À procura da Verdade nas Cartas de Paulo
Não é
fácil admitir, sem cair nas raias do mistério, que um pregador de uma religião
tão cheia de esperança para a vida eterna, seja assim crucificado pelos muitos
que não conseguem acreditar nele. Será porque, em vez da vida eterna, prega o
sofrimento para a… alcançar? Será porque a ressurreição da carne confunde tanto
as pessoas? Será que se não é ressurreição de um corpo material, ninguém
consegue entender como é a ressurreição para um corpo espiritual?
–
E foi o sofrimento de Paulo, e foi o sofrimento de Cristo, e o de todos ou
quase todos os apóstolos e, ao longo dos séculos, o de tantos mártires,
martirizados pela mesma causa… Não é estranho? Religião revelada pelo único
Deus realmente existente - permitam-nos mais uma vez a repetição - não deveria
cativar em vez de repelir, não deveria chamar e conquistar em vez de
martirizar? Não nos venham dizer que é o mistério da… Redenção ou o mistério da
Igreja ou… outro mistério qualquer! Estamos verdadeiramente fartos de
mistérios! Pois com mistérios não vamos a parte alguma, nem da Terra nem… do
Céu! É tempo de a Igreja acabar com os mistérios e dar explicações de udo o que
afirma e obriga os crentes a acreditar, para ter alguma credibilidade…
–
“Foge das paixões da juventude; segue a justiça e a fé, o amor e a paz com
aqueles que invocam de coração puro o nome do Senhor,…”
– Parece
que aqui Paulo se esqueceu do amor aos inimigos pregado por Jesus Cristo…
– “…Evita
questões loucas e não educativas que provocam brigas. Não sejas quezilento mas
manso para com todos, competente no ensino, paciente nas ofensas sofridas. Com
suavidade educa os teus opositores…” (2Tm 2,22-25)
–
Redime-se Paulo do seu anterior esquecimento, aconselhando mansidão para com
todos e suavidade no trato com os opositores… Mas… se são belos conselhos de
convivência social, acaso ultrapassam a dimensão humana, o bom viver entre
irmãos e não-irmãos?
–
É! Nunca entenderemos como passar desta dimensão humana para a dimensão divina
que procuramos! E a pena é tanta!…
–
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, para refutar,
para corrigir, para educar na justiça.” (2Tm 3,16)
–
Teria Paulo consciência de que também esta carta seria considerada “Escritura”
mas da Nova Aliança? Talvez nada importe saber. O que importa é saber como é
que a Escritura é inspirada por Deus ou, se quisermos, como é que Deus pôde
inspirar tudo quanto se diz na Escritura… Mas já escalpelizámos o assunto,
quando procurámos a VERDADE no Antigo Testamento, provando a falácia total de
que as Escrituras tenham sido inspiradas por Deus. Por isso, não nos macemos
mais… E reafirmamos solenemente que a Bíblia foi escrita por homens e Deus não
teve nada a ver com o que se lá diz, descreve, narra, conta…, sendo apenas um
conjunto de narrativas ligadas à história, cultura e tradições do povo hebreu. Ponto!
– No entanto, Paulo, seguindo aliás Jesus Cristo, tem as Escrituras como palavra de Deus, logo verdades absolutas, inquestionáveis, onde se pode basear qualquer raciocínio ou argumento,… E nós, por aqui, acreditando sem qualquer dúvida, de que Deus não foi – NÃO PODIA SER! – o “autor” de tais textos, de tais histórias, de tais máximas, de tais salmos, em que Ele se humaniza completamente, sendo levados a dizer exactamente o contrário do Génesis:
“E o Homem criou Deus à sua imagem e
semelhança.”!…
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