segunda-feira, 7 de maio de 2012

Mês de Maio, mês de Maria, mês de Fátima (1/3)

Mês de Maio, mês de Maria, mês de Fátima (1/3) Para além do que escrevemos aqui, entre Junho e Setembro de 2011 (12 textos), analisando o fenómeno de Fátima a partir de dentro, isto é, partindo da análise das supostas mensagens do anjo e da Virgem aos pastorinhos, para aquilatar da sua inveracidade, não será despiciendo colocar a hipótese, já ventilada por alguns, de o fenómeno Fátima se tratar de um verdadeiro crime. Mas expliquemos! Que crime? – O crime de lavagem ao cérebro de crianças indefesas, quer física quer emocionalmente. Na parte física, porque, sendo frágeis e mal alimentadas, não se lhes deveria/poderia pedir sacrifícios – como cilícios, privação do alimento, que já era parco – em oferta agradável a Deus, pela conversão dos “pobres” pecadores e desagravo às ofensas com que Nosso Senhor era quotidianamente ofendido, etc., etc. No campo emocional, é de bradar aos céus o que se fez àquelas crianças: o pavor do Inferno já para eles, já para os “pobres” pecadores, o pavor do diabo, o pavor da guerra, o pavor/dever de desagravarem a Nosso Senhor que estava muito ofendido, o rezarem todos os dias pela conversão da Rússia que com o comunismo ameaçava a Fé no mundo, etc, etc. Um ror de pavores que alienaram aquelas crianças até à exaustão e alucinação. Qualquer criança, naquele estado, veria anjos e virgens que lhes “aparecessem em qualquer lugar”, tendo-lhes sido pregado tal, na Missa ou no confessionário, apelando a tamanhos sacrifícios de desagravo. Então, quem foram os criminosos ou quem é acusado como tal? – O clero de Ourém! É ele que deveria ser responsabilizado por aqueles atentados à integridade física e emocional de três crianças. Os efeitos foram tão devastadores que duas delas vieram a morrer, por fragilizadas, de pneumónica, conseguindo a mais velha, talvez por mais defesas físicas e psíquicas, sobreviver, mas logo enclausurada em convento das carmelitas, para que a (In)verdade das aparições nunca fosse questionada ou posta em causa, já que, segundo o princípio da Ciência, para que algo se possa afirmar como verdadeiro, real ou existente, é necessário prová-lo como tal e sujeitá-lo ao veredicto da dúvida cartesiana. Ora, nada disso se pôde fazer com os dois que morreram. (Interessante e incongruente: então, se a Senhora queria fazer passar a sua mensagem aos Homens, como enviada do Divino, deixava morrer logo ali duas das suas escolhidas testemunhas? Quem entenderá tal nonsense, para não lhe chamar outro designativo mais forte e apropriado? Parece-se com as aparições de Cristo após a sua suposta Ressurreição: apareceu apenas aos seus e não a todo o mundo conhecido de então, incluindo os seus algozes fariseus. Era assim que pretendia que a sua mensagem fosse clara e abrangente e credível por toda a gente? – Impossível de acreditar que Cristo fosse tão pouco inteligente que tal não fizesse para atingir os seus objectivos. Ora, deixando tudo nebuloso, só acredita quem se quer deixar levar... Tal como aqui!) Também com a sobrevivente Lúcia, o método científico não pôde ser aplicado: enclausurada no convento de imediato, obrigada a total silêncio! É que não convinha ao Clero, que tal fenómeno congeminara e do qual se estava a sair maravilhosamente – aqui, sim, atingindo os seus “devotos” objectivos de devoção à Virgem, renome da terrinha de Ourém, negócio óptimo pela certa para a Igreja e turismo local... – não lhe convinha que se soubesse mais do que aquilo que a Virgem supostamente já tinha comunicado à Terra!... Afinal, que castigo mereceriam aqueles senhores que levaram à morte as duas pobres crianças? Não deveriam ser acusados, pelo menos, de assassínio involuntário? Mas Fátima continua sendo crime, crime já não praticado contra crianças indefesas, mas contra fiéis devotos (e incultos!) que, subjugados ao absurdo de promessas feitas aquando em aflição, se arrastam – com o beneplácito sorridente do clero actual, papa incluído! – gotejando sangue, suor e lágrimas, rodando de joelhos à volta da capelinha das aparições ou esperando o milagre ou agradecendo um que supostamente lhe foi concedido por intercessão da Virgem inexistente de Fátima... Aliás, já por lá viram, rastejando, algum clero ou algum intelectual crente (sê-lo-á?!)?... Salve-se o turismo que dá de comer a muita gente, gente que, de outra forma, não teria trabalho ou emprego!... Mas – pergunta a que ninguém sabe responder, segredo bem guardado pela hierarquia do lugar! – para onde vão os milhões de esmolas que ficam nos cofres da Virgem, na capelinha e na basílica de Fátima? Quanto vai para a Igreja de Roma, isto é, para alimentar o rico Vaticano? Quanto para obras de misericórdia? Quanto para sufrágio das almas do purgatório? Quanto para o desagravar das ofensas com que os “pobres pecadores” ofendem Nosso Senhor, segundo a mensagem de Fátima aos pobres pastorinhos?... Da simpática figura que é Maria, falaremos em outros textos, repondo a verdade histórica e, ao mesmo tempo, as lendas – são tantas! – que em seu redor se formaram.

5 comentários:

  1. "Um ror de pavores que alienaram aquelas crianças até à exaustão e alucinação."

    Em "A (in)verdade de Fátima" tudo não passava de uma fantasia, agora tudo não passa de uma alucinação. Francisco, afinal em que ficamos?

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  2. Francisco,

    Não acha que deveria estudar um pouco melhor a História das Aparições de Fátima?

    Cumprimentos.

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  3. Milagre do sol, fantasia ou alucinação?

    http://espectadores.blogspot.pt/2011/03/fatima-e-o-dito-milagre-do-sol.html

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  4. Francisco,

    Desta vez vou ter mesmo que lhe fazer uma pergunta:

    Se as visões do Francisco não passaram de uma alucinação, de que "mal" é que o rapaz padecia quando ele disse que não ouvia Nossa Senhora?

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  5. "Na parte física, porque, sendo frágeis e mal alimentadas,...."

    http://www.santuario-fatima.pt/portal/index.php?id=12985&page=1

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