segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 153/?


À procura da VERDADE nos livros Proféticos 

JEREMIAS 13/15

- “Assim diz Javé: Eu derrubo o que Eu mesmo construí, arranco 
o que Eu mesmo plantei e isto em toda a Terra.” (Jr 45,4)
- Porquê constrói Javé para derrubar e planta para arrancar? E onde 
é “toda a Terra” para o profeta? Mais umas quantas afirmações sem 
sentido e que, de certeza, não manifestam qualquer inspiração divina…
- “Vamos, cavalos, depressa com os carros; que partam os guerreiros; 
etíopes e líbios armados de escudo e ludianos que retesem o arco. 
É hoje o dia do Senhor Javé dos exércitos: dia de vingança para se 
vingar dos seus inimigos. A espada devora, fica saciada e embriaga-se 
de sangue, porque isto é um sacrifício para o Senhor Javé dos 
exércitos (…)” (Jr 46,9-10) “Palavra que Javé dirigiu ao profeta J
eremias quando Nabucodonosor, rei da Babilónia, veio para derrotar 
o país do Egipto.” (Jr 46,13)
- Até dá um certo gosto a ler este excerto, apesar do demasiado sabor 
a sangue de que tanto a Bíblia “gosta”… Mas será a derrota do Egipto 
um sacrifício a Javé? Para que queria Javé tal sacrifício, tal holocausto? 
Se os sacrifícios de animais já tinham pouco valor para um Deus único 
e verdadeiro - e como tal se apregoa Javé - este é um nonsense completo! 
Depois, fica a pergunta: Foi profecia ou pura constatação/dedução dos
 factos que iam acontecendo? E, a propósito de 46,1-51,64, comenta-se: 
“Na visão profética, Javé, o Deus do povo eleito, é igualmente Rei e Juiz 
de toda a História. Dirige os acontecimentos em vista da realização do seu 
projecto. Para tanto, move as nações como instrumentos e colaboradores 
(…)” (ibidem)
O exegeta repete-se mas nós voltamos a questionar: Que validade tem 
uma História em que Javé é Rei e Juiz? Mesmo para Israel ou o 
auto-proclamado “povo eleito”? E a História universal ou a História 
dos outros povos que o profeta desconhecia? E a História dos mundos 
que desconhecemos? Não se torna Javé, como um pequeno Deus - 
embora maior do que os antigos ídolos de ouro, prata ou madeira - 
ao interferir apenas naquela História local, que nem a Terra toda 
abarca, quanto mais o infindável Universo? E qual o projecto de 
Deus? E o que é isto de considerar as nações como instrumentos de 
Javé para ora castigar ora libertar outras nações, sempre através de 
derramamento de sangue humano? Não é uma visão simplista da 
História em vez da realidade que é o Homem que, pela sua 
maldade e sede de poder é “lobo devorador do outro Homem”?
-“Porque é que Ápis fugiu e o teu touro sagrado não resiste? Foi 
porque Javé o derrubou.” (Gr 46,15)

- Claro que não foi Javé mas… os soldados de Nabucodonosor! 
E… deixemo-nos de linguagens simbólicas que nos afastam da 
realidade nua e crua: Homens, apenas Homens delapidando e 
trucidando outros Homens.!

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