sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 291/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. LUCAS – 9/?

– É também Lucas o único a narrar a linda e edificante história do bom samaritano. Escreve bem este Lucas! “Um certo doutor da Lei, querendo experimentar Jesus, perguntou-lhe: «Mestre, que devo eu fazer para ter como recompensa a vida eterna?» Jesus respondeu: «O que é que está escrito na Lei e como a entendes tu?» Disse o doutor: «Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e amarás o teu próximo como a ti mesmo.» Jesus disse-lhe: «Respondeste bem. Faz isso e terás a vida eterna.» Mas o doutor da Lei, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: «E quem é o meu próximo?»” (Lc 10,25-29)

– Jesus respondeu com a parábola do homem atacado por ladrões e que, maltratado e caído na berma da estrada, é desprezado pelo sacerdote que o vê mas passa ao lado, desprezado pelo levi que também o vê mas também passa adiante e é socorrido pelo samaritano que teve compaixão dele e o tratou. Então, perguntou ao doutor: “«Qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?» E ele respondeu: «Aquele que usou de misericórdia para com ele.» E Jesus concluiu: «Vai e faz o mesmo.»” (Lc 10,36-37)

– A história é exemplar! Tremendamente humana! Embora nos deixe as eternas dúvidas acerca do divino… No A.T., apesar de prevalecer o amor a Javé, e o “Olho por olho”, apela-se algumas vezes para o amor ao próximo (Lv 19,18; Pr 24,18; Eclo 10,6; Mq 6,6-8). No entanto, a mensagem que Jesus quer fazer passar é clara. A evocação da Lei é certamente para reforçar tal mensagem.

E já noutros lugares, perguntámos o que é realmente amar a Deus com todo o entendimento, com todas as forças, com toda a alma, com todo o coração. Alguém saberá dizer-no-lo?

Finalmente - ou mais uma vez! - a resposta à nossa angustiante pergunta, a que também o doutor da Lei - e acreditemos que de boa fé… - não sabia responder ou não compreenderia a resposta: “Como alcançar a vida eterna?” - “Amar o próximo” é a resposta entendível, compreensível por nós humanos, já que não sabemos o que é realmente “amar a Deus”. Mas… - também mais uma vez! - não passamos além do humano. E a ponte que quiséramos estabelecer entre a Terra e o Céu, entre o humano e o divino, entre o Homem e Deus, entre termos apenas esta vida ou também a eterna, esvai-se em nevoeiro, deixando-nos Cristo de mãos e mentes vazias sem saber afinal a que realidade nos agarrarmos.

É! Acaso o “amar o próximo” nos arranca da Terra, da nossa condição humana e nos transporta para o Céu, no Além da morte? E não é isso que nós queríamos saber? E não é isso que ficamos sem saber? E não terá sido isso que realmente o doutor da Lei quereria saber?

E certamente não acreditou em Cristo porque, compreendendo embora qual o próximo daquele homem maltratado, não conseguiu ver como tal acto o levaria ao Céu e à imortalidade e… à vida eterna! Tal como nós!…

Enfim, apenas notemos a “farpa” lançada por Jesus contra o sacerdote e o levi que, sendo homens do Templo e do serviço de Deus, nada fizeram por alguém que de tanto auxílio necessitava… Seria o Jesus-homem ou o Jesus-Deus que tal “farpa” congeminou?…

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