domingo, 18 de fevereiro de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 164/?


À procura da VERDADE em EZEQUIEL – 164/?
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- “O rei de Babilónia foi a Jerusalém, tomou o rei (…) fez com ele 
um acordo, obrigando-o a fazer um juramento (…) Mas ele 
revoltou-se contra o rei da Babilónia e mandou mensageiros a 
procurar o Egipto para que o Egipto lhe fornecesse cavalos e 
batalhões.” (Ez 17,12-15).
- Comenta-se: “Um país pequeno não tem vantagens em recorrer a 
uma grande potência para se ver livre de outra igual ou parecida. 
Já era a posição de Jeremias que, enfrentando incompreensão e 
calúnias, aconselhava simplesmente a submissão à Babilónia. 
Verdadeiramente, o próprio Deus era quem estava empenhado na 
salvação e prosperidade do povo.” (ibidem)
Tal conclusão do empenho de Deus sem salvar o seu povo parece-nos 
sem nexo, no contexto político que se descreve. Depois, não são 
ideias políticas as que Ezequiel apresenta, ao defender uma política 
de submissão e não uma política de alianças? Não coloca na boca de 
Javé tais palavras para lhes dar força junto dos seus ouvintes? E - 
incontornável pergunta - que nos importam a nós, crentes ou não 
na Bíblia como livro sagrado, o “Livro da Verdade da Salvação 
Eterna”, as ideias de Ezequiel naquele momento e naquele lugar?
- “Assim diz o Senhor Javé: Juro por minha vida que vou 
castigá-lo por ter desprezado o meu juramento e quebrado a 
minha aliança. (…) Até os mais escolhidos comandos do seu 
exército cairão mortos em combate.” (Ez 17,19-21)
- Parece tratar-se de Sedecias que quebrara o juramento com 
Nabucodonosor, rei da Babilónia. Então, como perceber que Javé 
“queira” usurpar tal juramento? E, conjuntamente, “assenhorear-se” 
das atrocidades cometidas por Nabucodonosor? Seria necessário 
este “escândalo” divino inventado por Ezequiel para justificar a 
morte atroz sofrida por Sedecias e os seus, às mãos de 
Nabucodonosor? Que credibilidade nos merece tal escritor 
“inspirado”? Que inspiração divina é esta?!
- “ O indivíduo que pecar, esse é que deverá morrer. Se o 
indivíduo é justo e pratica o direito e a justiça; se não come nos 
montes, não adora os ídolos imundos da casa de Israel; se não 
desonra a mulher do seu próximo, nem se aproxima da mulher 
menstruada; se não explora ninguém mas devolve o penhor de 
uma dívida; se não rouba ninguém, mas dá o seu pão a quem tem 
fome e veste quem não tem roupa; se não empresta com usura 
nem cobra juros; se evita praticar a injustiça e procura fazer um 
julgamento justo entre as pessoas; o indivíduo que age de acordo 
com os meus estatutos, que guarda as minhas normas, praticando 
correctamente a verdade, esse indivíduo é justo e certamente 
permanecerá vivo - oráculo do Senhor Javé.” (Ez 18,4-9)
- Embora fosse de inteira justiça que apenas morresse quem pratica 
o mal, a realidade é que “à morte ninguém escapa, seja bom, mau 
ou papa”! Depois, aparecem-nos uma série de normas “divinas” 
que de divino só têm o serem colocadas na boca de Javé, pois 
todas elas são bem ou demasiado humanas! Mais: o que é isso de 
“comer nos montes”? E que dizer do “pecado” em se aproximar 
da mulher menstruada?! Enfim, o que é “praticar correctamente a 
verdade”? 
- “Entoa uma lamentação sobre os chefes de Israel (…)” (Ez 19,1)
- Aqui, comenta-se: “A sua política de alianças com as grandes 
potências da época não resultou e acarretou a ruína de todo o povo.” 
(ibidem) Certo! Mas, mais uma vez, são apenas as ideias políticas 
de Ezequiel, sem que nelas se vislumbre algo de divino ou de 
divinamente inspirado.

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