domingo, 20 de novembro de 2016

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 115/?

À procura da VERDADE nos livros Sapienciais 


O ECLESIÁSTICO – 7/15

- “O que é o Homem e para que serve? Qual é o seu bem e qual é 
o seu mal? A duração da sua vida é de cem anos no máximo (…)
 gota de água (…) frente à eternidade.” (Eclo 18,7-9)
- Perguntas de angústia existencial. Tinha-as Ben Sirá, há mais de 
dois mil anos, têmo-las também nós, apesar do avanço enorme da 
Ciência e da Tecnologia. E… sem resposta! Melhor, há uma resposta 
nua e cruel: objectivamente, 1 - o Homem é o resultado da evolução 
das espécies; 2 – cada indivíduo não é mais do que um amontoado 
organizado, de átomos e moléculas de elementos minerais, que 
aparece num dado momento do Tempo e, em outro, desaparece, 
como qualquer ser vivo; 3 – não serve para nada, além de fazer parte 
do sistema Terra-Universo, onde nada se perde nada se cria, nada 
realmente nasce, nada realmente morre, mas tudo se transforma, indo 
do mesmo ao mesmo através do diverso…
- A propósito de Eclo 17,20-18,6), o “nosso” comentador diz, apelando 
para Ef 1,6: “(…) Que o Homem reconheça e louve o Deus verdadeiro. 
Tal reconhecimento e louvor são a finalidade da vida humana.” 
(ibidem). Duvidamos seriamente, pois: 1 - como se reconhece Deus? 
2 - como se louva? 3 - porquê essa a finalidade da vida humana? 
4 - quem vive tal objectivo, se não se sabe quem é realmente Deus? 
Claro, se considerarmos Deus, o TODO EXISTENTE, ONDE TUDO 
SE INTEGRA, faz sentido que o Homem, como elemento desse 
TODO, o louve, integrando-se perfeitamente nele, enquanto participar 
da vida a que um dia teve a sorte de aceder, e aceder não como qualquer 
ser vivo, animal ou planta, mas dotado de uma inteligência superior, 
capaz de raciocínios abstractos e elaborados.
- “Antes de falar, procura instruir-te (…) Examina-te a ti mesmo antes 
do julgamento (…) Antes de fazer uma promessa, dispõe-te a cumpri-la 
(...) Lembra-te da ira que virá nos últimos dias, no tempo da vingança 
(…) Não sigas as tuas paixões (…) Não te entregues a uma vida de 
prazeres (…) Vinho e mulheres fazem perder o bom senso e quem anda 
com prostitutas torna-se cada vez mais imprudente (…)” 
(Eclo 18,19-32; 19,2)

- Tudo muito bonito – sendo de fazer sorrir a junção de
vinho e mulheres! – exceptuando a “ira” e a “vingança” cuja prova de 
que virão nos últimos dias é absolutamente inexistente: pura fantasia! 
Aliás, não há últimos dias: o último dia de cada um é o da morte! 
Debrucêmo-nos, agora, um pouco, sobre a problemática dos prazeres… 
Pois, que salvação haverá para as prostitutas que também têm direito a 
um céu conquistado com a tal vida dita “fácil” mas que, quantas vezes,
sabe-se lá, cheia de temores, angústias, sofrimentos?
 
E serão proscritas 
como os violadores, os assassinos, os ladrões de pobres e viúvas? 
Também elas estão condenadas ao inferno, trocando assim uma 
eternidade celestial e bem-aventurada por uma curta vida 
terrena - “gota de água em relação à eternidade”! - que nem sempre 
ou poucas vezes será de prazeres feita? E não fazem elas, muitas
vezes, de terapeutas de complexados sexuais, de apaziguadoras de 
instintos violadores que muitas vezes o são por desarranjos hormonais 
ou complexas conjugações dos astros como defendem os
astrólogos? Qual será o primeiro a atirar a pedra? Até Jesus Cristo 
foi compreensivo e disse a Maria Madalena: “Se ninguém te condenou, 
eu também não te condeno. Vai e não voltes a pecar.”! 
(Jo 8,7-11). 



Aliás, que outra coisa poderia o bom Jesus dizer? Afinal, 
vai o jovem, vai o adulto, vai o velho à prostituta. Uns, pela 
experimentação, outros, para a satisfação de fantasias sexuais, outros, 
para manterem a auto-estima de ainda frutificarem vida em qualquer 
donzela que lhes caia nos braços… Mas… é pecado! Ora, o que é 
realmente o pecado, além do desvio da norma social: matar, roubar, 
violar? Enfim, parece óbvio que o que não vai à prostituta segue 
caminho mais perfeito que o seu frequentador que vai usufruindo 
do prazer do sexo fora das normas religiosas - que são bem restritas, 
não tivessem elas sido feitas por bispos e cardeais votados ao 
celibato, pelo menos no corpo… - apelando para a castidade entre 
os esposos. Mas ambos morrem. Que eternidade os 
diferenciará? – Já atrás se disse: “Não digas: Pequei e nada me 
aconteceu (…) Porque Ele tem compaixão e cólera e a sua ira cairá 
sobre os pecadores.” (Eclo 5,4 e 6). No entanto, a pergunta 
repete-se: Que ira? Onde? Quando? As certezas ficam-se pelo mistério. 
Tudo não passa de suposições, com a tal lógica de não poder haver a 
mesma sorte para o santo e o diabo, lógica que Job e Coélet puseram 
em causa, duvidando fortemente que o justo e o injusto não tenham 
exactamente o mesmo destino: o pó donde vieram! Por isso, é melhor 
beber o vinho com alegria e gozar os prazeres da vida, com 
moderação, claro, como, aliás, nos aconselha o 
Eclesiastes, 9,7-9, pois no mundo dos mortos não há alegria…

1 comentário:

  1. Frase da semana:
    "Quando tiver um Céu sem nuvens, vá, pela calada da noite, até ao campo, onde não haja poluição luminosa, e delicie-se com o espectáculo de uma miríade de estrelas, todas pertencentes à nossa Galáxia, Galáxia que, com os seus mais de 200 mil milhões de estrelas, tem um diâmetro de 100.000 anos/luz, ficando a Galáxia Andrómeda - a mais próxima! - à "pequena" distância de 2 milhões anos/luz. Realmente, como nós somos pequenos e insignificantes! Como a Terra é pequena e insignificante! Como o nosso Sol é pequeno e insignificante, face às suas 200 mil milhões de companheiras!" Pense nisso, delicie-se e... SORRIA!"

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