domingo, 22 de julho de 2012

Apresentação da Nova Religião (7/7)

Continuamos, transcrevendo:
    «Um voto final? Que a nova religião não desiluda o Homem pensante, chamando-o à Verdade! Que não corte ao espírito a fantasia e a capacidade de sonhar! Mas que lhe permita encontrar o equilíbrio entre o sonho e a realidade, entre a Fé e a Razão, entre a fantasia e a racionalidade, tendo a melhor vida possível no corpo e na alma, não podendo de forma alguma alimentar a ignorância que é sempre escura e triste face à Luz da Verdade! Pese-nos embora na alma toda a pena do mundo...
    Um manifesto? – Ensaiemos um! Subindo ao cume da montanha ou descendo ao fundo do vale, deixando-nos ouvir o silêncio que ainda por lá exista, olhando em redor ou o penedo que nos aparece defronte ou os horizontes a perderem-se na ténue linha do encontro com o céu, estaremos mais próximos do Deus verdadeiro, senti-lo-emos presente em nós, nas coisas, nos silêncios que sobem da Terra e descem do céu. E sentir-nos-emos mais em comunhão com o Universo de que somos filhos, partículas, elementos, a Verdade absoluta que apregoamos. Bem bradam eles, os mentores das religiões, levantando, orgulhosos, os Livros Sagrados a que atribuíram inspiração divina para os tornarem credíveis, jurando sobre eles fidelidade para a vida: Judeus, Hindus, Cristãos, Muçulmanos. Mas, na verdade, não houve inspiração divina nenhuma: apenas fantasia de humanos inspirados no que os seus olhos viam, os seus ouvidos ouviam, as suas mentes não entendiam…, criando deuses, prostrando-se diante deles, adorando-os! E, não entendendo, criaram a Fé, negando à razão o direito de duvidar, de questionar, de ter novas ideias. A Fé, mesmo a que move montanhas, é sinónimo de obscurantismo, de ignorância, de preguiça mental, de satisfação de um certo gostar nonsense que o Homem sente em não questionar para não ter que enfrentar a Realidade. Se tal não acontece na vida de todos os dias, acontece de forma categórica na Religião, tudo o Homem aceitando por comodismo ou por inércia, dizendo-se crente. E disso se aproveitam os criadores ou seguidores das religiões, bradando continuamente do alto das suas convicções, para não se perderem e, sobretudo, não perderem “clientes” a quem chamam de fiéis: “Proibido questionar! A Fé não se discute!” Ah, como nos quiseram, como nos querem fazer mentecaptos, santo Deus! E aqui, sim, aqui evocaremos o Deus Verdadeiro para barafustar com todas as forças da alma contra a falsidade que continua a subjugar milhões e milhões, contra os falsos papas de todas as crenças em todos os tempos, em todos os lugares, defendendo os seus “impérios” com evidentes interesses de poder, de vaidade, de dinheiro, de barriga cheia, alienando as consciências com falinhas mansas ou inflamados sermões, pondo as mãos em oração, elevando beatamente os braços para o céu ou curvando-se até ao chão em atitude submissa perante o inexistente Todo-Poderoso… E não há dúvida que temos um milagre, pois é realmente milagre que tantos milhões se deixem levar, se deixem tão facilmente convencer! Mas esta é a realidade de hoje que o será não sabemos até quando. Quanto a nós, nós apenas queremos ser a grande pedrada neste charco de fantasmagorias que enlameia a dignidade do Homem como ser possuidor de uma razão que não pode, não deve, jamais deverá deixar-se alienar! Mesmo que tal querer nos custe a perdição no Inferno! Mesmo que sejamos excomungados, perseguidos, ameaçados de morte por aqueles que, instalados nos seus pedestais, não os querem perder: os ditos seguidores de Cristo, os fanáticos seguidores de Maomé! Mesmo que, por defender tal verdade afinal a única Verdade! nos levem a própria vida!…» (Cont.)

1 comentário:

  1. Voltarei a este texto, Francisco, porque quero começar pelo último texto do mais recente, depois de ler o que editou antes, sobre o mesmo tema.

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