segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ter ou não ter fé, “that’s the question”! (1/2)

Diríamos que o “problema” não está no ter ou não ter fé, mas se vale ou não vale a pena ter fé. Depois, ter fé em quê e/ou em quem? Na Bíblia, nos Vedas, no Corão? Em Javé, em Brama, Vixnu e Shiva, no Deus-Pai de Jesus Cristo, em Alá de Maomé? No mesmo Jesus Cristo, no mesmo Maomé? Na Virgem, nos anjos e nos santos? Na(s) Igreja(s) e no que elas dizem ou impõem como dogmas de crença aos fiéis, todas explorando-os, com maior ou menor agressividade, nas suas consciências? (Agressividade também monetária, obviamente, vivendo os seus mentores à custa do que “vendem” aos fiéis... Nesta perspectiva materialista, a Igreja mais escandalosa, através da riqueza acumulada e ostentada pelo seu bispo brasileiro Marcelo, será a Igreja Universal do Reino de Deus, talvez seguida da Igreja Católica – não tendo nós dados suficientes sobre as igrejas protestantes, sobretudo na Alemanha, no Reino Unido e nos USA, bem como as ortodoxas do leste europeu – com o seu rico e altamente dispendioso Vaticano, tudo em nome de um Cristo que pregou exactamente o contrário para se alcançar o Reino dos Céus!) Ora, parece que nenhum livro dito sagrado, nenhum iniciador de religiões, nenhuma Igreja e muito menos qualquer dos seus mentores – a começar e a acabar no papa da Igreja Católica – merece a nossa confiança para neles termos qualquer fé! Restam-nos o verdadeiro Jesus a quem chamaram o Cristo, a Virgem que o foi por imposição da Tradição de milénios, quando lhe foi atribuída a prerrogativa de “mãe de Deus”, alguns anjos, alguns santos. E, nestes, há que distinguir a fé na sua mensagem e exemplo de vida ou nas suas afirmações mais ou menos fantasiosas de um Além eterno e um Deus a comandar, nesse Além, as vidas dos humanos, depois da morte, com paraísos e infernos, anjos e diabos à mistura... Tudo resumido, cômputo feito, parece que fica apenas a mensagem do amor universal ou da fraternidade universal de Jesus, dito o Cristo, chegando ao “escândalo” sublime do perdoar ao inimigo e dar a outra face, contra um atávico “olho por olho” judaico que, embora justo, não passava o rasteiro do humano. (Aliás – dizia – “Se perdoardes apenas aos vossos amigos que mérito tereis?...). Agora, o seu Deus-Pai, o seu Céu, o seu Juízo Final de toda a criatura, indo os pecadores para o Inferno, infestado de demónios – aqueles belos anjos que se revoltaram contra Deus, certamente cansados de nada fazerem no Céu... – não merecem mais credibilidade do que a outorgada ao mundo da fantasia: tudo muito lindo e apelativo, quase diria necessário para satisfazer a ânsia de eternidade e de justiça que existe no fundo da alma humana..., mas não havendo nada – mesmo NADA! – que nos prove a sua existência! E, sem provas, qualquer um pode afirmar seja o que for: acredite quem quiser! No próximo texto, concluindo, falaremos da fé na Virgem, nos Anjos e nos Santos.

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