sexta-feira, 2 de junho de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 138/?

À procura da VERDADE nos livros Proféticos

ISAÍAS – 15/17

- “Todos vós que tendes sede, vinde buscar água. Vinde 
também vós que não tendes dinheiro: comprai e bebei sem 
dinheiro e bebei vinho e leite sem pagar. (…) Ouvi-Me com 
atenção (…) Dai-Me ouvidos, vinde a Mim, escutai-Me e 
vivereis.” (Is 55,1-3)
- As palavras são… bonitas! O sonho de ter água, vinho e leite,
 ali, em dádiva, é gostoso! Faz lembrar o sonho de um 
Paraíso de delícias que sempre povoou as fantasias dos 
humanos. Mas… onde a realidade? Que palavras de vida eterna 
tem Javé que nos serenem as nossas dúvidas, pois certezas só 
continuamos a ter as palpáveis, neste tempo e neste espaço, tão 
exíguo um e tão fugaz o outro? “… e vivereis.” Viveremos onde?
 Como? Na Terra ou no Céu? No corpo ou no espírito? E… 
que Terra? Que Céu? Com que rosto? Com o nosso ou com o de 
outrem, no eterno retorno do mesmo ao mesmo através das 
diversas conexões de átomos e moléculas, gerando 
eternamente seres animados ou inanimados diferentes, 
acabando-se a nossa individualidade ali com a morte? Sem 
deixar rasto? Então, onde a VIDA que nos propões, Javé? 
Onde? Tudo poesia! Tudo emoção sem qualquer suporte na 
realidade que somos…
- “Assim diz Javé: Observai o direito e praticai a justiça, 
porque a minha salvação está para chegar e a minha justiça 
vai manifestar-se. (…) Aos estrangeiros que aderiram a Javé 
para Lhe prestar culto, para amar a Javé e serem seus servos, 
que observam o sábado sem o profanar e ficam firmes na 
minha aliança, Eu levá-los-ei para a minha montanha santa, 
vou fazê-los felizes (…)” (Is 56)
- Também aqui se comenta: “É o Terceiro Isaías, profeta 
anónimo que actuou em Jerusalém, nas primeiras e difíceis 
décadas após o fim do exílio (entre 537 e 520), enfrentando 
o desânimo da esperança, devido ao atraso da reconstrução, o 
culto dos ídolos, a divisão entre irmãos (judeus) e a presença 
de estrangeiros. (…) O exílio mostrou que Javé não está ligado 
exclusivamente a uma terra e a uma nação. (…) Essa abertura 
ultrapassa as restrições previstas pela Lei (Dt 23,2-9) e começa 
a quebrar um nacionalismo fechado.” (ibidem) E nós apenas 
perguntamos: 1 - Como sabemos que este anónimo é… 
“profeta” e… “inspirado”? 2 - O universalismo de Deus 
levou tantos séculos de Bíblia e de intervenção de Javé a 
chegar? E não é um universalismo tíbio onde impera 
a Lei do sábado?
As grandes palavras de Javé parecem ser o DIREITO e a 
JUSTIÇA. Mas chegarão ao Céu e à eternidade quem praticar 
o direito e a justiça? Ou ficar-se-ão, como todo o mortal, por 
esta vida, por esta Terra? E não tinham as civilizações vizinhas, 
apesar dos seus deuses todos de pedra, barro, madeira ou metal, 
os seus códigos de honra, direito e justiça? Acaso poderiam 
viver em sociedade de outro modo? Onde a novidade de um 
Javé? Bem quiséramos que a novidade fosse o alcançar da 
VIDA, a vida eterna. Mas essa fica na penumbra dos sonhos e 
da fantasia…
- “Aproximai-vos, vós, filhos de feiticeira, descendência de 
adúltera e de prostituta. De quem escarneceis vós (…)? Porventura 
não sois filhos ilegítimos, geração bastarda? Não sois vós que 
buscais a ardência do sexo ao pé dos carvalhos ou debaixo de 
qualquer árvore frondosa? Sacrificais crianças à beira dos rios e 
nas fendas das rochas. (…) Colocaste a tua cama numa colina 
alta e elevada e subiste para lá para oferecer sacrifícios. E ainda 
achas que Me agradas com essas coisas?” (Is 57,3-7)

- Tanto quanto os ídolos, parece condenar-se aqui as diabruras do 
sexo, o adultério, a prostituição, os amantes… É! Talvez estes 
reais vícios, revelando o seu lado mais “animal”, não dignifiquem 
muito a raça humana. Ontem como hoje! No entanto, o maior 
pecado do Homem não é o da luxúria, mas o da insensibilidade 
perante a dor e o sofrimento do seu irmão. E desse pecado está 
o mundo cheio…, um mundo que, infelizmente – a História antiga 
e recente é disso um tremendo manifesto! – sempre foi governado 
por psicopatas que se impuseram pelo poder, pelo terror, pelo 
dinheiro, não procurando a fraternidade universal, dialogando, mas 
privilegiando a guerra, o saque, o abuso, a escravatura, o… sofrimento!

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