segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A Bíblia, livro sagrado ou simplesmente humano? (3)

Voltamos, hoje, à pergunta-base:
“Porque haveria de ser a Bíblia o livro da VERDADE, de origem divina, que nos revela Deus, e não apenas um livro escrito por homens, mais compiladores do que autores de lendas e tradições, escrevendo em nome de um Deus que eles próprios criaram como suporte das suas aspirações e das suas ideias de governação?”
O povo hebreu, no seio do qual nasceu a Bíblia, auto-intitulou-se “povo eleito, povo escolhido”, e veio, no tempo de Abraão (c. 1900 a.C.), da Mesopotâmia para a Palestina, refugiou-se no Egipto por causa da fome, aí foi feito prisioneiro pelo faraó e só foi libertado por Moisés, pelo ano 1200 a.C., vindo então a ocupar a Palestina onde prosperou até ao s. VI, quando ficou cativo em Babilónia; depois, foi resistindo como nação até ao s. I a.C., em que viu a sua terra ocupada pelos romanos, tendo que sujeitar-se à diáspora, em 70 d.C., espalhando-se pelo mundo... E revelou-se, no mínimo, um povo problemático, ao longo destes 20 séculos. Metido em guetos nos países de acolhimento, mesmo assim, foi criando riqueza, ciência e tal supremacia que desencadeou invejas exacerbadas, como num Hitler que não “resistiu” a dele fazer holocausto.... Tem dado à humanidade génios como um Einstein e muitos prémios Nobel, e diz-se que os judeus controlam as maiores fontes de riqueza do mundo: matérias-primas, petróleo, ouro e diamantes... Mas foi um povo desde sempre nómada, sempre tentando alcançar uma Terra Prometida e nunca conseguindo alcançá-la ou sendo dela espoliado, desde o cativeiro no Egipto até aos nossos dias em que luta por um bocado de terra a que quer chamar Pátria, terra, no entanto, disputada por outros que a reclamam com o mesmo ou semelhante direito histórico: a conquista…
Ora, a Bíblia! Realmente, que credibilidade nos merece quem afirmou, pela primeira vez, e assim se propagou de geração em geração, já em Israel antes de Cristo, chamando-lhe a Thora por antonomásia, já com Cristo, já depois dele, que é “revelada” por Deus ou é “palavra revelada”? – Nenhuma! Absolutamente nenhuma credibilidade! E, se tudo o que é bom é de inspiração divina – e partindo do princípio, certamente contestável, que tudo na Bíblia é bom – porque não se consideram livros sagrados todos os milhões de outros, escritos em todos os tempos, em todos os lugares e que são hinos à paz, à fraternidade, ao amor, a… Deus, outro que não Javé?

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