Personagem que deu título a um livro por nós publicado na Europa-América, há uns anos
O Eu Cósmico é essa nossa consciência
indefinida mas essencial, que por aqui vai dialogando connosco… Personagem de fronteira,
interroga-se incessantemente: “Afinal, o que faço eu aqui? Donde venho e para
onde vou? Acaba-se esta vida ali com a morte ou prolonga-se pela eternidade?
Vimos de Deus e vamos para Deus ou somos fruto da Acaso, do Destino, da
Natureza e caminhamos para o… NADA, como qualquer ser vivo que, logo que nasce,
tem como única certeza absoluta que um dia morrerá?”
E como é persistente e não desiste
facilmente, anda à procura da Verdade, por todo o lado onde a possa encontrar
ou onde lhe disseram que a encontraria: na Ciência, na Religião, no próprio
Homem, na Natureza, no Tempo, no Espaço, na Eternidade, no Universo que
certamente será único num Espaço que tudo leva a crer que seja infinito…
E é “cósmico” porque tenta projectar-se no
Cosmos, sair desta minúscula-pequena Terra onde nos encontramos, ir até além
das estrelas e olhar de lá para cá… Assim, a visão da vida, das gentes, das
sociedades, da Terra, toma a sua real dimensão – totalmente insignificante! – que,
real embora, não deixa de ser afectada por uma realidade muito mais alargada,
porque ao nível das grandes distâncias, dos grandes astros, dos inúmeros mundos
desconhecidos… mundos que, embora desconhecidos, temos quase a certeza de que
povoam o imenso, o imensíssimo Universo…
Assim, com que dimensão nova sentimos a
nossa querida vida! Os nossos “queridos” e “importantíssimos” problemas do
dia-a-dia! As nossas “magnas” preocupações! As nossas zangas e o nosso
desperdício de minutos, horas, dias que estamos zangados connosco e com os outros,
perdendo assim VIDA que nunca mais será possível recuperar, simplesmente porque
nada é repetível mas tudo fluindo na inexorável voragem do tempo que não pára,
tudo a cada momento se recriando!...
Aliás, parar seria morrer, como toda a
gente diz, mas poucos se darão conta do fundo de tal Verdade. Imaginemos que o
Sol parava, a Terra parava, O Universo parava… Quem daria o arranque para novo
movimento?
E seria sempre noite onde fosse noite
naquele momento e sempre Sol de rachar onde então o Sol brilhasse…
Afinal, nada pára porque nada pode parar!
Nem tu, nem eu, nem… o Universo…
E surge a perguntas das perguntas: “Quem é
que pôs tudo isto em movimento?” Só esse Alguém poderá decidir se o pode parar
de novo! Só Ele terá o poder de, parado, o voltar a animar… E… chegamos a… Deus!
Alguém quererá argumentar e provar facilmente
que este DEUS não é, não pode ser o das religiões que fizeram de Deus nada mais
nada menos que um humanoide superior que cria, comanda, protege, amaldiçoa e
ama esse ser vivo que dá pelo nome de Homem?
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