse tal coisa a Jesus, não sei se não ouviria, em voz agastada: “Vade retro, Satanás, que Me estás tentando a não cumprir a vontade de meu Pai!” E era pena! Muita pena! É que aquele de nós que o fizesse só quereria ser simpático! Só quereria que nada daquela violência nonsense acontecesse. Só quereria que Jesus ficasse mais tempo connosco para esclarecer todas as nossas dúvidas. Só quereria… Tantas coisas, meu Deus! Tudo menos a incompreensível morte de Jesus para obedecer a umas Escrituras, seguindo-se a complicada ressurreição cuja (in)veracidade em breve atormentará o nosso espírito…

Mas, mais uma vez, Jesus não respondeu a uma pergunta-chave! Não nos diz para onde vai. Apenas que não podemos ir para onde Ele vai…

Ou então, dir-nos-á que vai para o Pai e… ficamos na mesma… ignorância! É pena, não é?!

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