quinta-feira, 12 de maio de 2022

Da possível hipótese de um Deus-Criador do Universo, da Terra e do Homem, neles

 

Que credibilidade merecerá tal hipótese?

(E voltamos ao eterno dilema entre criacionistas e evolucionistas)

 É, sem dúvida, aliciante admitir um Deus-Criador do Universo, da Terra e do Homem, neles. Muitos dos mistérios da vida ficariam explicados.

Mas que tal seja a VERDADE da Vida e de tudo o que a rodeia estará longe de qualquer consenso porque sem qualquer base científica que a sustente.

E será possível admitir um geocentrismo e um antropocentrismo, baseados no facto de a Terra estar plena de VIDA, todo o ser vivo tendo um ADN próprio e o Homem ter um ADN tão específico, em que uma pequeníssima diferença dos outros seres vivos faz toda a diferença, dando o grande salto para a inteligência abstracta, a consciência e o livre arbítrio?

Vejamos:

1 – A matéria e energia que constituem o Universo que nos é dado perceber e que a Ciência tem vindo a desvendar, são de tal dimensão e dispersão em aglomerados de astros, desde as estrelas com seus planetas às galáxias, às nebulosas, à matéria escura, que não temos qualquer hipótese de saber se a Terra e o Homem nela serão uma singularidade. Afirmá-lo seria de uma total insensatez. Será muito mais sensato inferir do muito (que é tão pouco, santo Deus!) que conhecemos deste Universo visível que haverá muitas “Terras” e muitos seres vivos nelas, com ADNs semelhantes ou com ainda mais capacidades que as que conhecemos nos seres vivos, no topo dos quais está, por enquanto, o Homem. (Não esqueçamos que a evolução continua e tudo está em contínua mudança/transformação, incluindo obviamente a espécie humana, integrada que está no Tempo universal e na contínua evolução da qual, aliás, foi resultante).

2 – Admitir um Deus-Criador do Universo e também criador de uma singularidade, nesse Universo, da Terra e do Homem, seria totalmente redutor, apoucando-se tal personagem, como se fosse um humanóide superior que se divertia (e já falamos de emoções ao modo humano) a experimentar ADNs de diversos tipos nos seres vivos que, directa ou indirectamente (por evolução das capacidades energéticas da matéria) iria criando. Mas incapaz de controlar o todo-poderoso livre arbítrio com que brindara o Homem… Ora, tal personagem nunca poderia ser Deus cuja definição engloba o ser ETERNO E INFINITO, OMNISCIENTE E OMNIPOTENTE, logo, TODO-PODEROSO.

3 – É perfeitamente compreensível e aceitável intelectualmente que o Homem tenha vindo por evolução de um ramo dos primatas e que o seu ADN tenha adquirido especificidades como a inteligência capaz de abstrações e de construções inventivas, bem como a consciência moral e da sua própria finitude, por pertencer ao Tempo, e ainda o seu livre arbítrio (cuja liberdade nem sempre é total porque condicionada por imensos factores endógenos e exógenos).

Uma comparação/explicação estará no nosso próprio cérebro. Ele não é senão matéria e, no entanto, produz ideias, tem emoções, controla o livre arbítrio e a consciência, estando nele sediadas todas as capacidades do ser vivo. A experiência desta realidade é fácil de confirmar: basta qualquer parte do cérebro ser afectada, para que as funções que lhe estão atribuídas – cálculo, raciocínio, emoções, vontade, linguagem, etc. – deixem de existir.

(A razão pela qual não houve mais evoluções do tipo da do Homem, em primatas, talvez um dia venhamos a encontrá-la).

4 – Desconhecemos totalmente a dimensão deste Universo, em matéria e energia. Só sabemos já medir distâncias em anos-luz de milhões e de milhares de milhões. Mas algum dia conseguiremos saber onde acaba e para onde vai, já que está em contínua expansão, por efeitos do Big Bang? E são colossais as dimensões de matéria e energia e as distâncias impossíveis de percepcionar pela nossa limitadíssima inteligência…

5 – Sabemos também que tudo está em perpétuo movimento, em contínua transformação, desde os átomos às galáxias, seres vivos e não vivos, nada sendo hoje o que foi ontem nem o que será amanhã. Assim, talvez pudéssemos admitir um Deus-Criador que deu à matéria a energia necessária para desabrochar em vida, quando os movimentos tectónicos, telúricos ou astrais para tal tivessem capacidade ou oportunidade. Mas teria de ser realmente um SER INFINITO E ETERNO, OMNIPOTENTE E OMNISCIENTE, a própria matéria e a mesma energia que tudo enformam e movimentam fazendo parte d’Ele, podendo definir-se como O TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, sendo Ele o ESPAÇO INFINITO onde esse tudo actua, desde sempre e para sempre. ETERNAMENTE!

6 – E, sendo Deus o Espaço infinito, pode nele existir não apenas este Universo – que já é colossal! – mas milhares de milhões de milhões de outros, sendo inesgotáveis a matéria e a energia que os informam e formam, embora mensuráveis e sujeitas ao Tempo, nas suas diversíssimas formas de seres, vivos ou não vivos, sejam átomos sejam estrelas...

7 – Forçados que somos – pelos factos – a admitir que tudo está em contínuo movimento e contínua transformação, não sabemos como será/estará a Terra e, nela, o Homem, por exemplo, daqui a mil milhões de anos. E poderíamos fazer n perguntas sobre o assunto. Apenas uma, para exemplo: “Como será o cérebro e como se comportará ele naquele tão longínquo tempo?”

CONCLUSÃO – Adoramos viver neste tempo tão fantástico, apesar de todos os horrores que o Homem continua a praticar contra o seu semelhante e contra a sua Mãe-Terra. Mas que felicidade o poder pensar tudo isto, tentando descobrir a VERDADE da VIDA, desta nossa Vida tão curta mas tão cheia de magia!

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