sexta-feira, 3 de março de 2017

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 126/?

À procura da VERDADE nos livros Proféticos


ISAÍAS – 3/17

 - “Então, Javé disse a Isaías (…): Assim fala o Senhor Javé (…) 
Javé falou de novo a Acaz (…) Disse-lhe Javé: Escuta, herdeiro de 
David, (…) precisais de cansar a paciência do próprio Deus? Pois 
ficai sabendo que Javé vos dará um sinal: a jovem concebeu e 
dará à luz um filho e chamá-lo-á Emanuel.” (Is 7,3-14)
- Javé fala… Confinamos assim um Deus do Universo – ou o 
Universo ele mesmo! –  a umas falas com uns homens de um povo 
que se disse eleito de Javé! Que amesquinhamento de Deus, Santo 
Deus! O mais dramático é que continuamos a ter um catecismo cristão 
que nos diz para acreditar que tudo isto se passou assim, que tudo é 
verdade, que é… a VERDADE! Aliás, comenta-se: “O rei Acaz teme 
o cerco (…) Nisto, Isaías vai ao seu encontro e tranquiliza-o, pois 
continua válida a promessa de que a dinastia de David será perene, 
desde que se coloque total confiança em Javé. O sinal prometido a 
Acaz é o seu próprio filho do qual a rainha (a jovem) está grávida. 
Esse menino que está para nascer é o sinal de que Deus permanece 
no meio do seu povo (Emanuel = Deus connosco). (…) Mateus 
(1,23), vê na jovem, a figura da Virgem Maria e, no filho, a pessoa 
de Jesus.” (ibidem).
Ora bem, por um lado, profecias e acontecimentos parecem realmente 
muito próximos para que aquelas sejam por estes validadas; por outro, 
pergunta-se: Porque é que um menino é sinal de Deus? Não é ele fruto 
natural de uma relação bem… humana?!
Enfim, Mateus refere, em 1,22-23, as palavras do Anjo para convencer 
José: “Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito 
pelo profeta: Vede: a Virgem conceberá e dará à luz um filho. Ele será 
chamado Emanuel, que quer dizer: Deus está connosco.” Mas os textos 
não batem certo. Mateus - ou o Anjo? - não foi exacto na transcrição do 
profeta: “A jovem concebeu e dará à luz um filho (…)”; e, com toda 
a certeza, não era virgem!… Onde nos poderiam levar os comentários a 
tal pequena-enorme troca de “jovem” por “virgem”? Onde? No entanto, 
é esta passagem bíblica que está na base do cristianismo já que aponta 
para o acto essencial que foi o nascimento de Jesus, Filho de Deus, 
concebido, por obra e graça do Divino Espírito Santo, no seio de Maria 
Virgem (como se ensina no catecismo e se reza no Credo católico, nas 
missas). E é a esta Virgem-mãe inexistente que todo o cristianismo 
presta devoção e erigiu santuários e altares por todo o mundo… o que, 
embora comovente por nos fazer lembrar a nossa mãe e a mãe dos 
nossos filhos, não deixa de ser um atentado à Verdade.
- “…” Então (…) uni-me à profetisa e ela concebeu e deu à luz um 
filho. Javé disse-me: Dá-lhe o nome:Pronto-saque-rápida-pilhagem” 
(…) Javé continuou a falar comigo (…) Assim me disse Javé, 
enquanto me segurava pela mão (…)” (Is 8,1-11)
- É tudo tão familiar, tudo tão tu-cá, tu-lá entre Isaías e Deus que não 
sabemos que mais dizer! Serão modos de falar: Javé não fala com 
Isaías, não o segura pela mão… Isaías é que se sente como que 
ouvindo Javé, como se Ele o segurasse pela mão… Talvez em sonhos, 
talvez em visões… Aceitar-se-ia se a Bíblia tivesse sempre esse valor 
simbólico. Ou, então, nunca o tivesse. Pois, pode aceitar-se que Javé 
ora interfira directamente na História ora seja a tal fonte inspiradora, 
mas não real, de um qualquer autor dito “sagrado” e que fala em nome 
dele? E - pergunta das perguntas! - seria o próprio Javé-Deus, mesmo 
para Isaías, simbólico apenas e não real? Comenta-se ainda: “O filho 
de Isaías é envolvido na profecia através do nome simbólico que recebe 
Pronto-saque-rápida-pilhagem” e revela o que vai acontecer ao reino 
de Aram (Damasco) e a Efraim (Reino do Norte). De facto, em 
732 a.C., os dois caíram em poder da Assíria (…)” (ibidem)
Mais uma vez, não se percebe! O filho com tal nome é símbolo/profecia 
do facto histórico? E esta suposta profecia foi dita quanto tempo antes 
desse facto? – Não sabemos…

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