segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Se milagres desejais...

Este, o início de uma devota litania a Santo António que, em crianças, rezávamos para recuperarmos algo que houvéramos perdido:
“Se milagres desejais, recorrei a Santo António,
Vereis fugir o demónio e as tentações infernais.
Recupera-se o perdido, rompe-se a dura prisão,
E, no auge do furacão, cede o mar embravecido.”
Miagres! Milagres, há-os todos os dias no suplantar provações, na força de vontade em vencê-las, na fé que o doente coloca na sua cura, seja pela determinação, seja pela coragem em enfrentar a doença, com a ajuda obviamente de medicamentos naturais ou químicos. Os crentes recorrem aos santos. E, se a cura acontece, até dizem ter sido milagre do santo da sua devoção. Se não acontece, sobretudo se se "fiaram" apenas no santo e desprezaram os medicamentos “auxiliares” da fé, tendo como desfecho a morte, a razão é porque não seria do agrado de Deus que a cura acontecesse! Esta, a pregação da Igreja, esta a crença dos fiéis! Mas... não é um logro, um engano, um embuste? Não seria muito mais honesto da parte da Igreja deixar esta capa de hipocrisia, abusando da ingenuidade dos crentes, normalmente pobres e ignorantes e dar um passo em ordem a humanizar o que é humano, deixando o divino para a fantasia? "A fé é que nos salva!", afirma-se. Ora do muito de verdade que esta máxima encerra, não se pode inferir que não seja uma fé esclarecida, uma fé que não leve os crentes a arrastarem-se perante santos e altares mas a creditarem nas suas próprias forças e nas próprias capacidades de, em caso de doença, vencerem a morte, adiando a sua vinda, para que esta fantástica saga da vida, para cada um de nós única e irrepetível, se encerre o mais tarde possível!...

2 comentários:

  1. Meu amigo subscrevo totalmente este seu texto.~
    Agradeço muito a sua visita ao meu blogue
    e as suas amáveis palavras.
    Gostaria muito de inserir um texto seu no
    meu blogue. Se mo quiser oferecer, o meu
    emaile é certin@portugalmail.pt
    Um beijo/Irene

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  2. Amiga Irene, ofereço-lhe todos os textos dos meus blogues que quiser utilizar no seu, julgando-os interessantes para a magia que devemos pôr na nossa vida. Creio, no entanto, que a vida terá mais sentido se, à emoção com que fazemos e vivemos as coisas e lidamos com as pessoas, juntarmos a razão que nos põe os pés na terra quando nos perdemos demasiado no sonho. É do equilíbrio entre ambas que em cada momento faremos as melhores escolhas, encontraremos o melhor caminho para a felicidade.

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