quinta-feira, 6 de maio de 2021

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 307/?

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. JOÃO – 2/?

 – Será irrelevante que tenha sido Jesus a chamar Simão e André para o seguirem, como contam Mateus, Marcos e Lucas, ou que tenham sido os dois a procurarem Jesus quando Baptista lhes disse, apontando: “Eis o Cordeiro de Deus!” (Jo 1,36) De qualquer modo, esta versão de João implica que os dois estivessem na presença já de Baptista, já de Jesus. Terá sido?!

–“Jesus olhou bem para Simão e disse: «Tu és Simão, filho de João. Vais-te chamar Cefas (que quer dizer Pedra).»” (Jo 1,42) Porque mudou Jesus o nome a Simão? Só para lhe dar um novo significado?… O que é certo é que Simão não ficou Cefas mas ficou, para toda a posteridade, a chamar-se Simão Pedro ou simplesmente Pedro ou… S. Pedro. Esta intervenção de Jesus, na mudança de nome, parece, pois, não ter surtido qualquer efeito.

– O diálogo entre Filipe – o terceiro a ser chamado – Natanael e Jesus pode revelar-nos algo de estranho… “Filipe encontrou o seu amigo Natanael: «É Jesus de Nazaré, filho de José.» Disse-lhe Natanael: «De Nazaré pode lá vir alguma coisa boa?» Filipe respondeu-lhe: «Vem e verás.» Jesus comentou: «Eis um autêntico israelita, em quem não há fingimento.» Natanael perguntou: «Donde me conheces?» Jesus respondeu: «Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira.» Então, Natanael exclamou: «Mestre, Tu és o Filho de Deus! Tu és o rei de Israel!» Disse-lhe Jesus: «Acreditas só porque te disse: ‘Vi-te debaixo da figueira.’? Pois, hás-de ver coisas maiores do que esta.» E acrescentou: «Eu vos garanto: vereis o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.” (Jo 1,43-51)

– É realmente estranho… Novamente, os (in)dispensáveis anjos… a aumentarem o mistério do Filho do Homem, para nós, mas certamente também para eles, apóstolos, que parece nada terem entendido… Afinal, quando é que eles viram os anjos e o Céu aberto, onde certamente se vislumbraria Deus, e aquela correria de subindo e descendo? Quando? Ou, de outro modo: porque faz Jesus uma afirmação para nos confundir e nos maravilhar, quando nós não queríamos maravilhar-nos mas… ter certezas desse Céu e desse Deus? É uma atitude difícil de perdoar… Depois, essa expressão, repetida em outras ocasiões, de Filho do Homem, não sabemos se a contrapomos a Filho de Deus se são sinónimos. Estamos perante mais uma confusão...

– Quanto aos anjos, em boa verdade, apesar de simpáticos, só nos vêm atrapalhar e confundir! Um Céu sem anjos, mas apenas com Deus não é muito mais credível e racional e muito mais de acordo com as nossas mentes sequiosas de Verdade? Para quê meteu Jesus os anjos a andarem de um para outro lado, em correrias entre o Céu e a Terra? Para fazerem a tal ponte entre o humano e o divino? Lá que um Céu com legiões de anjos e música e tronos e um trono principal com direita e esquerda, onde se senta Deus, tem mais appeal, mais glamour…, não se contesta; mas não satisfaz a nossa sede de Verdade. Não passa do imaginário e fantasmagórico, o que é realmente muito pouco para nós e, em vez de contentes, enlevados, embevecidos, perante tantos anjos cheios de luz e um Deus cheio de luz e uns tronos cheios de luz e um Céu de luz estonteante, ficamos em turvas trevas, totalmente frustrados na nossa incapacidade de aceitar tais realidades que não passam de… de imaginações à moda humana!

Uma louca fantasia... Inefável, etérea, cativante, mas... fantasia!

 

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