quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) (5/?)

 
INTRODUÇÃO V
 
Livro da VERDADE
 
- “Este é um livro de verdades absolutas, de verdades para todas as gerações.
É o livro da VERDADE! (…) de certezas eternas, garantidas por Deus.”
- lê-se na Introdução à 3ª edição da Bíblia, da Ed. Paulus.*
Verdade? Nós temos apenas uma verdade absoluta: num dado momento
do tempo, nascemos e logo noutro dado momento morremos. O resto… é
a VERDADE de que necessitamos. E esse resto é tanto! É… praticamente
tudo! É que uma curta vida como esta não tem sentido se não se prolongar
para além dela mesma. E… como se prolonga? Apenas na matéria…
eterna? E que eternidade? Uma eternidade indiferenciada ou uma eternidade
em que cada indivíduo continua mantendo a sua própria individualidade? E
com que espírito? Ou… com que corpo? E onde? Num céu, no tal Reino
dos Céus de tanto agrado de Jesus Cristo? Ou num inferno, também não
poucas vezes referido pelo mesmo Jesus Cristo? E como se alcança?
- É desta VERDADE que andamos à procura. Será que a encontramos? Será
que a Bíblia tem respostas ou… a RESPOSTA? - voltamos a perguntar.
- Mas terá de ser uma resposta que todos entendam e… claramente! Tanto
mais claramente quanto mais for uma resposta divina, venha-nos ela
dos profetas ou do próprio filho de Deus, Jesus Cristo! Ainda se fossem
humanos a escrever, poderia admitir-se alguma penumbra, alguma
confusão, algum obscurantismo na expressão das ideias. Agora Deus?
Deus que pode tudo, sabe tudo, conhece as limitações de todos e
cada um, tem que dizer as coisas tão claramente que a ninguém, a
nenhuma razão restem dúvidas do que realmente lhe acontece, nos
acontece, depois da morte!…
O que aconteceu antes de existirmos pouco ou nada importa. Importa
é o “durante e o “depois”. “Durante” para saber como alcançar o “depois”…
E, para tanto, é necessário saber, sem dúvidas, que “depois” é esse! E esse
“depois” não vemos que possa ser outra coisa senão o céu ou o inferno ou…
simplesmente NADA!!!
- Se é NADA, então gozemos a vida à vontade, comendo, bebendo, rindo,
amando, deixando-nos levar pelas inefáveis forças do prazer e da beleza
que, mesmo assim, terão de ser controladas porque os nossos limites
impõem-nos que “in medio, virtus”, que saber usar os limites é a melhor
maneira de ter o máximo de prazeres. Realmente, que te importa ter um
prazer até para além dos limites se, com ele, perdes a própria vida e,
perdendo-a, perdes tudo e todos os outros pequenos prazeres do comezinho
quotidiano? Objectivo máximo ou único seria: procurar em tudo e em todos,
o prazer de viver. A cada um, a forma de o descobrir, a cada momento de
vida, em cada circunstância, em cada lugar, em cada tempo! E continuaria
a haver o prazer físico do comer, beber, fazer amor… e o espiritual do
olhar o céu e os pores do Sol e a beleza, inebriando-te de sonhos em que
corpo e alma se envolvem tanto que já não saberias se estavas gozando
fisicamente ou espiritualmente… Depois…, vem a morte e com ela…
o NADA, o esquecimento total e absoluto perante o mundo e o Universo se
quiseres e… perante nós mesmos que de nós deixamos de ter consciência.
Acabou-se completamente tudo! E alguém ainda dirá, por pouco tempo
embora: “ No tempo de tal, existiu um tal que fez isto ou inventou aquilo…”
Depois… é o eterno esquecimento!
- É! Isto não deixa de ser estranho! Aparecemos num dado momento do tempo
e, sem escolha, depara-se à nossa frente uma eternidade, assemelhando-nos -
como já uma vez dissemos - a uma semi-recta: com começo e… sem fim!
É… muito estranho! Ou… é um apaixonante mistério?
- E o mais interessante é que o que se passa connosco passa-se com qualquer
ser vivo, com qualquer ser inanimado, do átomo às estrelas, ao próprio
Universo!
- Também com o próprio tempo? A tentação de termos tudo o existente
- espaço e tempo - como categorias de uma eternidade infinita - tudo
existindo num espaço sem limites - é grande! E não será mesmo assim?
Não será o tempo percebido por nós apenas porque nos apercebemos de
um “antes” e de um “depois”, para as coisas, em perpétuo movimento
que realmente não sabemos onde começou e onde vai acabar? Aliás,
porquê querer um princípio? Porquê querer um fim? Porque não considerar
tudo existindo desde sempre - eternidade - mas em contínua transformação,
sempre se movendo, sempre evoluindo ou voltando ao mesmo, de diverso em
diverso, ocupando espaço que o é só porque percepcionamos as coisas e nós
mesmos com um certo volume diferenciado? Mas, bem aprofundadas as coisas,
só temos volume porque nos percepcionamos com X dimensões, pois, na
realidade, somos conjunto de moléculas e de átomos, como o ar que nos
envolve, como o espaço inter-estelar… E como ser “infinito” e “eterno”
são prerrogativas de Deus…
- Quem nos poderá responder? Que Deus, ou melhor, Deus não poderá
revelar-no-lo? Ou - que outra tentação! - não será tudo, tudo, - e nós também -
o Deus que tanto ambicionamos conhecer? Não teremos a RESPOSTA
em… nós?!!!
- Se é céu ou se é inferno, aí…
- Aí, temos de acreditar em Jesus Cristo. Haverá alternativas ou melhores
fontes que os Evangelhos? Mas Jesus Cristo não é nada meigo! Não
contemporiza! Embora perdoe a Maria Madalena, dizendo-lhe: “Vai e
não voltes a pecar.” E… tantas outras coisas! Lá iremos, mais tarde. Até
lá,… goza a vida o melhor que puderes mas… não te esqueças de olhar
o céu!!!
- É que se o objectivo da vida é apenas o prazer, o prazer e viver… não é
apoucado objectivo? Quando chegares ao termo dos teus dias e espremeres o
conteúdo em que os ocupaste, que encontrarás? - Uma mão-cheia de coisa
nenhuma… Tudo consumiste na voracidade da procura do prazer! E este,
mal se goza, logo ali se acaba sem nada deixar a não ser o desejo de se ter
mais, até ao dia em que já nada há para se desejar… Excepto se foi o
prazer de dar, de te dares, de te solidarizares, de te entregares à vida
dos outros. Aí… Mas não nos alonguemos mais. Senão não paramos de nos
questionar e de… infernizar as nossas vidas. Se calhar, tem mesmo de haver
um céu e um inferno! Céu para os que tiveram o prazer de dar… Inferno
para os que só pensaram em receber… Mas uma eternidade a compensar ou a
castigar uma vidazita de apenas os tais setenta, noventa ou cem anos, num
dado tempo e num dado lugar? Assim sendo, onde nos levaria tal realidade?
Se a luz não vier com estas antigas Escrituras, esperemos por Jesus Cristo.
Acreditemos que Ele será a RESPOSTA!
- Vamos então, à procura da VERDADE na Bíblia do Antigo Testamento!
A Bíblia que precedeu e anunciou aquele que disse: “Eu sou o caminho,
a VERDADE e a vida.” Que revelações teremos? O que nos será dado
entender por esse Deus que dizem tê-la inspirado?
- Só uma coisa mais: Que dizer da afirmação: “(…) certezas eternas,
garantidas por Deus”? Quem ousa garantir em nome de Deus, seja o que for,
a não ser o próprio Deus? Que fundamento têm estas garantias a não ser a
garantia da fé? Então,…
 
NOTA:
As introduções e notas referidas ao longo do livro, são as da versão da Bíblia, da
Sociedade Bíblica Católica Internacional, PAULUS 1993.

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