domingo, 27 de maio de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 174/?


À procura da VERDADE no livro de DANIEL
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A deliciosa história da “Casta Susana”:
- “(…) Joaquim (…) tinha casado com uma mulher de nome Susana 
(…) que era muito bonita (…). Joaquim era muito rico e tinha um 
grande jardim ao lado da sua casa. Os judeus costumavam reunir-se 
ali (…). Nesse ano, tinham sido nomeados dois juízes, chefes de 
família conselheiros do povo (…). Eles frequentavam a casa de 
Joaquim. 
(…) Depois de o povo se ter ido embora (…), Susana saía para 
passear no jardim (…). Os dois anciãos (…) começaram a 
cobiçá-la. (…) Estavam totalmente apaixonados por ela (…) 
(com) desejos de manter relações sexuais com ela. (…) Ambos 
esperavam uma ocasião oportuna, quando um dia ela (…) teve 
vontade de tomar banho no jardim (…) Não havia mais ninguém 
a não ser os dois anciãos que estavam escondidos, a observar Susana. 
(…) As empregadas fecharam os portões do jardim e saíram (…) 
Os dois homens (…) foram ao encontro de Susana e disseram-lhe: 
(…) Nós desejamos-te. Aceita e entrega-te a nós. Se não aceitares, 
vamos acusar-te, dizendo que um jovem estava aqui contigo e que foi 
por isso que mandaste embora as empregadas. Susana deu um 
suspiro e disse: A coisa está complicada para mim de todos os 
lados: se eu fizer isso, estou condenada à morte; se o não fizer, sei 
que não conseguirei escapar das vossas mãos. Mas eu prefiro 
dizer “Não!” (...) Então, os dois anciãos contaram a sua história. (…) 
No outro dia, quando o povo se reuniu na casa de Joaquim, (…) 
disseram: Chamai Susana (…). Aqueles malvados mandaram 
tirar-lhe o véu (…) só para poderem inebriar-se com a sua beleza 
(…), puseram as mãos sobre a cabeça de Susana (…) e disseram: Nós 
andávamos a sós pelo jardim, quando chegou Susana com duas 
empregadas. Depois ela fechou os portões do jardim e mandou as 
empregadas embora. Então um jovem foi ao seu encontro e 
deitou-se com ela. (…) Ao ver essa imoralidade, corremos para junto 
deles. Vimos os dois agarrados um ao outro, mas não pudemos 
segurar o jovem, que (…) fugiu. Segurámos Susana e perguntámos-lhe 
quem era o jovem mas ela não quis dizer-nos. (…) A assembleia 
(…) condenou Susana à morte. Então Susana disse em alta voz: Deus 
eterno, (…) Tu sabes muito bem que eles deram falso testemunho contra 
mim (…) Ao ser conduzida para a morte, o Senhor despertou o santo 
espírito de um jovem de nome Daniel. Ele gritou forte: Eu não tenho 
nada a ver com a morte dessa mulher. Estou inocente.” (…) Todo o 
povo se apressou a voltar para trás. (…) Daniel disse: Afastai-os um 
do outro que eu vou interrogá-los. (…) (E) disse a um deles: Homem 
envelhecido, (…) se realmente os viste, diz-me: debaixo de que 
árvore os viste abraçados? Ele respondeu: Debaixo de um lentisco. (…) 
Depois de o mandar embora, Daniel pediu para trazerem o outro. (…) 
Diz-me: debaixo de que árvore os viste abraçados? Ele respondeu: 
Debaixo de um carvalho. (…) Depois, todos se ergueram contra os 
dois anciãos, pois pelas suas próprias bocas, Daniel tinha provado que 
eles estavam a mentir. (…) E foi assim que (…) os condenaram à 
morte e salvaram uma pessoa inocente. (…)” (Dn 13)
- O conto é… perfeito! O relato é sóbrio de meios, sem artifícios, claro. 
Uma pequeníssima novela com intriga bastante, que valeu a pena ler 
na íntegra. E comenta-se: “O objectivo da narrativa é mostrar que 
Deus não abandona os inocentes que clamam por Ele.” (ibidem). 
De acordo, claro. Mas… que fazemos com esta bela história exemplar 
da suposta protecção divina? Aliás, porque apelar para uma protecção 
divina e não referir apenas um Daniel inspirado que soube usar uma 
artimanha para condenar quem deveria ser condenado, fazendo-se 
justiça? Tal interpretação é muito mais humana e muito mais credível.  

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