sábado, 12 de outubro de 2019

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Novo Testamento (NT) - 236/?


À procura da VERDADE nos Evangelhos

Evangelho segundo S. MATEUS – 32/?

– E muitos mais milagres! E muitas mais curas! “ (…) coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros doentes. Puseram-nos aos pés de Jesus e Ele curou-os. As multidões ficaram admiradas (…). E glorificaram o Deus de Israel.” (Mt 15,30-31)
– Quem não ficaria admirado? Mas - e repetindo-nos - porque é que não acreditaram nele e… O mataram? Porquê, santo Deus?!
– É sempre a mesma questão: tantos milagres e… quase em vão! Eles que se admiraram e glorificaram o Deus de Israel, mas certamente ficaram cheios de dúvidas quanto ao essencial da vida: o que realmente há depois dela! Nós, porque nem vimos, nem pudemos admirar-nos, só lendo tais “factos” que acreditamos sejam verídicos, por aquele que deles dá testemunho os ter presenciado, terem acontecido ali mesmo à sua frente, diante dos olhos… nós a querermos mesmo assim admirar-nos, glorificar a Deus e acreditar que há realmente uma vida eterna! Estranho não é?!
De notar ainda a influência do A.T. naquele “Deus de Israel”… Porque não simplesmente “Deus”?
E, em boa verdade, o que é “glorificar a Deus”? Necessita Deus de ser glorificado? De ser louvado? Como se quiséramos alimentar o seu Ego? Há tanta falta de divino em todas estas afirmações tão humanas!…
– E outro milagre! Novamente a multiplicação dos pães e dos peixes! Desta vez, são sete os pães, alguns os peixes. Os homens eram “apenas” quatro mil, “não contando mulheres e crianças” e “encheram sete cestos com os pedaços que sobejaram.” (Mt 15,32-38)
– Aquela forma de contar as pessoas só pelos homens, lembra-nos o forte machismo presente em todo o A.T. E pergunto-te: “Não gostarias de ter feito parte daquela multidão como homem contado ou como mulher… anónima? Ver ali com os próprios olhos os pães e os peixes a multiplicarem-se nas mãos dos discípulos que os distribuíam como quem semeia rosas?…”
E como seria a multiplicação? Apareciam na ponta dos dedos ou saíam da manga como coelho de mágico malabarista?...
Mas é outro milagre que terá forçosamente de ser verdade a avaliar pelo testemunho ocular de quem o narra. Milagre mesmo! Sem qualquer possibilidade de explicação! Aliás, onde iriam os discípulos buscar tanto pão e tanto peixe (já bem cozinhado!) para alimentar mais uma multidão de milhares?
Nós… até parece que estamos convencidos; mas os fariseus e os sacerdotes e os doutores da Lei? – Esses, não! Esses continuam a não acreditar e a pedirem a Jesus “que fizesse um milagre como sinal do seu poder vindo de Deus”! (Mt 16,1) Jesus limitou-Se a chamar-lhes “gente má e infiel” (Mt 16,4) e a pedir aos discípulos: “Acautelai-vos (…) do fermento dos fariseus e saduceus!” (Mt 16,11).
E, para os convencer na Fé, Jesus lembra aos discípulos os cinco pães para cinco mil homens mais os doze cestos que sobraram e os sete pães para quatro mil e também os cestos dos pedaços não comidos… (Mt 16,9-10) Reforça-se, assim, a veracidade de tais acontecimentos… totalmente inexplicáveis à luz das vivências humanas!
Então, o que fazemos com este incomensurável poder de Jesus? Acreditamos nele ou… continuamos a questionar? Ou simplesmente, foi mais um milagre (juntamente com todos os outros) que não aconteceu – pura invenção de Mateus! – pois não é credível que fariseus e sacerdotes fossem tão duros de inteligência para o não vivenciarem com Fé e clarividência, acreditando na divindade de Jesus!
É que não se entende aquele pedido de "um milagre como sinal do seu poder divino". De duas, uma: ou não presenciaram nenhum de todos os milagres antes narrados por Mateus, incluindo a multiplicação dos pães e dos peixes, ou tais milagres não existiram. Poderá haver outra explicação?

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