quarta-feira, 18 de março de 2015

Onde a Verdade da Bíblia? - Análise crítica - Antigo Testamento (AT) - 55/?

À procura da VERDADE nos livros 1 e 2 SAMUEL – 4/5

- Ainda outro episódio “interessante”: o filho primogénito de David saiu 
ao pai, em questão de mulheres! Viu a irmã de outro filho de David que 
era muito bonita - Tamar - e quis logo ali possuí-la sem com ela antes 
casar. Pagou a sua loucura com… a morte! Mas… Absalão, que o matou, 
torna-se “persona non grata” para David também seu pai! (2Sm 13 e 14) 
Uma confusão!
- Enfim! Basta! Livros sagrados, estes? Inspirados por Deus? Não são 
apenas a história de um povo cujos chefes fazem de Javé o seu refúgio 
para imporem ao mesmo povo - e com eficácia! - leis e costumes e 
justificar os seus actos - não poucas vezes condenáveis - de poderosos? 
Realmente, a história judaica é feita de personalidades: Abraão, Isaac, 
Jacob, Moisés, David… O povo? O povo é para fazer a guerra e pagar 
o tributo ao Templo, obedecendo às ordens de Javé, que o mesmo é dizer 
dos seus chefes religiosos ou dos seus estrategas político-militares…
- Tal como hoje, a sede do poder cegava o homem. Assim, o filho de 
David, Absalão, tenta usurpar o trono a seu pai (2Sm 15). A guerra 
desencadeia-se à beira do Jordão (2Sm 17 e 18). Absalão é derrotado e… 
morto. Ao saber da sua morte “ o rei estremeceu… começou a chorar, 
dizendo entre soluços: Meu filho Absalão! Meu filho Absalão! Porque 
não morri eu em teu lugar?!” (2Sm 19,1) 


Como num romance: 
guerreia-se o filho e quer-se que ele não morra! Teria David sido sincero? 
Ou falou da boca o que não lhe ia no coração? Sabê-lo-emos na eternidade, 
quando lá nos encontrarmos com ele, algures, no… céu! Ou… no inferno? 
Ou… em parte nenhuma, que é a certeza absoluta de quem não vai em 
fantasias inventadas pelas religiões?
- “David foi para o seu palácio em Jerusalém. Ao chegar lá, tomou as dez 
concubinas (…) e confinou-as no seu harém. (…) Nunca mais teve 
relações com elas: ficaram segregadas como viúvas de uma pessoa viva, 
até ao dia em que morreram.” (2Sm 20,3) - Que rei ungido de Javé é este 
que condena assim à solidão dez certamente jovens, só pelo capricho de 
as ter ali como propriedade sua a quem nem sequer dava… “uso e 
conforto”?! Porque não interveio Javé contra tal crueldade? Ou Javé 
intervém numas coisas - por exemplo, “matar” o filho do pecado de 
David - e não intervém noutras de flagrante injustiça?
- Aliás, em boa análise, quem sofreu severo castigo foi o inocente menino 
que perdeu a vida. David bem a conservou - muito embora admitamos 
que lhe tenha custado às lágrimas, a morte do filho - e bem a gozou, 
espalhando filhos por toda a parte, em mulheres e concubinas… Nem 
percebemos porque é que condenou à solidão e ao desperdício as dez 
concubinas do seu harém. Enfim, caprichos de um rei que, de exemplar 
e de humanidade, avaliando estas tristes histórias, nada teve.
- Ainda nova conspiração se desenrola contra David vinda da parte do 
benjaminita (da tribo de Benjamim) Seba. E é uma mulher que salva a 
situação: “Com grande habilidade, a mulher falou com o povo e 
degolaram Seba e lançaram a cabeça dele por cima da muralha.” (2Sm 20)

- Uma mulher ou… o incansável Javé?… Em qualquer caso, a violência 
sempre presente! Que povo tu apadrinhaste, santo Javé! Ou, melhor, como 
te deixaste usurpar por um povo cujos mentores te fizeram à sua imagem 
e semelhança, para justificarem todos os crimes que iam cometendo!

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