segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 163/?


À procura da VERDADE em EZEQUIEL 
5/13

(O texto a que se referem os próximos comentários foi publicado 
no final da mensagem anterior)
- Bonita é a simbologia do desenvolvimento de Jerusalém, tal jovem 
que desabrocha para a adolescência até à idade do amor e dos enfeites. 
E Javé não descurou tais encantamentos!
Claro que é tudo simbologia! Mas porquê Jerusalém, cidade de Javé? 
Porquê sempre considerada a sua cidade santa? Porquê mesmo Jesus 
Cristo vai chorar sobre ela e sobre os seus filhos? Porquê até o epíteto 
de “Jerusalém celeste”?
Aqui, vejamos o comentário: “Ezequiel faz um retrato simbólico 
da história de Jerusalém: de humildes origens pagãs, Jerusalém 
tornou-se, no tempo de David, a capital de todo o reino de Israel. 
Desse modo, Jerusalém é o símbolo concreto da aliança amorosa 
entre Deus e o seu povo.” (ibidem)
Não é totalmente descabida de fundamento a afirmação “símbolo 
concreto”? Porque se mistura tanto o real histórico com a intromissão 
de Javé na mesma História?
E comenta-se ainda: “Jerusalém é a esposa amada de Javé. Mas 
ela é infiel, prostitui-se (…) A adúltera tem relações com os 
vizinhos; primeiro com os egípcios, depois com os assírios e 
babilónicos. Ora essas alianças políticas com outras nações são 
atitudes de infidelidade, gestos de prostituição muito caros que 
acarretam prejuízos impensáveis para os filhos, sacrificados aos 
deuses importados e para a mãe que não tira qualquer proveito 
ao oferecer-se perdidamente. (…) Sodoma era o exemplo da 
corrupção total. (…) Samaria foi destruída em 722 a. C., por causa 
da idolatria. Pior do que elas é Jerusalém (…)” (ibidem)
E nós perguntamos de novo: «Porquê esposa amada de Javé? 
Quem criou tal mito em que nos “obrigam” a acreditar? As 
relações que Jerusalém tem com os vizinhos - prostituições, como 
o profeta adora chamar-lhe! - não serão tentativas políticas para 
salvar a pele e não ser destruída? Porquê então, condenáveis?»
Mais uma vez parece que Ezequiel quis camuflar as suas ideias 
políticas, contrárias está bem de ver, às alianças com povos vizinhos, 
em nome de uma não-perca de identidade nacional, debaixo da 
capa das invectivas de Javé contra Jerusalém. É a mistura total do 
real histórico com o visionário supostamente divino! Aliás, aparece a 
mesma confusão na afirmação: “Destruída por causa da idolatria”.
- “No entanto, Eu lembrar-Me-ei da aliança que fiz contigo, quando 
eras jovem e farei contigo uma aliança eterna.” (Ez 16,60)
- Até que enfim! Um Javé tolerante! Uma lufada de ar fresco em 
tantas prostituições! Mas… até quando, Ezequiel?


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