sábado, 12 de outubro de 2013

 
Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (47/?)
PARA ALÉM DO FIM
Cinco momentos de reflexão
I
Fundamento das nossas dúvidas, as dúvidas que estão na base desta “Vida de Cristo” narrada pelo próprio
    Muitos técnicos especialistas em análise de documentos escritos antigos afirmam que Jesus Cristo nunca existiu. Nem mesmo como pessoa histórica. Uma completa efabulação com evidentes interesses religiosos e sociais, primeiro, depois, também económicos e políticos. E os seus argumentos são altamente, irresistivelmente, irritantemente convincentes, baseados em provas de acentuado cunho científico, praticamente irrefutáveis.
    Resumamo-los em 11 ítens:
    1. Pelo trabalho de notáveis mestres de Filosofia e Teologia da Escola de Tubingen, na Alemanha, recorrendo à pesquisa histórica e a exames grafotécnicos, deu-se como provado que a Bíblia, Antigo e Novo Testamentos, não possui qualquer valor histórico, devido à falta de rigor com que aborda personagens e acontecimentos, pressupondo-se pois eivado de falsidade ou de inverdade tudo quanto a Igreja impôs como verdade sobre a inspiração divina da “Sagrada” Escritura e sobre a figura histórica de Jesus Cristo. Aliás, manter que a Bíblia foi inspirada por Deus, deixa Deus em muito má situação pois não só mostra uma inadmissível ignorância acerca da origem do Universo, da Terra e nela a vida, como se transforma ao longo dos séculos, passando de violento no A.T. a um Deus de paz e de amor no N.T. E estes são apenas dois entre muitos outros argumentos possíveis de aduzir para provar a impossibilidade de tal inspiração.
    2. O dia do nascimento de Jesus Cristo foi calculado por Dionísio, o Pequeno, no século VI, marcando o ano 1 do século I, correspondente ao ano 753 da fundação de Roma, com um erro de previsão de cinco a nove anos. Já nos meados do s. IV, a Igreja teve a preocupação em fazer com que o nascimento de Jesus coincidisse e se confundisse com o dos deuses solares, os deuses salvadores, e especialmente com o Deus Invictus que era Mitra. E era justamente o mitraísmo que a religião cristã pretendia absorver. No dia 25 de Dezembro, todas as cidades do império romano estavam iluminadas e enfeitadas para festejar o nascimento de Mitra. Foi um dos grandes trabalhos de mistificação da Igreja, a confluência dos dois nascimentos para a mesma data. Assim, o nascimento do novo deus no princípio do Inverno apagava a lembrança de Mitra da memória do povo. Aliás, desde milénios que as tradições religiosas fizeram com que todos os deuses redentores nascessem em 25 de Dezembro. Esqueceram-se, no entanto, os eclesiásticos do tempo do que Lucas narra no seu evangelho – e isso ficou consagrado, para a História, nos presépios de Francisco de Assis – a saber que os pastores dormiam e tinham os seus rebanhos ao relento, facto que só acontece a partir da Primavera, indo até meados do Outono. Então, o 25 de Dezembro é data impossível para o nascimento de Jesus a quem chamaram de Cristo...
    3. Os escritores do tempo em que supostamente viveu Jesus Cristo, Fílon de Alexandria (c.20 a.C. – c.54 d.C.), Flávio Josefo (c.37 - c.100 d.C.), Justo de Tiberíades (s. I d.C.), Tácito (55-120 d.C.), Suetónio (c.69 - c.126 d.C.) e Plínio, o Jovem (c.61 - c.126 d.C.) fazem-lhe apenas pequenas referências, nos seus escritos. E tais escritos, após terem sido submetidos a exames grafotécnicos, revelaram-se adulterados no todo ou em parte, sendo consideradas aquelas poucas referências interpolações dos séculos III e IV d.C. Além disso, podem não ser feitas ao Cristo dos cristãos já que, significando “Messias” houve, ao tempo, na Galileia e na Judeia, outros pretendentes ao título, tendo os essénios, influente comunidade instalada em Qumran, o seu próprio Chrestus. O estrondoso silêncio destes historiadores, historiadores credenciados pela opinião pública e pela História, arrasa completamente a credibilidade dos arrebatados e estrondosos milagres de JC, milagres narrados pelos quatro evangelistas canónicos, sendo Mateus o seu principal herói, como narrador/inventor de tais acontecimentos. Tudo, portanto, leva a crer que aqueles “acontecimentos” – e tantos foram eles, e tanto contribuíram para divinizar o judeu Jesus! – foram produto da fértil imaginação dos evangelistas, obviamente com interesses político-religiosos; é que se tratava de credibilizar o homem no qual se basearia a nova religião nascente: o cristianismo. Interessante: conseguiram tal objectivo! A explicação nem é difícil. Ela assenta em três factores: 1 – a necessidade de naquele momento o povo judeu necessitar de um Messias que o salvasse do jugo romano; 2 – a proliferação de seitas religiosas, algumas descendo às origens e pureza do judaísmo, opondo-se às “seitas” instaladas, como o grupo dos escribas, dos fariseus e saduceus a dominarem o aparelho religioso, sendo a mais significativa, a dos essénios; 3 – (the last but not the least!) a força da mensagem de JC, num mundo dominado pelos senhores livres que tinham ao seu serviço uma grande comunidade de escravos: a fraternidade universal, considerando todos os Homens iguais e livres, já que todos filhos do mesmo Deus, o mesmo Pai do Céu, prometendo, ao mesmo tempo, aos bons, o Paraíso e aos maus, o Inferno, ressuscitando aqueles para ficarem junto de Deus, estes, para fazerem companhia ao Diabo... Por toda a eternidade!

1 comentário:

  1. Acabada que foi a narrativa de Jesus Cristo, vamos aos fundamentos que a originaram. Fundamentos tanto quanto possível de cunho científico, ou seja, baseados em factos ou nos factos que nos estão disponíveis. Os vossos comentários ou dúvidas serão sempre bem acolhidos. Assim, se dignem coloca-los nesta montra totalmente democrática...

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