segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 154/?

À procura da VERDADE nos livros Proféticos

JEREMIAS 14/15

 - “Não tenhas medo, meu servo Jacob - oráculo de Javé - porque 
Eu estou contigo: vou arrasar todas as nações por onde te espalhei. 
Não te vou aniquilar. Vou castigar-te com justiça (…).” (Jr 46,28) 
“Todos gritam e a população do país geme, ouvindo o tropel dos 
cavalos dos guerreiros mais valentes do inimigo, ouvindo o rumor 
dos seus carros, o barulho das suas rodas. (Jr 47,2-3)
- Definitivamente, este é um Javé que gosta de destruir e se “diverte”, 
brincando aos castigos com as nações, a começar pelo povo eleito, 
Israel… Nota-se até um certo comprazimento no sofrimento do 
Homem, por parte de Javé! E o que dizemos não é blasfémia, 
é ao que nos “obriga” o autor “sagrado”!
- “Chegarão dias - oráculo de Javé - em que farei ouvir gritos de guerra 
em Rabat, capital de Amon; a cidade tornar-se-á um montão de ruínas 
e os outros povoados serão destruídos pelo fogo. Então, Israel 
despojará os que o despojaram, diz Javé.” (Jr 49,2)
- Obviamente, não é Javé mas Jeremias quem o diz. Continua o gostinho 
da destruição, evidenciando-se aqui o “Olho por olho dente por dente” 
de cuja justiça não se duvida, embora Jesus venha propor o dar a outra 
face! Ah Israel, como não sei se és eleito de Javé ou… amaldiçoado desde 
sempre e para sempre!
- “Assim diz Javé: Vamos! À luta contra Cedar! Vamos destruir os 
orientais. Tomai as suas tendas e rebanhos, lonas e objectos, carregai 
os seus camelos (…)” (Jr 49,28-29). “Farei com que os elamitas 
tremam diante dos seus inimigos (…) Vou trazer a desgraça sobre eles, 
o furor da minha ira - oráculo de Javé. Mandarei a espada persegui-los 
até acabar com eles.” (Jr 49,37)
- Estamos perante o “Javé dos exércitos”, um Javé que nada tem de 
divino… E o genocídio é total! Afinal, quantos povos não pereceram 
“às mãos de Javé”?…
- “Por causa do furor de Javé, nunca mais será habitada: o país inteiro 
será uma ruína. E quem passar por Babilónia, assobiará, assustado 
com tanta desgraça. Arqueiros todos, estai a postos para atacar 
Babilónia por todos os lados. Atirai contra ela, sem poupar as vossas 
flechas pois ela pecou contra Javé (…) Esta é a vingança de Javé: 
vingai-vos dela. Fazei dela o mesmo que ela fez.” (Jr 50,13-15)
- Furor, ira, pecado… Aliás, que pecado cometeu Babilónia? O ter sido 
o braço de Javé para castigar Isarel dos seus pecados? Que confusão de 
pecados! Mas, a propósito de 50,1-51,64, ainda se comenta: “Jeremias 
sempre considerou a Babilónia como um instrumento de Deus e sabia 
que, cedo ou tarde, ela perderia o seu domínio. (…) Como Babilónia, 
todas as nações opressoras têm os seus dias contados, na História, 
pois o projecto de Deus é libertar todos os explorados e oprimidos.” 
(ibidem)
- E nós perguntamos: O saber de Jeremias vinha-lhe da sua intuição 
política ou… de Javé? E o projecto de Deus é libertar os explorados 
e oprimidos de quem? Dos outros Homens? Não são esses explorados 
e oprimidos que, ao longo da História, se têm levantado do chão e com 
as suas próprias forças das armas ou da palavra - e os seus mártires - 
têm mudado o seu destino? Que Deus os tem vindo libertando? Não se 
acabam tiranias com revoltas populares tantas vezes reprimidas 
com sangrentos massacres e genocídios? Esta infeliz – mas muito 
conveniente! – ideia de meterem Deus na História nada explica 
e deixam-no totalmente desacreditado…

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