sábado, 11 de maio de 2013

Quem me chamou Jesus Cristo? O Menino Jesus existiu? (25/?)

 

    Ficava, no entanto, o colossal, o tremendo problema do sofrimento e da dor, da doença e da morte que nem o próprio Deus poderia evitar para não se virar contra Si mesmo que criou a Natureza e nela todos os seres vivos com o inexorável destino de serem moléculas agrupadas num certo ser, durante um certo tempo e, logo depois, novamente moléculas disponíveis para formarem outros que sempre estarão na calha para entrarem na roda da vida! Pois, a haver milagres, qual dos doentes seria curado e qual se deixaria morrer? E dos que morriam, quem seria ressuscitado e quem se deixaria apodrecer? Nisto realmente eu não pensei ao anunciar o Reino de Deus! Aliás, os estrondosos milagres que aparecem narrados nos evangelhos são todos falsos, irrealizáveis aos olhos do poder divino, pois estariam feridos de total injustiça, a nível planetário, ao ter-se seleccionado este ou aquele, esta ou aquela, não curando todos os doentes do Planeta, não ressuscitando todos os mortos de todos os tempos! Por isso, nos prodígios que realizei, tive sempre muito cuidado em não alardear, mas apenas sugerir que Deus interferia através de mim, sendo eu, com as minhas limitações de humano, no tempo e no espaço e nas emoções, que decidia se curava este ou aquele, remetendo tudo para o campo da fé: “Se acreditas, és curado! Eu quero que sejas curado: fica curado”! Então, caso as minhas capacidades curandeiras fossem suficientes, aliando-as à fé na cura do contemplado, o “milagre” acontecia. Se não, era o fracasso como me aconteceu com muitas tentativas falhadas que obviamente não vêm narradas nos evangelhos... Objectivamente, claro que não houve milagre nenhum, nenhuma intervenção divina; portanto, nenhuma ressurreição, nenhuma espectacular multiplicação dos pães e peixes ou água transformada em vinho e outras “barbaridades” poéticas que podem ter significado simbólico, mas que não foram, não podiam ter sido reais. Sem qualquer dúvida! Mas quem quiser acreditar, evidentemente que está no seu direito. É uma liberdade que não se poderá retirar seja a que indivíduo for. Na liberdade do indivíduo, nem Deus pode intervir. Se interviesse, deixava de ser livre...

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