segunda-feira, 3 de abril de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 130/?


À procura da VERDADE nos livros Proféticos

ISAÍAS – 7/17

- “Vou varrer Babilónia com a vassoura da destruição - oráculo de 
Javé dos exércitos. (…) “O clamor espalhou-se por todo o território 
de Moab e os seus gritos chegam até Eglaim e Beer-Elim, pois a água 
de Dimon está cheia de sangue. (…) O alarido das nações ecoa como 
estrondo de muitas águas. No entanto, Javé ameaça-as e elas fogem 
para longe; voam sobre os montes como palhas dispersas pelo vento, 
como cisco no redemoinho. (…) A terra de Judá será um terror para 
os egípcios (…) que oferecerão sacrifícios e oferendas e até farão 
promessas a Javé e hão-de cumpri-las. Javé ferirá os egípcios. Ele 
vai ferir e depois curar. (…)” (Is 14-19)
- Aqui, afirma-se: “Trecho em prosa acrescentado ao livro original 
de Isaías, em época posterior depois que muitos judeus se 
refugiaram no Egipto e formaram comunidades em vários lugares.” 
(ibidem) E nós voltamos a perguntar: Um livro inspirado não fica 
desacreditado com acrescentos? Acaso poderíamos nós acrescentar 
agora alguma coisa, um oráculo, por exemplo, para reclamar a ira 
do Senhor sobre Israel ou sobre o Egipto ou outro país árabe da 
zona do eterno conflito que é o Médio Oriente, quando estes se 
interdevoram em guerras? E seria também de inspiração divina? E 
não faria de fé bíblica como nos ensinaram que o de Isaías fazia? De 
cada vez que nos interrogamos seriamente sobre a inspiração divina 
da Bíblia, ficamos sem respostas. Melhor: concluímos que não há 
inspiração divina nenhuma… E nós bem quiséramos que fossem de 
uma vez banidos os mistérios que nos angustiam, que Deus realmente 
se revelasse! Não em sonhos ou visões, como diz Isaías de si próprio, 
mas aqui e agora a cada ser humano, em cada tempo e em cada 
lugar, para que não andássemos enganados por outros homens que se 
dizem iluminados e que nos exploram sentimentos e alma, 
vendendo-nos o produto das suas imaginações… Mas… a realidade 
nua e crua é esta: NENHUMA CERTEZA!
- “Então Javé falou por intermédio de Isaías, filho de Amós, como já 
lhe havia dito antes: Vai, despe esse pano de saco e tira as sandálias 
dos pés. Assim fez Isaías, que começou a andar nu e descalço. Depois, 
Javé disse: Assim como Isaías meu servo, andou nu e descalço durante 
três anos, esse facto será um sinal e um exemplo para o Egipto e a 
Etiópia. Pois é assim que o rei da Assíria vai levar os captivos do 
Egipto, os exilados da Etiópia, jovens ou velhos: estarão nus 
e descalços com as nádegas descobertas (a vergonha do Egipto)” 
(Is 20,2-4)

- Esta Bíblia é realmente um poço de encenações/contradições… Então, 
é simbólico ou foi mesmo verdade que Isaías andou por ali três anos 
mostrando as… “vergonhas” a quem não quis desviar os olhos? É 
simbólico ou foi mesmo verdade que os egípcios e os etíopes foram 
levados pelos assírios, mostrando as nádegas? Acreditamos ou não 
acreditamos? Vamo-nos rir com tal brejeirice ou vamos ficar perplexos, 
porque não viemos aqui – isto é, analisar criticamente a Bíblia – para 
rir, já que a “coisa” – a nossa salvação ou condenação eterna – é muito 
séria? Haja paciência de quem se debruça sobre estes temas que, sem 
qualquer pejo e numa total desonestidade intelectual, a Igreja continua a 
vender-nos como sendo de inspiração divina, dizendo que a Bíblia é a 
palavra de Deus, a palavra da salvação, como se reza nas missas de 
domingo…

1 comentário:

  1. A propósito de desonestidade intelectual...
    O papa Francisco é realmente uma bênção mais para o mundo do que para a Igreja. Mas, como todos os eclesiásticos e teólogos, tem um problema: a Igreja e a religião católica em si. Todos eles sabem que a religião nasceu de um conjunto de falsidades apregoadas, desde o início, como verdades ou… a VERDADE! A verdade supostamente revelada e incarnada num suposto Cristo, suposto filho do Deus único, o DEUS VERDADEIRO. E, como não sabem explicar a maior parte das coisas que afirmam como VERDADE, remetem para a Fé e seus múltiplos mistérios. Ora, obviamente, trata-se de uma desonestidade intelectual inadmissível para qualquer ser pensante e racionalmente honesto. Mas – pergunto cheio de compreensão – o que hão-de eles fazer? É que, se forem intelectualmente honestos, começarão a negar tudo aquilo em que dizem acreditar, tudo aquilo a que durante dois milénios chamaram a… VERDADE, a VERDADE REVELADA! E isso seria o desmoronar de todo o edifício que herdaram dos seus antepassados e à sombra do qual vivem e para o qual vivem…

    ResponderEliminar