sexta-feira, 17 de maio de 2013

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (26/?)


A vida adulta - V
João, o sacerdote
    Nicodemos tinha como amigo um sacerdote do Templo, de nome João, também ele homem influente em Jerusalém. Confrontou-o com o meu aparecimento, um digno sucessor de João Baptista, contou-lhe o que tinha visto e ouvido e como me educara, enviando-me para o Oriente para aí aprender a deslindar o que seria a eternidade, a imortalidade, a vida do Além desconhecido. O que ele, Nicodemos, aprendera das civilizações fenícias, egípcias, persas, mesopotâmicas, gregas, romanas, nitidamente não o satisfazia por não darem suficiente resposta. E a angústia crescia-lhe dia a dia na alma e tinha outro rosto além do seu: o do velho pai que pressentira, embora não expressamente, tê-lo incumbido de encontrar uma resposta para tão magno e vital problema, já que a partida para o Reino dos mortos se lhe desenhava cada vez mais nítida no horizonte do tempo...
    Este João, o sacerdote, era proveniente de famílias abastadas, como aliás quase todos os sacerdotes que viviam a expensas do Templo e da sua riqueza, pois só a lei de todo o povo ofertar ao Senhor, isto é, ao Templo, melhor, aos que nele serviam, com os sacerdotes à cabeça, todas as primícias, além do dízimo, davam para enriquecer qualquer um que soubesse aproveitar a situação. E em todos os tempos e lugares houve sempre quem optasse por tal cómodo estilo de vida...
    João possuía em Jerusalém uma bela casa apalaçada, com um grande salão na parte superior, salão que viria a ofertar-me de bom grado, depois de se ter tornado meu seguidor e amigo, para aí celebrar aquela que veio a ser a minha última ceia. Última porque, nessa mesma noite, seria preso, entregue ao sumo sacerdote Caifás, em casa do qual estavam reunidos os sumos sacerdotes, anciãos e doutores da Lei, enfim, todo o Sinédrio, e, depois de sumariamente julgado, enviado ao procurador romano Pôncio Pilatos para me condenar à morte.
    Foi um banquete em que estiveram os doze apóstolos, João, o sacerdote anfitrião que ficou junto a mim, no centro da mesa, e teve o privilégio de reclinar a cabeça no meu peito, mais algumas mulheres que sempre me acompanharam, sendo a mais bela e pressurosa, a minha dilecta e preferida, Maria Madalena. Enquanto as mulheres serviam, nós, os homens, discutíamos animadamente sobre os motins que poderiam acontecer em Jerusalém pelas festas da Páscoa. Eu profetizava e continuava a vaticinar fins dos tempos muito próximos. Pelo que havia feito no Templo, seria certamente considerado um agitador pela classe sacerdotal, bem mais perigoso do que João Baptista que fora assassinado por muito menos. E era sabido que o núcleo duro da classe sacerdotal, com o sumo sacerdote à cabeça, ao tempo Caifás, não admitia interferências nos negócios do Templo. Também não valia a pena pedir a João, o sacerdote, que intercedesse por mim, pois não conseguiria sozinho opor-se com êxito ao sumo sacerdote. Por isso, não me era difícil prever que iria ter problemas. Quais, ao certo, não sabia, mas que poderiam ser graves ou muito graves, não tinha dúvidas. Para tal evento havia preparado os discípulos e agi como se realmente da última ceia se tratasse. Assim, parti o pão, distribuí o vinho, repeti os últimos ensinamentos, dando o exemplo de humildade, imitando aquela apaixonada mulher que me lavara os pés com lágrimas e os ungira com caríssimo perfume, ao pegar numa toalha e indo lavar os pés a todos os presentes, excepção feita às mulheres. Terminei dizendo que se me acontecesse alguma coisa, que não desanimassem, que eu estaria em espírito com eles até à consumação dos séculos, e que sempre que comessem juntos se lembrassem de mim; enfim, que se amassem uns aos outros como eu os havia amado.

PS:
Oportunamente...
E foi mais um 13 de Maio! As mesmas cerimónias de sempre! Muito aparato, muita ostentação! Muita estrangeirada! E... muita vela, fazendo correr, só em cera, dezenas de milhares de Euros para os cofres do Santuário, dos quais, fatia substancial irá parar ao Banco do Vaticano. Nada de distribuir pelos necessitados e famintos locais ou nacionais... E isto sem contar com as esmolas, algumas chorudas, das promessas feitas à Virgem e, agora, também aos beatos Jacinta e Francisco (Quando vai ser a Lúcia proclamada urbi et orbi “beata”? – Não deve tardar! É que os benefícios monetários que esse “céu” traz à Terra eclesial são abundantes...).
Também, claro, muita fé dos crentes que encheram o recinto. Umas dezenas de milhar!
Quanto a Fátima, já foi tudo dito e quem quiser acreditar no fenómeno, tem toda a liberdade de o fazer. Mas já provámos aqui que tudo não passa de um fenómeno – ou, mais precisamente, um epifenómeno, tendo o clero de Ourém manipulado as mentes daquelas três crianças pobres e famintas, nada se importando com a saúde delas, “deixando” morrer, logo a seguir às supostas aparições, Jacinta e Francisco (c.10 e 9 anos), enclausurando a que escapara com vida, Lúcia, para que ninguém a pudesse questionar verdadeiramente sobre os supostos factos, recorrendo ao método científico-empírico! Tudo camuflado! Assim convinha à Igreja local para atingir os seus objectivos de pôr Ourém-Fátima no mapa do mundo e da Igreja católica. E pasmem, senhores: conseguiram-no brilhantemente! (Sobre a inveracidade de Fátima, vejam-se os textos escritos, nos 13 de Maio anteriores, e a dezena de textos onde se analisou, partindo do interior das supostas mensagens, toda a falsidade de que estão imbuídas, logo, toda a inveracidade delas, impossíveis de ser atribuídas a um ente superior, superior em inteligência e bom senso. Ainda soam aos nossos ouvidos frases absolutamente absurdas, como aquela que rezam os devotos, no terço: “Ó meu Jesus perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno e levai as almas todas para o céu principalmente as que mais precisarem.” É que o fogo do Inferno não há nenhuma prova credível de que exista! E se se trata de levar as almas todas para o céu, são todas e não só as que mais precisarem. Aliás, quais as almas que mais precisam de ir para o Céu? Que non-sense, santo Deus de todos os deuses!)

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