terça-feira, 19 de junho de 2018

Onde a Verdade da Bíblia? -Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 177/?



À procura da VERDADE no livro de OSEIAS
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 - Ali, no Templo gerido pela classe sacerdotal corrupta, até o 
pecado gerava chorudas receitas… Logo, quanto mais pecado… 
Depois, que dizer das múltiplas prostituições dos sacerdotes, 
quer entendidas em sentido simbólico, como a adoração de 
falsos deuses, quer no sentido real do termo?
- Finalmente, perante tantas infidelidades à Aliança, por parte de 
Israel, a Bíblia, aparece-nos como o grande esforço de Javé - 
pela mão dos autores intervenientes - para que o povo abandone 
de vez os ídolos, cuja adoração é estapafúrdia e imprópria de 
seres inteligentes, que não crentes…, e definitivamente se volte 
para as leis que a Aliança comporta. Mas afinal… quem é este 
Javé, Deus de Israel? Esta a grande interrogação para a qual 
bem quiséramos ter uma resposta com sentido… Mas não, não 
temos resposta. E, assim, perdemo-nos nos meandros de uma 
fé muito pouco esclarecida, fazendo do mistério a sua grande 
base de apoio!
- Uma derradeira pergunta: Não gera perplexidade o movimento 
de pessoas e negócios gerados à volta dos templos e santuários? 
Antigamente… como hoje? E qual a causa? E qual o efeito? 
De qualquer modo, que se negoceia à custa de Deus, da Virgem 
ou dos santos, de Buda ou de outra divindade qualquer, é 
evidente verdade… Diabólica verdade!…
- “Quando Israel era menino, Eu amei-o. Do Egipto, chamei o 
meu filho; e no entanto, quanto mais Eu o chamava, mais ele se 
afastava de Mim: oferecia sacrifícios aos baals, queimava 
incenso aos ídolos.(…) O meu povo é difícil de se converter 
(mas) (…) não Me deixarei levar pelo ardor da minha ira (…).” 
(Os 11,1-9)
- Constata-se que Israel insiste em incensar os ídolos, 
certamente porque estavam ali presentes em imagens de 
madeira, barro, ferro ou ouro; Javé era invisível: falava pelos 
profetas que, pertencendo normalmente à classe sacerdotal, não 
deveriam ter muita credibilidade. Aliás não tiveram tantas 
religiões - e talvez mais a católica - de socorrer-se de imagens 
para materializar o que é espiritual? O esforço da Bíblia para 
mudar as mentalidades é grande. O sucesso parece 
nitidamente pouco. Mas… o amor de Javé permanece.
- É comovente aquele quase lamento de Javé: “Como poderia 
Eu abandonar-te, Efraim?” (Os 11,8)
- Para o nosso espírito universalista, continuará sempre sem 
explicação esta exclusividade de Israel ao qual um Deus se 
“dedica” tão exclusivamente, perdoe-se-nos a redundância… 
A perca de credibilidade num Deus da Terra e do Universo, de 
todo o tempo, de todo o espaço, da… eternidade e do infinito, 
é enorme!
- “Israel, volta para Javé, teu Deus, pois caíste por causa dos teus 
pecados (…)” (Os 14,2)
- É um grito quase angustiado não se sabe se de Oseias, se de 
Javé. Comenta-se: “A esposa infiel (Israel) não só é reprovada e 
censurada pelo esposo fiel (Javé) irado, mas é também (…) 
convidada a retomar o seu amor verdadeiro e deixar os seus 
amantes, a sua prostituição.” (ibidem)
- E nós, no termo de mais um livro, continuamos sem a Verdade 
que ansiosamente procuramos, nesta Bíblia tão, tão, tão fechada 
em torno de um Israel-Javé, como que jogando ou “brincando” 
ao pecado-castigo ou à idolatria-fidelidade…



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