sábado, 19 de maio de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 173/?


À procura da VERDADE no livro de DANIEL
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- “(…) Eu, Daniel, tive uma visão (…): Ouvi dois santos que conversavam 
(…) ouvi uma voz que gritava: Gabriel, explica-lhe a visão. (…) Ele disse: 
Homem, fica a saber que esta visão se refere ao tempo final (…) Eu vou 
explicar-te o que acontecerá no tempo final da ira (…)” (Dn 8)
- Comenta-se: “Mais uma visão simbólica da História (vv 2-14) explicada 
por um anjo…” (ibidem)
- Estamos perante o fantástico ou a fantasia: visão, santos, anjo, tempo 
final da ira… que, obviamente, não merece qualquer credibilidade, pois 
tudo fazendo parte do imaginário religioso, desde a antiguidade.
- “Não obedecemos a Javé, nosso Deus (…) Então, caíram sobre nós as 
maldições (…) Ouve, Senhor! Perdoa, Senhor! (…) Eu ainda estava a 
fazer a minha súplica, quando Gabriel, o homem que eu tinha visto no 
começo da visão, veio em voo rápido para perto de mim.” (Dn 9)
- A fantasia continua… E que dizer desta trilogia sempre presente em 
toda a Bíblia: pecado-castigo-súplica? Aparatoso é o voo rápido do anjo 
Gabriel! Aliás, voou donde? Veio de que céu?… É o imaginário do 
autor, na sua plenitude. Aliás, inventar anjos é como inventar uma 
qualquer personagem para um qualquer romance.
- “(…) Certa mensagem foi revelada a Daniel (…). Levantei os olhos e 
vi: era um homem vestido de linho e que tinha à cintura um cinturão de 
ouro puro; o seu corpo era como uma pedra preciosa e o seu rosto como 
um relâmpago; os seus olhos eram como lâmpadas acesas e os seus 
braços e pernas tinham o brilho do bronze polido; a sua voz parecia o 
clamor de grande multidão. (…) Ele disse-me: Daniel, homem querido, 
(…) fica de pé pois foi Deus que me enviou a ti.” (Dn 10)
- A fantasia não tem limites: tudo pode ser inventado. A designação de 
“homem querido” um tanto comprometedora... E, obviamente, é do 
puro imaginário que faz parte este anjo enviado por Deus.
- “Agora, vou contar-te a verdade (…) Então, chegará o fim. Naquele 
tempo, (…) muitos que dormem no pó despertarão: uns para a vida 
eterna, outros para a vergonha e infâmia eternas.” (Dn 11 e 12,1-5)
- Ora, aí temos a… eternidade! E, com ela, a ressurreição dos mortos e 
um céu ou um inferno… eternos! Diz-se, em comentário: “Este é um 
dos grandes textos do Antigo Testamento sobre a esperança na 
ressurreição da carne.” (ibidem) No entanto, vemos apenas afirmações, 
apenas palavras, apenas a expressão de um desejo final de justiça com 
um céu para os bons e um inferno para os maus. Provas concretas, 
nenhumas. Por isso, nada valem! E será intelectualmente desonesto 
afirmar tal como verdade ou a VERDADE do nosso fim último. 
Resta-nos alimentar o desejo de nos prolongarmos para além da 
morte…
Mas, regressando ao real humano, debruçar-nos-emos, na próxima 
dissertação, sobre uma das mais belas histórias da Bíblia, 
deliciosamente edificante, a da casta Susana.

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