sábado, 14 de novembro de 2020

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 287/?

 

 

À procura da VERDADE nos Evangelhos 

Evangelho segundo S. LUCAS – 5/?

– No sermão das bem-aventuranças, Mateus omite e Lucas acrescenta a parte condenatória: “Mas ai de vós, os ricos, porque já tendes a vossa recompensa! Ai de vós que agora tendes fartura, porque ireis passar fome! Ai de vós que agora rides porque ireis ficar aflitos e chorar! Ai de vós se todos vos elogiam porque era assim que os vossos antepassados tratavam os falsos profetas.” (Lc 6,24-26)

– Nunca entenderemos porque é que o Reino de Deus é apenas para os pobres e os humildes… Ou porque é que esses hão-de ter uma bem-aventurança eterna e os outros uma condenação também eterna…

Ou porque é que quem chora agora vai rir depois e quem ri agora tem de depois chorar… Pois, para quê o sofrimento agora ou depois? Porque não fartura e gozo e riso e felicidade para todos no tempo e na eternidade se a houver? Não seria este o grande objectivo humano e muito mais divino, em relação ao Homem, em vez de passarmos o pouco tempo que temos de vida a condenar uns e a exaltar os outros? Terão realmente algum sentido aquelas condenações bem como a frase: “Quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado.”? (Lc 14,11; 18,9-14)

– Aqui, vale a pena repetir o que é talvez o ponto mais alto - e mais revolucionário em relação às Escrituras do “Olho por olho, dente por dente judaico tradicional”! - da mensagem de Jesus Cristo: “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. Desejai o bem aos que vos amaldiçoam e rezai por aqueles que vos caluniam. Se alguém vos bater numa face, oferecei-lhe também a outra. Se alguém vos levar a capa, deixai que leve também a camisa. Dá a quem te pede e se alguém se apodera do que é teu, não lhe peças que to devolva. Fazei aos outros o que desejais que os outros vos façam a vós. Pois… se amais somente os que vos amam,… se fazeis o bem somente aos que vos fazem bem,… se emprestais somente àqueles de quem esperais receber,…. que merecimento tereis? Vós, amai os inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar coisa alguma em troca. Assim tereis uma grande recompensa e sereis filhos do Altíssimo.” (Lc 6,27-35)

– Fantástico! Que paz universal, meu Deus, com tal programa de atitudes! Como deixaria de haver inimigos e pobres e ladrões e traficantes pois todos pensariam em dar sem receber, desejar o bem aos que amaldiçoam, perdoando e sendo perdoados, oferecendo a outra face ao agressor que perdera o controle, vindo pedir-nos desculpa, depois, envergonhado perante a nossa tamanha dignidade!…

Mas… utópico ou possível? Mesmo que seja utópico, não deixa de ser tremendamente belo!

Só não sabemos onde é que vamos receber a recompensa de tal procedimento, se na Terra se no Céu, se no tempo, se na eternidade... Nem o que é sermos filhos do Altíssimo. Nem quem é o Altíssimo. Nem se o sermos seus filhos nos leva a essa vida eterna…

Enfim, das várias máximas de construção da fraternidade universal preconizadas – quase todas de difícil execução devido ao caracter tendencialmente perverso e egoísta do ser humano – é sem dúvida paradigmática e contundente aquela: “Fazei aos outros o que desejais que os outros vos façam a vós.” E teríamos uma sociedade perfeita, sem todas essas guerras, fomes, injustiças, tantos crimes de Homens contra outros Homens!

Grande Jesus Cristo! Que pena que a “tua” sociedade continue sendo uma desesperante utopia!

Sem comentários:

Enviar um comentário