sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Da necessidade ou não de um Criador

 

Da necessidade ou não de um Deus Criador - 1

Criador da Terra, do Universo e, neles, a VIDA

 Os defensores de um Deus Criador, quaisquer que sejam os seus argumentos, esbarram sempre contra o inevitável: a falta de conhecimento do Homem acerca da Realidade universal, realidade que permanece – e presume-se que permanecerá para sempre, dadas as limitações do mesmo Homem, face às inimagináveis colossais dimensões do Universo – um quase total mistério. As perguntas são muitas:

- O que é o Espaço? É finito ou infinito? E é eterno porque infinito?

- O que é a matéria? É também eterna, apesar de finita, porque mensurável?

- O que é a energia?

-O que é a força gravítica sentida na atracção/repulsão dos astros uns pelos outros?

- Há apenas este Universo – do qual desconhecemos quase tudo! – ou há muitos Universos, no Espaço Infinito?

Ora, vamos ver o que sabemos, com maior ou menor certeza, mas sem qualquer certeza absoluta:

- Sabemos que este Universo parece ter começado há 13.5 mil milhões de anos, no Big Bang, uma enorme explosão de uma enorme massa de matéria energizada. A admitir que tal seja a sua origem, há perguntas irresistíveis como: 1 – O que havia antes dele? 2 – Em que parcela do Espaço se encontrava a tal massa que lhe deu origem? 3 – Como se formou tal gigantesca bola de massa? Foi o resultado de um velho Big Crunch? 4 – Para onde caminha e como será o seu fim, pois tudo o que começa no Tempo acaba no Tempo? Caminhará para o tal Big Crunch, o que dará origem a um novo e renovado Universo, utilizando a mesma massa, mas sob formas diferentes, já que da matéria nada se perdeu, tudo se transformou, no perene movimento que a animou?

- Sabemos que o Universo é formado por Nebulosas e Galáxias, sendo numas Matéria e Energia dispersas, nas outras, Matéria e Energia organizadas em estrelas.

- Sabemos a composição das estrelas e que, tendo-se formado um dia pela acumulação de matéria energizada, irão desaparecer um dia mais à frente, quando o seu carburante – o hidrogénio – se acabar: uns bons milhares de milhões de anos- (Para o nosso Sol, dada a sua massa ardente, estimam-se uns dez mil milhões, encontrando-se no meio da sua existência).

- Sabemos que tudo está em movimento, desde o átomo, às estrelas, ao próprio Universo, passando pelos seres vivos e não vivos que habitam/compõem todos os astros do mesmo Universo.

Aliás, é aqui que os defensores de um Criador se fundamentam, já desde o medieval S. Tomás de Aquino: “Se tudo está em movimento, quem, senão o Criador, deu o primeiro impulso?” Ora, a resposta nem é difícil: basta conceber a matéria como eterna, i.é, sempre existente, e sempre em movimento ou em transformação, nada se perdendo porque não tinha/tem para onde perder-se… (Cont.)

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