quinta-feira, 9 de maio de 2024

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 403/?

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo – 403/?

Segunda Carta aos Coríntios – 1/1

 Esta segunda carta aos Coríntios, exarada como tal no NT, parece ser a aglutinação de mais umas duas ou três. Mas isso é facto pouco relevante. O que importam são as ideias. Ora Paulo continua com afirmações que não prova:

– “Sabemos que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos colocará ao lado d’Ele.”, “Não procuramos as coisas visíveis mas as invisíveis, porque as visíveis duram apenas um momento e as invisíveis duram para sempre.”, “Nós sabemos que quando a nossa morada terrestre for desfeita, receberemos de Deus uma habitação no Céu, uma casa eterna…” (4, 14 e 18, /5, 1)

– De seguida, depois do delírio que foi o seu suposto encontro na estrada para Damasco com o Jesus ressuscitado (“Salo, Salo, porque me persegues?”), descreve Paulo mais uma visão da Transcendência:

– “Embora não convenha, vou mencionar as visões e revelações do Senhor. Conheço um homem (ele) que foi arrebatado ao terceiro céu. Se estava no seu corpo ou não, não sei… Sei que foi arrebatado até ao paraíso e ouviu palavras inefáveis que não são permitidas ao homem repetir.” (12, 2-4)

– Tais visões – visões que de qualquer modo mudaram a sua vida – terão sido fruto da sua propensão para ataques de epilepsia, doença de que, ao que se diz, sofria.

A ideia da vida eterna e da ressurreição veio dar ao Humano uma visão completamente diferente da anterior hedonista/materialista: nascer, viver o melhor possível e morrer, desaparecendo para sempre – tal era o que se constatava no dia-a-dia da cidade e da família.

E se trouxe imensos benefícios, levando as pessoas a cometer menos crimes e menos “pecados” para não irem eternamente para o inferno, não evitou tremendas atrocidades de uns contra os outros, egoísmos e sadismos sobrepondo-se ao amor, à misericórdia, à solidariedade/caridade. 

E foi a separação do papado dos ortodoxos, e foram as cruzadas contra os muçulmanos, e foi o cisma com papas em Roma e Avignon, e foram os escândalos quer com a venda das indulgências – o que levou Lutero a criar o protestantismo – quer com os desmandos na Cúria com papas devassos e eleitos por compadrio, e foi a guerra dos cem anos, e foi a “santa” Inquisição, com invenção de torturas que só um cérebro extraordinariamente perverso consegue criar e, pior, pôr em prática, e foi o não acabar com a escravatura que vinha dos séculos passados, e foi a ida forçada para os conventos de homens mas sobretudo mulheres, etc. etc. etc. Neste contexto, há que louvar o judeu Jesus, a quem chamaram de Cristo, por ter tido a coragem de dizer que todos os homens eram iguais porque todos filhos do mesmo Pai que está nos Céus. E, se por um lado, isto contribuiu para a sua morte, por outro, levou à aceitação por muitos populares da nova religião nascente, apontando para um Céu idílico, por toda a eternidade, a quem acreditasse na sua mensagem…

Ora, sabemos que não há vida eterna nenhuma; sabemos que a ressurreição não é possível a qualquer ser vivo que tenha completado o seu ciclo. Então, porque continuam as igrejas a apregoar todas estas falsidades? – A resposta nem é difícil; “No dia em que deixarem de o pregar, acabam!” Mais: e a pregar aquilo – porque os consideramos inteligentes e com capacidade crítica/analítica – de que não estarão convencidos… Incapacidade ou hipocrisia?!

Mas, claro, não nos podemos esquecer das obras sociais das Igrejas, a elas devendo muitas pessoas a sobrevivência em tempos de crise, de fome e de falta de conforto no corpo e na alma. E, aqui, infelizmente, também temos de lembrar os abusos cometidos por responsáveis dessas obras sobre os seus beneficiários, sendo escandalosos os abusos sexuais sobre crianças indefesas física e psicologicamente.

 

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