sábado, 13 de maio de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 135/?

À procura da VERDADE nos livros Proféticos 

ISAÍAS – 12/17

 - “O ferreiro trabalha o ídolo com a fornalha e modela-o com o 
martelo (…) O carpinteiro mede a madeira, desenha a lápis uma 
figura e trabalha-a com o formão e aplica-lhe o compasso. 
Faz a figura com medidas do corpo humano e com rosto de 
homem, para que essa imagem possa estar num templo (…) 
O próprio escultor usa parte dessa madeira para se aquecer e 
cozer o seu pão; e também fabrica um deus e diante dele se 
ajoelha (…) Com uma parte acende o fogo, assa a carne nas 
brasas e mata a fome; também se aquece ao fogo e diz: Que 
coisa boa! (…) Depois, com a outra parte faz um deus (…) e 
faz uma oração, dizendo: Salva-me, porque és o meu deus.” 
(Is 44,12-17)
- A sátira é brilhante. E escrita com elegância. Realmente, 
como foi, como é possível que o Homem seja capaz de adorar, 
prostrar-se de joelhos diante de um objecto-imagem saído das 
suas próprias mãos e chamar-lhe deus? Mas não foi isso que 
fez ao longo da História, desde as mais remotas eras? Não é 
isso que fazem os crentes em frente do santo da sua devoção 
ou em frente da Virgem ou de Cristo pregado na cruz? Que 
diferença fazem estas imagens dos ídolos contra os quais 
Javé, pela boca de Isaías, satirizava… humoristicamente? Não 
são mãos de carpinteiro ou escultor ou ferreiro que fabricam 
tais imagens de santos, da Virgem ou de Cristo crucificado? 
E quando se referem ao Espírito Santo, não fazem uma pomba? 
E do Deus-Pai, não fazem um velho de aspecto venerando, 
com as suas longas barbas brancas? E quantas estátuas-imagens 
da Virgem, nas suas diferentes facetas de grávida, de mãe, de 
Sra da Conceição, de Sra de Fátima, de Sra de Lourdes, de Sra 
negra, de…? E já nem falamos dos quadros célebres de 
pintores, com personalidades ou cenas religiosas… Se Isaías 
cá voltasse e visse tantos santos nos altares, não sei se 
bradaria de novo por Javé, invectivando tais usos tão pios e tão 
decorativos das nossas igrejas actuais! Mas convinhamos: uma 
igreja sem estátuas, sem quadros, sem figuras, seria uma igreja 
bem mais triste, quer pesada nas largas paredes com poucas 
janelas e nas colunas de grossuras descomunais para sustentar 
as pesadíssimas abóbodas, no estilo românico, quer elegante com 
belas e rasgadas janelas de vitrais de cores inolvidáveis em sinfonia 
de luzes e matizes, emolduradas por elegantes nervuras e colunatas, 
no estilo gótico…
- “Assim diz Javé, o teu Redentor, que te formou desde o ventre 
de tua mãe: Eu sou Javé que faço tudo: sozinho eu estendi o céu e 
firmei a Terra. (…) Eu digo a Ciro: Tu és o meu pastor e realizarás 
tudo o que Eu quero. Eu digo a Jerusalém: Tu serás reconstruída
e ao Templo: Tu serás reedificado desde os alicerces.” (Is 44) “Eu 
sou Javé e não existe outro. Eu formo a luz e crio as trevas; sou o 
autor da paz e crio a desgraça. (…) Fora de Mim, não existe 
outro Deus. Não existe Deus justo e salvador a não ser Eu. 
Voltai-vos para Mim e sereis salvas todas vós, extremidades da 
Terra, pois Eu sou Deus e não existe outro.” (Is 45)
- A insistência na unicidade persiste. Repetidamente. 
Enfadonhamente! Realmente, Deus a existir tem de ser único e 
vivo e invisível, sem a forma humana com que sempre o quiseram 
moldar. Mas aí a Bíblia teve a sua culpa, ao dizer que “Deus 
criou o Homem à sua imagem e semelhança.” Assim sendo, 
se o Homem é feito à imagem e semelhança de Deus, lógico 
é dizer que Deus é semelhante ao Homem! Boa ou má, é a 
lógica desta nossa “querida” Bíblia! Mas… o que é um 
Deus-salvador, um Deus-redentor, um Deus justo? Aliás, justo 
este Javé? Como, se é totalmente parcial a favor de Israel, o seu 
povo eleito?!


2 comentários:


  1. Claro que os deuses – politeístas ou monoteístas – das diversas religiões não podem existir, sendo facilmente provado que todos eles são invenções deste ou daquele homem, desta ou daquela cultura. Face ao conhecimento que já temos da realidade que nos circunda e da qual fazemos parte integrante – Terra e Universo – racionalmente, Deus só tem sentido – na sua INFINITUDE e ETERNIDADE – se o considerarmos o TODO ONDE TUDO SE INTEGRA, ESPAÇO (por oposição de umas coisas a outras, sejam átomos, estrelas, sejam galáxias, universos…) e TEMPO (para as coisas que continuamente vão começando e acabando, dizendo-se que têm tantos segundos, minutos, anos, milénios…), tudo existindo desde sempre e para sempre, continuamente se transformando e obtendo formas diversas, da mais ínfima partícula até ao mais grandioso universo. Cada um de nós é uma dessas formas que teve a sorte de conhecer a existência. Viva a VIDA!

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  2. Fátima é sinónimo de emoção.
    E foi mais um 13 de Maio! E mais um papa esteve presente! Hoje interessa-me, não as polémicas, mas os factos: ali há emoção de muitos milhares, há reconforto de almas, há esperanças reavivadas, há gestos de ternura. Sente-se que muitos daqueles peregrinos, sangrando dos pés, se fizeram longos caminhos a pé ou sangrando do coração, se fizeram promessas em tempos de aflição, vêm reconfortados, aliviados, emocionados com o seu espiritual que ali viveram. E isso é muito bom! E diria que todas as religiões terão esta parte positiva do alimentar e "controlar" a emoção dos crentes. Assim, fica a pergunta: o mundo sem religiões não seria ainda mais violento e agressivo do que o foi na sua História, do que o é actualmente?

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