quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Que final possível, nesta nossa séria análise crítica da Bíblia?

 

Primeiro final possível – 1/2

Foram 436 textos!

 – Objectivamente, que podemos afinal abonar para acreditarmos em Jesus Cristo?

– Certamente – dir-nos-ão – os seus inúmeros milagres, a sua afirmação sem hesitações de que era o Messias prometido pelas Escrituras - tendo embora desiludido completamente os judeus que esperavam um restaurador do Reino de Israel, quando o Reino que Ele anunciou era o Reino de Deus - a sua afirmação inequívoca de que era o Filho de Deus, a sua mensagem de amor ao próximo para nos integrarmos naquele Reino de Deus e alcançarmos o Céu de todas as bem-aventuranças, face a face com Deus, pela eternidade sem fim…

– Também, objectivamente, o que é que nos faz ter dúvidas sobre este judeu Jesus a quem os seguidores chamaram de Cristo, de Filho de Deus?

– Talvez o problema maior seja Jesus ter-Se apresentado como totalmente dependente do cumprir umas Escrituras, cuja interpretação quase nunca é clara e tudo nelas prova que não são – não podem ser! – de inspiração divina.

A BÍBLIA NÃO É DE INSPIRAÇÃO DIVINA!

Mas, para aquelas dúvidas, haverá ainda de considerar o facto de Jesus:

– não ter conseguido converter os sacerdotes e fariseus, perdidos, embora, no seu orgulho e desejo de riqueza…

– não ter conseguido mostrar o Pai, nem o Céu, nem a vida eterna…

– não ter explicado como é que uma acção na Terra, em vida efémera no tempo, acarreta ou salvação ou condenação eternas…

– ter falado muito em Deus-Pai, em Céu, em vida eterna, em ir-nos preparar um lugar, mas nunca ter dito nem onde, nem como, nem quando ou, se o disse, foi por parábolas que ninguém entende ou cuja leitura não ultrapassa a dimensão do tempo e da vida terrena, deixando-nos por isso sem qualquer resposta…

– ter supostamente ressuscitado e ter-se apenas mostrado aos amigos, quando deveria ter feito exactamente o contrário, para convencer o mundo, pelo menos o de então, de que ele era realmente o que dizia ser.

– enfim, por Se ter ido embora e nos ter deixado com todas estas dúvidas, Ele que disse – e os seus discípulos disseram e continuam a dizer! – que vinha para nos salvar e salvar a humanidade inteira…

    Aliás – perguntaríamos ironicamente – como verá Ele, lá do seu Céu, onde certamente estará, esta nossa angústia de querermos desesperadamente acreditar nele e não o conseguirmos porque temos uma razão que nos impede de acreditarmos cegamente em afirmações sem provas?

    Nem o inventado Espírito Santo, que parece ter inspirado tanto os Apóstolos, confirmando-os na Fé, a nós nada inspira e nada retira às nossas dúvidas…

    Ora, se não conseguimos acreditar em Jesus Cristo, que havemos de fazer? – Talvez apenas isto: viver na máxima plenitude esta vida, felizes connosco e com os outros, na realização dos nossos sonhos, com todas as nossas capacidades, dando e dando-nos porque realmente é dando que se recebe…

    E se os nossos horizontes não conseguem passar além da vida terrena e projectar-se na eternidade, que este gostinho ao menos nos acompanhe pela vida fora:

“Somos e somos inteligentes e somos felizes porque fazemos felizes quem de nós precisa um sorriso, um abraço, uma solidariedade…”

    Quem sabe se assim - sem querermos!!! - alcançamos o Céu de Jesus Cristo? Quem sabe? Não cumprimos de tal modo, e afinal, o grande mandamento do “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”? Que grande surpresa! Que agradabilíssima surpresa seria!

    E - sejamos optimistas! - acreditemos que talvez seja esta surpresa de Deus ou de Jesus Cristo ou do Céu que nos estará reservada, no termo dos nossos dias. Acreditemos!

Eu quero acreditar. Tu, não?…