sábado, 1 de novembro de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 36/?

À procura da VERDADE no livro dos NÚMEROS - 4

- Segue-se agora outra história de terror… divino! Os filhos de Israel 
prostituíram-se com as madianitas que os convidaram a comer dos 
sacrifícios aos seus deuses e a adorá-los. E “a ira de Javé 
inflamou-se contra Israel.” Javé mandou matar todos os que se 
prostituíram e ordenou a Moisés: “Atacai e derrotai os madianitas, 
pois eles atacaram-vos com as suas seduções (…) (Nm 25,1-18) E mais 
tarde: “Executa a vingança dos filhos de Israel contra os madianitas.” 
(Nm 31,2) “(…) - E eles guerrearam e mataram todos os homens.” 
(Nm 31,7) Mas Moisés fica furioso: “Porque deixastes as mulheres 
com vida? (…) Matai todas as crianças do sexo masculino e todas as 
mulheres que tiveram relações sexuais com homens.” (Nm 31,15 e 17)
- A isto chamaram “guerra santa”! Mata-se e extermina-se em nome 
de Javé, sendo o próprio Javé a ordenar tal extermínio. É mais 
um nonsense de Deus, aproveitado posteriormente por Maomé que 
apregoa tal guerra no Alcorão e a torna vida, ainda hoje, por esse 
mundo muçulmano fora… Quantos inocentes morreram, quantos não 
morrem por causa desta saga bíblica? Quantos? E ainda chamam sagrado 
e divino a este livro que dá pelo nome de Bíblia? E nela se baseiam 
as três religiões monoteístas, sendo o maometismo um espúrio 
bastardo da mesma Bíblia, mas que conquistou quase meio mundo, pelo 
terror da espada: “ou te convertes ou morres”? Quem pode ficar calado 
perante este autêntico atentado à dignidade de se ser humano? Pior: 
quem pode continuar a apregoar este livro como sagrado e fazendo 
parte de uma Bíblia que se apresenta, melhor, que os mentores religiosos 
apresentam como livro de exemplo e de vida?
- O que Javé continua a não dispensar são os sacrifícios ou holocaustos. 
“Javé disse a Moisés: Ordena aos filhos de Israel: Apresentai-Me no 
devido tempo as minhas ofertas, os meus alimentos e as ofertas queimadas 
de perfume agradável: (…) cada dia, dois cordeiros de um ano, perfeitos, 
como holocausto perpétuo (…) (Nm 28,1-3) E as normas são ridiculamente 
pormenorizadas e… longas. É que os sacrifícios são diários, ao sábado, 
na festa da Lua nova, na festa da Páscoa, na festa das Semanas, na festa 
das Aclamações, na festa da Expiação, na festa das Tendas,… e quanto 
maior a festa – claro! – maior o animal sacrificado ao odor de Javé! 
(Nm 28-29)
- Não repetiremos que, obviamente, era a gulodice dos sacerdotes do Templo 
que tal exigia do povo, dizendo ser ordem de Javé para que não houvesse 
“críticas”! Aqui, tal gulodice ultrapassa toda a decência: dois cordeiros por dia 
indica-nos como proliferava a classe sacerdotal e os muitos que viviam à 
custa do povo, escudados no pertencer ao Templo! E o povo, tal como 
hoje neste e noutros domínios, continuou a alimentar aquela classe parasitária 
mas que detinha o poder sobre o corpo e sobre as almas…
- O livro termina: “São estas as ordens e normas que Javé ordenou aos filhos de 
Israel (…)” (Nm 36,13)
- E nós, frustrados, é-nos de certeza lícito perguntar se tais normas não são 
puramente humanas e com pouco ou quase nada - ou… NADA! - de divino. 
Será mais um abusar da religião em cujo Deus gostaríamos de acreditar, por 
parte dos legisladores do tempo ou… do Templo e, com certeza, em proveito 
próprio, como temos vindo a referir. Nada adiantará aos teólogos 
argumentarem que a Bíblia é toda ela metafórica e que tem de ser lida tendo 
em conta a mentalidade da época em que foi escrita. Por tudo quanto 
comentámos, fácil nos é concluir que “Números” é mais um livro que não 
deveria constar da Bíblia dita sagrada! Quando muito, ou apenas, um livro 
que interessa à história de Israel. Mais nada! E, como vimos, uma história 
recheada de sangue e de cobiça.
- É: de palavras de vida eterna, de respostas à nossa sede de eternidade ou
do Além… nada, absolutamente nada! Resta-nos aquela máxima, máxima
de fraternidade universal – certamente num raro rasgo de luminosidade de
Javé ou do escriba por ele inspirado! – do Levítico, 19:
“Ama o próximo como a ti mesmo.”!

1 comentário:

  1. Antes de passarmos à análise crítica do último livro do Pentateuco, o Deuteronómio, vamos ocupar o nosso espírito com dois textos: o primeiro, filosófico, "À volta dos conceitos de infinito e eterno"; o segundo, mais polémico, sobre o poder da oração: "Rezar é bom e faz bem". Sobre ambos os temas, muito gostaria de ouvir a vossa opinião.

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