terça-feira, 1 de julho de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 26/?


 

 
 


À procura da VERDADE no livro do Êxodo - 10

 
- E o rito imposto por Javé para a consagração dos sacerdotes? Ouçam:
 
“Toma um bezerro e dois carneiros sem defeito, pães sem fermento,
bolos sem fermento amassados com azeite, broas sem fermento untadas
com azeite. Prepara-os com flor de farinha de trigo, coloca-os numa cesta
e trá-los; traz também o bezerro e os dois carneiros. Manda que Aarão e
os seus filhos avancem (…) lava-os (…) toma as vestes (…) coloca o
turbante (…) toma o óleo (…) Leva o bezerro (…) Imola o bezerro (…)
Toma uma parte do sangue e (…) ungirás as pontas do altar, derramando
o resto do sangue ao pé do altar. Toma toda a gordura, (…) a membrana
gordurosa do fígado, os dois rins (…) e queima-os no altar. Queima fora
do acampamento a carne do bezerro juntamente com a pele e os intestinos.
É um sacrifício pelo pecado. Toma depois um dos carneiros (…) Queima assim
todo o carneiro, fazendo subir o fumo dele sobre o altar. É um holocausto
a Javé, é um perfume de suave odor, uma oferta queimada em honra de Javé.”
(Ex 29,1-18)

- E a fértil imaginação do autor continua, sempre requintando pormenores!
Mas… basta! Estes e outros requintes que aqui se omitem degradam tanto
a imagem de Javé que nos recusamos linearmente a aceitar tais escritos como
verdadeiros e muito menos como relatos proferidos por Javé. Este autor
descrevia certamente tradições ancestrais que homens dedicados ao Templo
- que sempre os houve, que mais fácil era passar o dia sem fazer nada, vivendo
na opulência, comendo e bebendo à custa do povo, lendo e pregando aquilo
que lhes convinha dizer a esse mesmo povo, para que este, no “santo” temor
de Deus, não faltasse com as suas dádivas generosas: “ Aceitareis a oferta de
todos os que generosamente a oferecerem.” (Ex 25,1) - escreveram, inventaram,
aperfeiçoaram de modo a servir o melhor possível os seus intentos, tudo em
nome ou pela boca de Javé… Como se invocava tantas vezes o Santo Nome de
Deus em vão, mandando às malvas o segundo mandamento! Como, já naquele
tempo, a religião era modo de vida para muitos! Quanto mais cerimónias,
melhor! Quanto mais ritos, melhor! Quanto mais aparato de imolações e de
sangue a correr e a aspergir o altar e suas redondezas, melhor! Era a epopeia
dos ritos! A teofania em espectáculo, espectáculo de imolações, sangue,
“perfume” da carne que se ia queimando…
 
 

- Realmente, essa de Javé se deliciar com o perfume de suave odor da carne queimada
do boi e do carneiro, requintadamente distinguindo as entranhas de outras partes,
é o cúmulo! O cúmulo do ridículo! O cúmulo do nonsense! Como não viu o autor,
dito inspirado, que tais pérfidas maquinações rituais apresentavam à posteridade
um Deus mesquinho e doentio, um Deus impossível? Mais: como se pode apresentar
tal livro como sagrado e de inspiração divina, não permitindo os “iluminados” de hoje
profunda crítica e… repúdio?

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