quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 388/?

 

 À procura da Verdade nas Cartas de Paulo 

 Carta aos Romanos - 1

 Não sabemos se haverá paciência para analisar criticamente estas cartas. A leitura dos Actos, perante a óbvia falsidade da narrativa de todos aqueles milagres que, obviamente, não aconteceram, abalou muita da paciência necessária para ler criticamente mais textos ditos sagrados.

O autor dos Actos, certamente entusiasmado com a aceitação do povo crente e inculto dos muitos milagres narrados nos evangelhos, sobretudo por Mateus – obviamente também inventados – deliciou-se a inventar e propagandear mais umas dezenas deles supostamente realizados pelos apóstolos.

Mas, mesmo assim, acreditemos que a análise crítica por nós elaborada não terá sido pura perca de tempo, apesar de dar importância a textos que realmente a não têm.

Vamos, então a Paulo ou S. Paulo, o primeiro doutor da Igreja, focando-nos em algumas passagens mais típicas das suas cartas, escritas, segundo os exegetas, antes dos evangelhos.

Escreve bem Paulo, embora, por vezes, de narrativa argumentativa confusa. Revela cultura, sobretudo religiosa, e vontade de construir uma nova religião, afastando-se do tradicional judaísmo que lhe servira de formação. Para tal, “usa” a figura do judeu Jesus a quem os discípulos chamaram de Cristo, o Ungido de Deus, o Messias prometido por Deus, no Antigo Testamento, texto que Paulo revela bem conhecer.

Aos romanos, fala dos pagãos, dos judeus, dos gregos:

– “Pretendendo ser sábios, tornaram-se tolos, trocando a glória de Deus imortal por estátuas de homem mortal, de pássaros, animais e répteis. Foi por isso que Deus os entregou… à impureza com que desonram os seus próprios corpos…:suas mulheres mudaram a relação natural em relação contra a natureza. Os homens fizeram o mesmo: deixaram a relação natural com a mulher e arderam de paixão uns com os outros… Estão cheios de toda a espécie de injustiça, perversidade, avidez e malícia…” (1, 22-29)

– Não se percebe onde Paulo foi buscar este argumento de que foi Deus que entregou os homens a estas perversidades, pelo facto dos mesmos homens serem tolos e maus. Porquê Deus? Não sabia que os homens têm o seu livre arbítrio? Depois, isto de lésbicas e gays, afinal, parece estar dentro dos padrões de excepção nas espécies animais; talvez uns 10% façam parte dessa excepção, não sendo por isso pecado; pelo contrário: têm que viver com a situação hormonal que lhes determina tais tendências, toda a vida, o que nem sempre será fácil numa sociedade que tende, felizmente, para o normal; senão, acabar-se-ia a espécie, coisa que a Natureza não permitiria.

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