quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? Análise crítica - Antigo Testamento (AT) (6/?)

INTRODUÇÃO VI
 
O Antigo testamento
 
- “O Antigo Testamento é uma colecção de 46 livros, onde encontramos
a história de Israel (…). É a História e um povo: mostra como surgiu,
como viveu escravo no Egipto, como possuiu uma terra, como foi governado,
quais as relações que teve com outras nações, como estabeleceu as suas
leis e viveu a sua religião. Apresenta os seus costumes, a sua cultura,
os seus conflitos, derrotas e esperanças.” (Introdução ao Antigo Testamento,
ibidem)
- Como é possível? Como é possível fazer livro de revelação divina,
base da existência de Deus, de um céu e de um inferno, a História de
um povo que vai construindo ao longo de gerações, as suas leis, umas de
convivência social, outras apelando para o divino, História de histórias,
bonitas sem dúvida, mas que podem não passar disso mesmo e serem apenas…
HISTÓRIA?
- “Nada do que se conta a respeito de Israel está desligado do seu
relacionamento com Javé. (…) O Antigo Testamento mostra como esse
povo se comportou em relação a Javé.” (idem)
- Como é possível que Javé ordene de tal modo as coisas que não deixa
qualquer iniciativa ao povo ou seus dirigentes? Não será simplesmente a
imaginação do autor “sagrado” a pôr na boca de Javé o que realmente os
homens fizeram ou decidiram fazer, segundo a tradição oral daquele
povo? Com que intenção? A de lhe conferir maior credibilidade, maior
força, mais fácil aceitação? Não deixam de ser estranhas, por exemplo,
aquelas medidas precisas da Arca da Aliança, as madeiras, os oiros…
aquele modo de sacrificar animais, que animais, quando… e tudo ordenado
por Javé! É, no mínimo, estranho!
- “Nesses cinco livros, encontramos histórias e leis que foram postas
por escrito durante seis séculos, reformulando, adaptando, actualizando
tradições antigas e criando novas. (…) As histórias aí contidas, na sua
maioria, nasceram no meio do povo e, primeiramente, eram histórias
de famílias, de clãs e de tribos que procuravam transmitir oralmente, de
geração em geração, ensinamentos e factos. Mais tarde, essas histórias
foram reunidas, modificadas e interpretadas para que todo o povo de Israel
pudesse espelhar-se nelas e para que elas expressassem a fé em Javé,
o Deus que liberta. (…) As leis pertencem a várias épocas e são directrizes
para o povo, nas diversas etapas da sua História.”
(Introdução ao Pentateuco*, ibidem)
- A História do povo de Israel… as histórias contadas de geração em
geração ao longo de seis séculos… as leis de um povo… porquê tudo isto
divino ou inspirado por Deus? Porquê se arroga Israel o direito de ser
“o povo escolhido”, onde Deus realizaria o projecto de Salvação do Homem?
Que credibilidade nos merece tal povo que viveu (e não vive ainda hoje?!…)
no meio de tanta confusão, ao longo de mais de um milénio, desde o cativeiro
no Egipto, passando pelo exílio na Babilónia, até à morte e ressurreição de
Jesus Cristo, morto pelos próprios irmãos que O viram nascer e que
continuam ainda hoje a não acreditar nele?
- E - espanto dos espantos! - como e porquê aceitou Jesus Cristo, aceitaram os
cristãos ao longo da História, aceitamos nós, tal “história” como a base
da nossa salvação eterna ou, simplesmente, da nossa vida eterna, num céu ou
num inferno? Como é possível? É certamente por isso que nós estamos
aqui, duvidando, procurando, questionando, para ver se se fará alguma luz. Não
disse Javé-Deus: “Fiat lux!”? Então, esperemos que se faça luz no nosso
espírito, em todos os espíritos abertos à Verdade, ao questionar essa
mesma Verdade quando se fica na penumbra do mistério e… de uma
duvidosa Fé!…
 
NOTA:
O Pentateuco é o conjunto dos primeiros cinco livros do Antigo Testamento:
Génesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio

Sem comentários:

Enviar um comentário