quinta-feira, 22 de abril de 2021

Cristo Redentor, Cristo Salvador

 Da absurda ideia de um Filho de Deus feito Homem, redentor e salvador da Humanidade

 Antes de abordar o assunto, estabeleçamos duas premissas:

1 – Redimir de quê?

2 – Salvar para quê e em ordem a quê?

A ideia de Redenção da Humanidade e da sua Salvação para a Vida Eterna, propaladas pelas religiões cristãs, Redenção e Salvação encarnadas na figura de um judeu chamado Jesus, nascido há 2 mil anos, judeu que foi divinizado ao nascer de uma Virgem por Fecundação do Espírito Santo, Espírito Santo que seria a 3ª pessoa do Deus trino: Pai, Filho e Espírito Santo, não sendo portanto o Pai que fecundou Maria mas o seu Espírito, criando-se mais um mistério, o da SSª Trindade, mistério porque ninguém percebe tal coisa inventada pelos teólogos cristãos, logo nos primeiros tempos do cristianismo, mas sobretudo no séc. IV e, depois, aprofundado na Idade Média (baseando-se, por exemplo, em Mt 28-19: “…ide e baptizai em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo”)…, a ideia da Redenção e da Salvação da Humanidade é simplesmente absurda, irracional e totalmente oposta a qualquer possível desígnio que o Verdadeiramente verdadeiro Deus pudesse/quisesse ter para a Humanidade. (E já estamos a humanizar o inumanizável Deus, ao atribuir-lhe um querer, uma vontade…)

É que a Redenção propalada pelo cristianismo não é uma Redenção pela inteligência, pela bondade, pela humanidade, pela justiça, o amor, a fraternidade universal… mas pelo sofrimento e sofrimento o mais atroz, existente ao tempo, a crucificação do Redentor!

Tal proposta é um autêntico atentado a uma Inteligência divina que tal absurdo propusesse ou propalasse numas Escrituras supostamente inspiradas por essa mesma Inteligência divina, Escrituras que, mais tarde, deveriam ser cumpridas na pessoa do Redentor.

Mais: a ideia de uma Redenção por um ser divino – Filho! – que teria de sofrer para redimir e salvar a Humanidade condenada ao Inferno eterno, apaziguando, assim, a ira de seu Pai supostamente ofendido com os supostos pecados dessa mesma Humanidade, tendo tais pecados começado logo com o pecado original cometido por Adão e Eva no Paraíso de todas as delícias, desobedecendo à ordem divina de não comerem a maçã proibida… é uma ideia que só cabe na cabeça doentia e perversa de um judeu – foram judeus que a inventaram! – influente na História da altura desse mesmo povo, um qualquer velho levita ou sacerdote.

Mas assim se propagou, falando-se em “Cordeiro imolado”, e fazendo-se outras comparações adequadas aos tempos sacrificiais de animais no altar do Templo, a chamada casa de Deus… (Mais uma barbaridade inventada por cabeça doentia e… senil!)

Mais: dizem os cristãos que Deus é Amor. O Deus da Bíblia, claro, sendo esta o Livro Sagrado de Judeus e cristãos. Então, como explicam que, sendo Amor, obrigue o seu Filho muito amado a sofrer os horrores que sofreu? Na sua Infinita Inteligência não tinha forma mais humana e racional de redimir a Humanidade dos seus pecados? – Um absurdo completo e perverso! E, em última análise, era ele, o próprio Pai, que sofria porque o Filho era Deus com Ele na Unidade do Espírito Santo… Uma horrenda confusão, santo Deus!

Mais ainda: tendo a humanidade cerca de uns quatro milhões de anos de existência, só agora – há 2 mil anos! – é que Deus, no seu infinito Amor e na sua infinita misericórdia, se lembrou de vir redimi-la e salvá-la, não se importando com os milhões de milhões que, entretanto, nasceram e morrerem sem conhecerem tal privilégio?! Que tonteria e que injustiça a deste Deus!

E como é possível que haja uma religião – dividida, por interesses políticos e de poder, em três: católicos, ortodoxos, protestantes! – que apregoe esta tonteria a mais de mil milhões de seguidores (mesmo assim, apenas 1/7 da Humanidade!) que nela acreditam piamente, sem questionarem a sua tontice?

Enfim, se a Redenção é um total absurdo, a Salvação não o é menos! Tudo provém do tal suposto pecado original cometido por uns supostos primeiros pais Adão e Eva, supostamente colocados por Deus num suposto Paraíso, supostamente proibindo-os de comer uma maçã, etc, etc, etc…, condenando toda a Humanidade ao inferno.

E os crentes acreditam que Cristo, redimindo a Humanidade dos seus supostos pecados pelo seu sofrimento atroz numa cruz – cruz que continua, por esse mundo fora, a lembrar tal desumanidade cometida por Homens contra um inocente! – ofereceu-lhe a salvação para a vida eterna, mas só a partir de agora e só para os que forem acreditando nele… Mais um total absurdo!

Então, se é legítimo perguntar, com indignação da emoção e da razão, “Como é possível que os gurus das religiões cristãs continuem a apregoar tamanha barbaridade/falsidade – REDENÇÃO/SALVAÇÃO – como sendo a VERDADE”, mais legítima ainda é a pergunta:

“Como é possível que tantos seres humanos – inteligentes! – não raciocinem e não vejam/sintam a barbaridade/insanidade de tal afirmação da sua insensata Fé, venerando os Cristos Redentores/Salvadores, em tantas imagens e em tantos templos espalhados pelo mundo?”

 


 

 

3 comentários:

  1. Comentário:

    A ideia da redenção/ remissão dos pecados pelo sofrimento foi a ideia mais desumana, mais violentadora das consciências, mais perniciosa, mais perversa que já foi concebida por um cérebro humano e debitada em duas religiões monoteístas: judaica e cristã.

    Aliás, o Homem faz tudo para não ter sofrimento, para não ter dor quer física quer psicológica, combatendo as doenças, tomando medicamentos para atenuar as dores que vão aparecendo no corpo ao longo da Vida. É que o Homem foi feito para a Felicidade e não para o sofrimento…

    Portanto, tal ideia só pode ter sido inventada/congeminada por um cérebro doentio e senil, impondo, nas religiões, castrações, celibatos, mortificações para… para… ganhar uma suposta vida eterna num suposto etéreo Céu!

    E não é que muitos foram os que abdicaram dos mais legítimos e belos prazeres da Vida, metendo-se em conventos, sujeitando-se ao celibato (o que aliás gera imensos crimes de pedofilia e outros…) ou ciliciando-se, como ainda fazem show pelas ruas das Filipinas, em tempos de quaresma, os penitentes?!

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  2. E muitos foram os que se sujeitaram ao martírio, perdendo ingloriamente a vida por... NADA! Embora, obviamente, acreditassem que, deixando-se assim morrer, teriam a recompensa eterna no tal Céu!

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  3. E penso nesse dito sacramento da Confissão - que ainda vai perdurando nos confessionários das igrejas actuais - onde tantos segredos de alcova fizeram/fazem as delícias licenciosas de padres e presbíteros..., perdoando os pecados com pai-nossos e avé-marias!
    E penso ainda nesses pançudos cardeais que detêm as rédeas da doutrina para a Fé e das causas dos santos (aqui, um cardeal português, actualmente) e do direito canónico, pagos a 5.000,€/mês, para manterem tudo como está, pois é assim que convém à Igreja... Bem vistas as coisas, nua e cruamente, o simpático papa Francisco nada tem feito para alterar profundamente este status quo. Uma pena!

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