Que credibilidade merecerá tal hipótese?
(E voltamos ao eterno dilema entre criacionistas e
evolucionistas)
Mas que tal seja a VERDADE da
Vida e de tudo o que a rodeia estará longe de qualquer consenso porque sem
qualquer base científica que a sustente.
E será possível admitir um
geocentrismo e um antropocentrismo, baseados no facto de a Terra estar plena de
VIDA, todo o ser vivo tendo um ADN próprio e o Homem ter um ADN tão específico,
em que uma pequeníssima diferença dos outros seres vivos faz toda a diferença,
dando o grande salto para a inteligência abstracta, a consciência e o livre
arbítrio?
Vejamos:
1 – A matéria e energia que
constituem o Universo que nos é dado perceber e que a Ciência tem vindo a
desvendar, são de tal dimensão e dispersão em aglomerados de astros, desde as
estrelas com seus planetas às galáxias, às nebulosas, à matéria escura, que não
temos qualquer hipótese de saber se a Terra e o Homem nela serão uma
singularidade. Afirmá-lo seria de uma total insensatez. Será muito mais sensato
inferir do muito (que é tão pouco, santo Deus!) que conhecemos deste Universo
visível que haverá muitas “Terras” e muitos seres vivos nelas, com ADNs
semelhantes ou com ainda mais capacidades que as que conhecemos nos seres
vivos, no topo dos quais está, por enquanto, o Homem. (Não esqueçamos que a
evolução continua e tudo está em contínua mudança/transformação, incluindo
obviamente a espécie humana, integrada que está no Tempo universal e na contínua
evolução da qual, aliás, foi resultante).
2 – Admitir um Deus-Criador
do Universo e também criador de uma singularidade, nesse Universo, da Terra e do
Homem, seria totalmente redutor, apoucando-se tal personagem, como se fosse um
humanóide superior que se divertia (e já falamos de emoções ao modo humano) a
experimentar ADNs de diversos tipos nos seres vivos que, directa ou
indirectamente (por evolução das capacidades energéticas da matéria) iria
criando. Mas incapaz de controlar o todo-poderoso livre arbítrio com que
brindara o Homem… Ora, tal personagem nunca poderia ser Deus cuja definição
engloba o ser ETERNO E INFINITO, OMNISCIENTE E OMNIPOTENTE, logo,
TODO-PODEROSO.
3 – É perfeitamente
compreensível e aceitável intelectualmente que o Homem tenha vindo por evolução
de um ramo dos primatas e que o seu ADN tenha adquirido especificidades como a
inteligência capaz de abstrações e de construções inventivas, bem como a
consciência moral e da sua própria finitude, por pertencer ao Tempo, e ainda o
seu livre arbítrio (cuja liberdade nem sempre é total porque condicionada por
imensos factores endógenos e exógenos).
Uma comparação/explicação
estará no nosso próprio cérebro. Ele não é senão matéria e, no entanto, produz
ideias, tem emoções, controla o livre arbítrio e a consciência, estando nele
sediadas todas as capacidades do ser vivo. A experiência desta realidade é
fácil de confirmar: basta qualquer parte do cérebro ser afectada, para que as
funções que lhe estão atribuídas – cálculo, raciocínio, emoções, vontade,
linguagem, etc. – deixem de existir.
(A razão pela qual não houve
mais evoluções do tipo da do Homem, em primatas, talvez um dia venhamos a
encontrá-la).
4 – Desconhecemos totalmente
a dimensão deste Universo, em matéria e energia. Só sabemos já medir distâncias
em anos-luz de milhões e de milhares de milhões. Mas algum dia conseguiremos
saber onde acaba e para onde vai, já que está em contínua expansão, por efeitos
do Big Bang? E são colossais as dimensões de matéria e energia e as distâncias
impossíveis de percepcionar pela nossa limitadíssima inteligência…
5 – Sabemos também que tudo
está em perpétuo movimento, em contínua transformação, desde os átomos às
galáxias, seres vivos e não vivos, nada sendo hoje o que foi ontem nem o que
será amanhã. Assim, talvez pudéssemos admitir um Deus-Criador que deu à matéria a energia necessária para desabrochar em
vida, quando os movimentos tectónicos, telúricos ou astrais para tal tivessem
capacidade ou oportunidade. Mas teria de ser realmente um SER INFINITO E
ETERNO, OMNIPOTENTE E OMNISCIENTE, a própria matéria e a mesma energia que tudo
enformam e movimentam fazendo parte d’Ele, podendo definir-se como O TODO ONDE
TUDO SE INTEGRA, sendo Ele o ESPAÇO INFINITO onde esse tudo actua, desde sempre
e para sempre. ETERNAMENTE!
6 – E, sendo Deus o Espaço
infinito, pode nele existir não apenas este Universo – que já é colossal! –
mas milhares de milhões de milhões de outros, sendo inesgotáveis a matéria e a
energia que os informam e formam, embora mensuráveis e sujeitas ao Tempo, nas
suas diversíssimas formas de seres, vivos ou não vivos, sejam átomos sejam
estrelas...
7 – Forçados que somos –
pelos factos – a admitir que tudo está em contínuo movimento e contínua transformação,
não sabemos como será/estará a Terra e, nela, o Homem, por exemplo, daqui a mil
milhões de anos. E poderíamos fazer n
perguntas sobre o assunto. Apenas uma, para exemplo: “Como será o cérebro e como
se comportará ele naquele tão longínquo tempo?”
CONCLUSÃO – Adoramos viver
neste tempo tão fantástico, apesar de todos os horrores que o Homem continua a
praticar contra o seu semelhante e contra a sua Mãe-Terra. Mas que felicidade o
poder pensar tudo isto, tentando descobrir a VERDADE da VIDA, desta nossa Vida
tão curta mas tão cheia de magia!
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