domingo, 21 de fevereiro de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 298/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. LUCAS – 14/?

 – Que humana a história da mulher que perdeu a moeda, sustento da sua vida, e a volta a encontrar! E dirá às vizinhas: “«Alegrem-se comigo, porque encontrei a moeda perdida!» Da mesma maneira, digo-vos que há alegria entre os anjos de Deus cada vez que um pecador se arrepende dos seus pecados.” (Lc 15,9-10)

– Gostaríamos era de saber como é aquela alegria entre os anjos de Deus! Que risinhos, que cânticos, que danças, que… bebedeiras de néctares divinos!

E com que bocas sorrirão? Com que vozes entoarão canções? Com que pupilas gustativas se deleitarão em deliciosas bebidas?!…

Ou - creio que nos repetimos - não há anjos, nem vozes, nem bebedeiras, porque tudo é símbolo de um Céu que criámos à nossa imagem e semelhança, mas que, se existe realmente, tem de ser outro Céu que seja apenas um estado de alma - que é de espíritos que se trata - em que todo o enlevo da presença de Deus nos consome e nos “tortura” de prazer contínuo e eterno…

Estranho é que Jesus assuma tal linguagem de anjos a alegrarem-se e de céu a comemorar vitórias sobre o pecado… Não poderia usar linguagem mais apropriada à realidade? (Isto aceitando que os espíritos/almas/o imaterial que o nosso cérebro produz subsistem para além desta vida, o que manifestamente é incomprovável…)

Outra história narrada apenas por Lucas e colocada na boca de Jesus, é a do Filho Pródigo.

Excelente narrativa! “«Pai, dá-me parte da herança que me cabe.» E partiu para um lugar distante.” E esbanjou o dinheiro em vida desregrada… E teve de guardar porcos, comendo da sua comida… “Vou ter com o meu pai e dizer-lhe: «Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço que me chamem teu filho. Trata-me como um dos teus empregados.»” E o pai fez uma grande festa, matando o novilho gordo… Mas o filho mais velho não gostou: “«Eu trabalho para ti há tantos anos, nunca desobedeci a nenhuma ordem tua; e nunca me deste um cabrito para eu festejar com os meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que devorou os teus bens com prostitutas, mataste logo o novilho gordo!» Então o pai disse-lhe: «Meu filho, tu estás sempre comigo e tudo o que eu tenho é teu. Mas era preciso fazer uma festa e alegrarmo-nos porque o teu irmão estava morto e voltou a viver, estava perdido e apareceu.»” (Lc 15,12-32)

– Que humanidade revela a alegria deste pai!

Mas… que humanidade pretendia Jesus, contando-nos esta história? Não merecia aquele filho castigo em vez de festa? Ou o “comer com os porcos” e o reconhecer o seu erro foi-lhe castigo suficiente?

Para o “Céu”, lembra-nos a história do pastor que deixa as noventa e nove ovelhas e parte à procura da que se tinha perdido…

E a maior alegria que há no céu por um pecador arrependido do que por noventa e nove justos que não pecaram…, a tal alegria que não sabemos com que risinhos se expressará!

Encantados embora com tais histórias, pena é não percebermos onde é que realmente está o Céu que nelas se aponta, nem o “pai” ou o “pastor” que se alegrará por voltarmos ao rebanho ou à casa paterna… Se conseguíssemos!… Se fosse clara a ponte entre esta Terra e este Céu!… Mas… tudo parece não passar além da esfera do humano e da valorização dos nobres sentimentos do Homem, em detrimento dos baixos instintos de raiva e ódio a que somos tão propensos, sendo-o pouco ao amor e à misericórdia!…

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